Como as cooperativas de crédito podem atuar como vetores de uma grande transformação social, econômica e ambiental? É fato que o setor reúne diversas iniciativas pioneiras, e hoje – mais do que nunca – as cooperativas de crédito são exemplo prático de que é possível oferecer um serviço diferenciado e alinhado com aquilo que o consumidor procura. Nos bastidores, colaboradores de diversas áreas atuam para buscar as melhores soluções dentro e fora do Brasil, reunindo múltiplas vozes em busca da construção de um negócio focado nas pessoas. Tal ambiente de inovação não chama atenção apenas entre as cooperativas, mas de todo o mercado. E a história de sucesso dessas iniciativas foram destaque durante o United in Sustainability Credit Union Summit – ONU, realizado em novembro na sede da ONU, em Nova York.
Durante o encontro, o cooperativismo brasileiro foi apresentado ao mundo por uma grande comitiva reunindo membros do Banco Central, da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), da Viacredi Alto Vale e do Sicoob Sarom. E para dar destaque ao ambiente de inovação criado pelo setor, o Instituto Fenasbac levou para o encontro o projeto RECIP – Reconhecimento Inovação com Propósito, criado para comunicar o valor do cooperativismo financeiro e seu impacto nas comunidades brasileiras. A MundoCoop, apoiadora e parceira do RECIP, acompanhou remotamente o encontro.
Em um painel especial com a presença da CEO do Instituto Fenasbac, Lucila Simão, e de outros membros da delegação brasileira, participantes de todo o mundo puderam ter contato com projetos de cooperativas reconhecidas pelo selo RECIP. Através da apresentação de representantes, o encontro tornou-se uma janela para tais cooperativas, que ao estarem presentes, mostraram o potencial que o setor representa para o mercado financeiro mundial.
Para Carolina Castro, Gestora do Escritório de Projetos do Instituto Fenasbac, o RECIP é um importante instrumento de visibilidade para o cooperativismo nacional. “Além de ser uma ferramenta de aprendizagem e diagnóstico para o monitoramento da performance não financeira das cooperativas, o RECIP se tornou um instrumento poderoso de comunicação e promoção do cooperativismo financeiro. O que antes era nacional, em 2022 se tornou internacional. Por meio de parcerias estratégicas, o RECIP agora é comunicado para o mundo”, comenta.
Sendo uma ferramenta de análise e identificação de práticas inovadoras nas cooperativas, o selo RECIP rapidamente virou sinônimo de qualidade de atuação no mercado. Através dele, o público pode rapidamente identificar as cooperativas com as melhores práticas junto ao colaborador, assim como aquelas que agem diariamente em busca de novas formas de solucionar os problemas e dores dos clientes.
Lucila Simão destaca o papel que o projeto desempenha, lembrando mais uma vez como o RECIP é vital para o fortalecimento do cooperativismo principalmente entre um público que ainda o desconhece. “Nossa ida à ONU foi uma experiência indescritível. Levar o cooperativismo brasileiro para ser apresentado como referência de inovação com propósito para o mundo é um marco para nós, para o cooperativismo brasileiro e para o nosso país. O RECIP é uma iniciativa que reúne os ODS da ONU, as dimensões da Agenda BC# do Banco Central e as práticas ESG. Essa junção faz do RECIP um modelo com grande potencial de expansão e um novo referencial para o ecossistema cooperativista do Brasil e do mundo. Depois de toda essa experiência, saímos de lá alinhados com a UNFCU e com uma nova missão: reunir o cooperativismo das Américas – Norte, Central e Sul, para falar sobre ESG e inovação com propósito”, frisou.
Cooperativismo em destaque
Seja através de números ou iniciativas, as cooperativas de crédito demonstram diariamente o seu trabalho junto às comunidades. Mais do que entregar serviços com propósito, o setor mostra que é possível atender às demandas da sociedade atual, sem ignorar o lado social e ambiental que está diretamente conectado com as práticas de qualquer negócio.
Muito além de mostrar isso dentro da cooperativa, levá-la para além dos muros e apresentar o cooperativismo como o modelo ideal é fundamental para a criação de uma sociedade mais sustentável em todos os sentidos. Para o Diretor executivo da Viacredi Alto Vale, Ricardo da Silva, a presença no evento foi importante pela visibilidade, mostrando mais uma vez a importância de marcar presença em projetos que buscam ressaltar o trabalho das cooperativas. “Agora já no final da viagem, fica ainda mais claro que a participação no Recip nos trouxe muitos aprendizados. Precisamos acreditar em nosso potencial e em iniciativas que nos desafiam e encorajam a inovar. Ficou evidente que o cooperativismo brasileiro está ganhando cada vez mais visibilidade. Chegamos a esse patamar porque o Banco Central e entidades, como o Instituto Fenasbac, apoiam o desenvolvimento do cooperativismo no Brasil. Por fim, como falei no evento realizado na ONU, se fosse para resumir a participação no Recip em duas palavras, seriam “Aprendizado e Inspiração”. Precisamos seguir fortalecendo nossa cultura inovadora e sempre lembrar que o Cooperativismo é inovador desde a sua origem”, ressaltou.
Além de reconhecer boas iniciativas, o RECIP traz ainda novo fôlego para as cooperativas, sobretudo para as atuantes há mais de uma década. João Carlos Leite, Presidente do Sicoob Sarom, destaca a parceria como um legado do evento, e reforça como tal união entre diferentes órgãos favorece o mercado cooperativo. “Com o apoio do Instituto Fenasbac avançamos ainda mais com nosso modelo de atuação. Acreditamos firmemente que os princípios e valores cooperativistas e, em especial, a aplicação efetiva dos mesmos na gestão é o que nos diferencia das instituições financeiras não cooperativistas. O Instituto e a ONU com esta oportunidade, não premiaram apenas uma cooperativa, mas sim, reconheceram um modelo de negócio coletivo que honra o cooperativismo”, completa.
Mostrando uma verdadeira força em prol das cooperativas do país, o projeto ainda buscou integrar mais o setor, criando uma linha de conexão que mostrou o papel da cooperação mútua no crescimento e desenvolvimento. Cleiton Rossi, cooperado jovem e membro do Conselho de Administração da Viacredi Alto Vale e do Conselho Fiscal do Sistema Ailos, destacou a intercooperação e networking com outros ecossistemas cooperativistas como ponto alto em sua passagem pelo Summit na ONU. “Estar presente no evento da ONU em nome do cooperativismo brasileiro e apresentar nossas boas práticas, foi engrandecedor, um momento impactante na minha trajetória dentro do cooperativismo. Essa alavanca que o Recip nos proporcionou foi um aprendizado único! Em nossas trocas conheci práticas do cooperativismo mundial, o olhar ESG para todas as ações e a preocupação com a sustentabilidade dos negócios e principalmente da diversidade dentro das cooperativas de crédito”, completou.
Reconhecendo ações que nos bastidores e fora dele reforçam o papel das cooperativas, o encontro reforçou ainda que o cooperativismo está no caminho certo para se tornar o principal modelo de negócio do Brasil. Integrando comunidades de todo o país, as cooperativas desempenham um papel essencial em diversos e setores, se firmando como parte essencial do sistema financeiro. Para Ivo Bracht, Diretor Executivo na Cooperativa Central Ailos, a importância do RECIP e do Summit se mostra prontamente, e reafirma de uma vez por todas, o papel do setor. “Iniciativas como o RECIP nos ajudam a disseminar a força do cooperativismo no Brasil e no mundo. Quando falamos em inovação e propósito, é um orgulho ver as nossas histórias – entre elas a da Viacredi Alto Vale, uma cooperativa Ailos – inspirando tantas outras. Dando destaque a temas como sustentabilidade, governança e intercooperação. Demonstrando na prática como fazemos a diferença no dia a dia das pessoas e das comunidades. Acreditamos no papel das cooperativas Ailos como representantes dessa transformação. Ter a chancela do RECIP mostra que estamos no caminho certo, em busca de um mesmo propósito: cooperar para transformar vidas”, finaliza.
O mundo nos observa
Conectando autoridades de diversos órgãos internacionais, o United in Sustainability Credit Union Summit – ONU mostrou que o mundo observa e acompanha o cooperativismo nacional. Seja usando como exemplo ou apoiando direta e indiretamente, cooperativas e sistemas do mundo todo mostram e reforçam a posição do Brasil na agenda mundial, destacando as iniciativas que aqui se iniciam. Buscando compreender esse olhar, a MundoCoop – em parceria com o Instituto Fenasbac – questionou grandes autoridades norte-americanas sobre a importância do Summit e da presença do cooperativismo brasileiro no encontro da ONU. Afinal, o que o cooperativismo nacional tem a ensinar ao mundo?
“Organizamos a Quinta Cúpula Anual das Nações Unidas em Sustentabilidade (UIS) para que as cooperativas de crédito compartilhem as melhores práticas e obtenham insights dos especialistas da indústria e seus pares. Tivemos a honra de receber o Instituto Fenasbac, as cooperativas de crédito Viacredi Alto Vale e Sicoob Sarom, cujas histórias inspiradoras levaram a um engajamento excepcional na Cúpula”
– Elisabeth Philippe, Gerente Sênior de Relações Comunitárias e de Mídia, Marketing, Assuntos Globais na United Nations Federal Credit Union
“A partir de suas impactantes viagens de sustentabilidade relatadas nas Nações Unidas, as cooperativas de crédito no Brasil estão liderando com reconhecimento, inovação e propósito de beneficiar seus membros e a sociedade. Com propósito comum, esperamos continuar nossa colaboração com o Instituto Fenasbac para fazer avançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e construir um mundo melhor”
– Pamela Agnone, Vice Presidente Executiva na UNFCU
“Os líderes do Instituto Fenasbac, Viacredi Alto Vale e Sicoob Sarom fizeram história aqui este ano, não apenas expandindo o escopo do evento para além da América do Norte como a primeira delegação internacional presente; mas também mostrando ao mundo que as cooperativas de crédito no Brasil são líderes com reconhecimento, inovação e propósito, particularmente nas áreas de educação financeira, inclusão e desenvolvimento econômico. O apoio fornecido pelo Banco Central do Brasil ao movimento das cooperativas de crédito brasileiras e seu crescimento é notável, um movimento verdadeiramente cooperativo no seu melhor”
– Carlos Calderon, Presidente e CEO da OAS Federal Credit Union
Por Redação MundoCoop e Carolina Castro (Instituto Fenasbac)
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