Com o reconhecimento da ONU, 2025 se anuncia como um ano divisor de águas para o cooperativismo mundial. Sob o lema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, o movimento, que já une mais de 1 bilhão de cooperados em 3 milhões de cooperativas, ganha destaque para discutir seu presente vibrante e futuro promissor.
Impulsionado por dez tendências-chave, espera-se que o setor atinja novos patamares de inovação, fortalecendo sua relevância e laços comunitários. A expansão de sua influência e disrupção são as metas para um ano que celebra a força centenária desse modelo.
Na quinta parte do especial ‘10 Tendências para o Cooperativismo em 2025‘, o tema é “Novo perfil de consumidor“.
Novo perfil de consumidor
“Os novos consumidores estão mais exigentes e submetidos diariamente a uma carga muito alta de informação e escolhas”. A frase é do consultor Marcio Nami sobre o perfil do novo consumidor. Para ele, a teoria comportamental mostra que o excesso, ou a impressão de excesso de escolhas, leva a uma sensação de angústia e dificuldade de decisão. “Fica claro é que o caminho que nos trouxe até aqui certamente não nos levará ao futuro”, decreta o especialista.

Natalia Castan, empresária e CEO da Une.cx e do call center Grupo Unite, afirma que há uma mudança significativa no perfil e comportamento do consumidor, que é bem informado, criterioso e engajado. “Ele busca transparência, propósito e personalização, valorizando marcas que demonstram compromisso genuíno com valores como sustentabilidade, inovação e impacto social”, diz.
Por isso, é importante aperfeiçoar a experiência do cliente. Natalia explica que, no Brasil, há um termo chamado hipercuidado, que significa uma população mais exigente em termos de atendimento e cuidado. “É importante investir em tecnologia, personalização e comunicação eficaz. O cooperativismo tem um potencial enorme para liderar essa transformação no mercado. Quem conseguir alinhar propósito, conquistará esse novo consumidor e fortalecerá ainda mais o modelo cooperativo para o futuro”, afirma a empresária.
Marcos Nami indica que a solução passa pela adoção de tecnologias amigáveis e intuitivas. Segundo ele, isso é necessário para compensar esta sensação de ansiedade, e também direcionar o marketing com estratégias para ações pontuais que vão diretamente à percepção de vantagem absoluta da cooperação em relação aos sistemas convencionais. “A adoção do modelo ‘menos é mais’ nunca esteve tão em tela”, define ele, acrescentando que muitas cooperativas veem o investimento no digital como gasto, ou como ações com retorno lento e gradativo. “Na minha experiência na área, especificamente no que tange a ações no Metaverso, fica claro que esta e outras soluções digitais trazem potencial de retorno imediato, além de serem fundamentais para reduzir ou acabar com uma grande dor do cooperativismo, que é a necessidade do rejuvenescimento e oxigenação do quadro social. Investir em gamificação e criação de espaços interativos virtuais faz com que os jovens e demais interessados nas novas tecnologias conheçam a cooperação. Fazendo o que mais gostam, assumem o protagonismo e elencam suas próprias escolhas”, detalha.
No entanto, Natalia Castan destaca que a transformação digital vai além da implementação de ferramentas e exige uma mudança na mentalidade e na forma de se relacionar com os cooperados. “O figital( união do físico com o digital) não significa substituir o contato humano, mas potencializá-lo. O digital deve agilizar processos repetitivos, enquanto o atendimento presencial se torna ainda mais consultivo, estratégico e cuidadoso. É fundamental a capacitação contínua para garantir que a experiência do cooperado seja sempre positiva, em que construir um ecossistema de atendimento integrado fará toda a diferença”, observa.
Portanto, para conquistar a fidelidade de clientes, é necessário aderir ao conceito proposto. “A adoção do conhecimento prévio por novos conceitos operacionais e tecnológicos traz um desafio: a eliminação do preconceito e das tentativas de ‘já sei o que vai acontecer.’ A inteligência artificial, os espaços virtuais e a evolução diária instigam e estimulam a adoção de novas soluções e experimentações com excelente custo x benefício, além de um imenso potencial de crescimento de negócios e quadro social”, afirma Nami.
Por Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop
Conheça as outras tendências em destaque:

Tendência 1: Tecnologias Verdes

Tendência 2: Parcerias e Redes de Cooperação

Tendência 3: Desafios de Trabalho e Bem-estar Social

Tendência 4: Diversidade e Inclusão como Fatores Estratégicos
Por Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop

Matéria exclusiva publicada na edição 122 da Revista MundoCoop