Como traçar caminhos e aproveitar as oportunidades que se abrem a todo momento para as cooperativas? Empreendedorismo, inovação, tecnologia, liderança e cooperação foram apenas alguns dos temas em destaque no segundo e último dia do CoopTalks Summit, realizado nesta sexta-feira (30).
Realizado pela MundoCoop em celebração ao Dia Internacional do Cooperativismo e ao Dia de Cooperar (Dia C), o palco do CoopTalks se abriu mais uma vez para receber um time de especialistas e entusiastas do mercado, para falar sobre os principais temas de interesse das cooperativas e do mercado como um todo. Iniciado ontem, o CoopTalks Summit 2023 recebeu 19 convidados, em uma jornada de conhecimento de mais de 8 horas, atraindo mais de 7 mil inscrições.
Mais do que uma celebração das cooperativas, o CoopTalks Summit 4ª edição celebrou as pessoas que fazem o cooperativismo acontecer e impactar novas vidas diariamente. Te convidamos a seguir, acompanhar alguns dos destaques do segundo dia.
Futuro em debate
Cooperativismo e empreendedorismo se conversam desde o início, e para iniciar o segundo dia do CoopTalks Summit 2023, o painel “Ecossistemas de empreendedorismo cooperativo” recebeu Carolina Utimura, CEO da Eureca; e Ricardo Santos, Presidente na Cooperativas dos Empreendedores. Em um bate papo de muita troca de experiências e insights, os speakers destacaram a importância de disseminar os princípios cooperativistas e cultura organizacional das cooperativas, de forma a criar negócios sólidos e com propósito definido. “Cada cooperativa e sistema pode ter o seu próprio caminho para trilhar. Neste processo, é importante valorizar os princípios e a essência do setor, ressaltando suas características pioneiras”, frisou Carolina. Somado a isso, Santos reforçou que é indispensável que as cooperativas se apresentem para os ecossistemas de inovação e para a sociedade, despertando a curiosidade pelo movimento. “É preciso tornar a competência das cooperativas algo mensurável, mostrando para o público que ainda não está inserido neste ecossistema”, ele mencionou. Para completar, as habilidades das lideranças do futuro foram debatidas pelos convidados, que lembraram que um bom líder, deve estar e ser curioso e saber a sua missão. “Um líder empreendedor é alguém está trabalhando por um propósito maior”, completou Utimura.
Ressaltando um dos temas de maior fascínio da atualidade, o palestrante e escritor best-seller, Andrea Iorio, trouxe a exposição “A vez da Inteligência Artificial. Em sua fala, Iorio ressaltou que a inteligência artificial já está em um nível avançado de aplicação, desempenhando tarefas e demonstrando habilidades que ultrapassam a velocidade do pensamento humano. Contudo, ele lembrou que a I.A não funciona sozinha, e deve ser utilizada para maximizar resultados, explorar oportunidades e dinamizar processos do dia a dia, sem substituir o fator humano, que continuará essencial. “A IA em sua habilidade de resolver problemas complexos do nosso dia a dia, atua como uma facilitadora de processos, complementando nossas atividades diárias”, frisou.
Muito se fala sobre os motivos de a inovação ser o tema da vez no mercado e na sociedade. Mas afinal, no contexto das cooperativas, “Por que investir em inovação?”. No painel mediado pelo Superintendente do Sescoop/RS, Mario de Conto, os convidados Rodrigo de Barros, Facilitador e Sócio da RDB Criatividade; e Frank Philson, Gerente de T.I no Sistema OCB/GO, explicaram porque a busca pela inovação nas cooperativas deixou de ser um diferencial, para se tornar uma obrigatoriedade. Para Barros, é preciso capacitar as pessoas para navegarem em meio às transformações do mercado, trazendo as cooperativas para os ecossistemas de inovação que surgem em meio a grandes hubs e outros espaços de inovação aberta. “A grande questão da inovação não é tornar as cooperativas mais competitivas, mas tornar as pessoas mais criativas”, frisou. Por sua vez, Philson lembrou que cabe às cooperativas terem o interesse em buscar tais ambientes, observando a inovação não como um investimento pontual, mas como algo contínuo. “Existe uma procura por ambientes que estimulem o desenvolvimento e a inovação aberta, tudo isso a partir da união de diferentes players do mercado”, afirmou. Para finalizar, Mario de Conto deixou um alerta para as cooperativas, acendendo um sinal amarelo para aquelas que colocam o estímulo à inovação em segundo plano. “Em breve, não será uma opção investir em inovação. Isso deixará de ser um diferencial, para ser algo obrigatório. Quem não inovar, deixará de existir”.
Os muitos desafios das lideranças cooperativistas e como o movimento pode se adequar à era da responsabilidade social e ambiental, foram tema da palestra “ODS e Governança: os desafios para as cooperativas”, ministrada pela Jornalista e Palestrante, Giuliana Morrone. Para ela, o cooperativismo abre espaço para que os indivíduos se desenvolvam. Para isso, é necessário que haja uma liderança transparente, que siga os valores e princípios éticos do movimento e da sociedade de um modo geral. “Sejam conscientes sobre o que está acontecendo. Toda a comunidade precisa entender e compreender a governança”, frisou. Morrone ainda destacou que “o verdadeiro líder permite que os colaboradores se desenvolvam e contribuam com o negócio”, ajudando a cooperativa a caminha em uma trilha de boas práticas, trazendo impacto positivo e seguindo as ODS da ONU.
Já na reta final, o palco virtual do CoopTalks Summit recebeu Dado Schneider, professor e palestrante. Em “Nada é mais moderno do que Cooperar!”, ele destacou que o cooperativismo deve agir mais para integrar as novas gerações. “O cooperativismo é muito moderno, mas é intramuros. Se o mundo lá fora ainda não viu o poder das cooperativas, é “culpa” do próprio setor”. Dado destaca que o movimento precisa vender o seu negócio, mostrar seu propósito e seus valores. Além disso, ele explica que a geração Z está “louca” para conhecer o cooperativismo, basta que o movimento busque caminhos para realizar essa ponte. Para completar, Dado apresenta uma teoria de sua criação, onde os princípios do cooperativismo se materializam em grandes empresas da atualidade, como ele explica: 1 – Microsoft (Ação voltada à comunidade); 2 – Amazon (Colaboração integrada; 3 – Google (Formação educacional contínua); 4 – Zatus (Gestão compartilhada); 5 – Magalu (Livre participação); 6 – Apple (Ação livre e autônoma); e 7 – Meta (Democratização econômica). A internet traz uma infinita possibilidade de informação, e devemos uzá-la a nosso favor.
Para fechar o CoopTalks Summit 2023, o palco da MundoCoop se volta para a essência do cooperativismo. Trazendo um “Especial Dia C”, o Presidente da Coopercaps, Telines Basilio – o Carioca – contou a sua história, de como o cooperativismo o salvou da vida nas ruas, até o momento em que ele viajou o mundo como uma liderança que é referência no poder de transformação das cooperativas nas comunidades. Em sua fala, Carioca ressalta que as cooperativas são um importante instrumento de inclusão social para as comunidades marginalizadas, e que no movimento é possível ter uma segunda chance. “Pode haver possibilidade de mudança para cada um de nós, independentemente de sua trajetória”, finalizou.
CoopTalks Summit
Compartilhando conhecimento para o futuro do cooperativismo, o CoopTalks Summit chegou à sua 4ª edição para mais uma vez, homenagear o Dia Internacional do Cooperativismo.
A MundoCoop agradece a todos os palestrantes e patrocinadores que fizeram parte do CoopTalks Summit, assim como a você, leitor da MundoCoop.
Para conferir os destaques do primeiro dia e rever a transmissão na íntegra, acesse aqui.
Reveja também a transmissão do segundo dia do CoopTalks Summit.
Por Redação MundoCoop
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