Antever tendências e discutir o amanhã das cooperativas de crédito. Estes, foram os principais objetivos do PRIMEIRO DIA do CoopTalks Crédito 2022. Em sua terceira edição, o encontro – que já faz parte do calendário de eventos do sistema de crédito cooperativo – celebrou o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito trazendo grandes nomes do mercado para falar sobre o futuro do setor e da sociedade como um todo, e em dois dias de evento, pretende trazer um panorama sobre o cooperativismo de crédito.
Em uma jornada de quase seis horas de conteúdo ao vivo e ininterrupto, o CoopTalks Crédito promoveu intensos debates e conversas sobre como o cooperativismo de crédito pode seguir adiante. Isso, trazendo para o palco temas que irão ditar o futuro das cooperativas: gestão, governança, sustentabilidade, futuro, inovação e muito mais; a partir da visão de 14 especialistas e profissionais dos mais diversos segmentos do mercado.
Foram 5.945 inscrições e mais de 6.932 visualizações, com um pico de 3.782 pessoas acompanhando ao vivo as discussões promovidas nessa manhã de intensas trocas. Confira a seguir alguns dos destaques do primeiro dia.
O evento
Com apresentação do diretor da MundoCoop, Luís Cláudio Silva, o primeiro dia do CoopTalks Crédito buscou destacar temas como a inovação e a intercooperação no mercado financeiro. Somado a isso, a tecnologia foi um pilar essencial, sendo ela responsável pela intensa transformação que o mercado financeiro vivencia atualmente.
Este novo mercado, do qual as cooperativas já fazem parte, foi destaque logo na primeira palestra, que recebeu o Conselheiro da AB Fintechs, Sergio Costantini. Em “O futuro do mercado financeiro na visão das fintechs”, Costantini falou sobre o crescente mercado de fintechs, que vem remodelando a forma como nos relacionamos com o dinheiro. Em sua fala, reforçou o protagonismo do Estado de São Paulo neste mercado, e a importância das cooperativas para essa corrida em busca do consumidor. “As cooperativas estão lançando ferramentas e processos que podem ser adotados por fintechs e outros players”, frisou.
Partindo para outro tema que vem sendo debatido em todas as cooperativas e negócios do mercado, a Vice-Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira RS, Heloísa Helena Lopes; e a Presidente Executiva do Sicoob Cecres, Taís Di Giorno, participaram do painel “Investir na governança para elevar resultados”. Durante o bate papo, as representantes destacaram o papel da governança nas cooperativas, ressaltando a importância do tema. “A governança é uma grande aliada do cooperativismo, agindo contra o conflito de interesses e colocando cada um em seus papéis”, disse Tais. Para Heloisa, neste processo de firmação do elo entre cooperado e cooperativa, a governança deve estar presente, incluindo todos os associados. “É preciso que haja uma constância na comunicação. Apenas através dessa proximidade é que a noção de pertencimento por parte do associado será maior”, completou.
O mercado financeiro está mudando. E neste novo formato, dar mais poder para o cliente tomar as suas decisões tem sido a grande tendência do mercado. Para trazer um novo olhar sobre as novidades que estão transformando a experiência do cliente, Lorain Pazzetto, Head de Open Finance no Grupo FCamara, trouxe a palestra “A Era dos Dados e Open Finance: o que muda para as cooperativas”. Em sua fala, Pazzetto trouxe o open finance como ferramenta para aumentar a exposição do cooperativismo de crédito, viabilizando novas condições para um maior número de novos associados. “O segredo é posicionamento. A partir do open finance, o cliente olhará de outro modo para as cooperativas e o que elas podem fazer por ele”, frisou.
Olhar para os aspectos social e ambiental é vital para a longevidade das cooperativas. Para entender esse cenário, o painel “Panorama do ESG nas cooperativas de crédito” recebeu Elisa Simão, Sócia e Diretora da PwC Brasil e Ricardo Voltollini, CEO e Fundador da Consultoria Ideia Sustentável. Segundo Elisa, o ESG é um elemento essencial hoje para o mercado, e as cooperativas devem saber trabalhar o tema não apenas nas suas lideranças, mas também entre os cooperados. “Muito da atuação do ESG virá das lideranças, através das estratégias da cooperativa. Neste contexto, é vital que os cooperados entendam a importância do tema e de aplicá-lo”, salientou. Voltollini, por sua vez, colocou o tema como pilar para as cooperativas, sendo essencial para garantir a longevidade do setor. “As cooperativas devem colocar diversidade e inclusão como estratégia, ou serão irrelevantes para a geração atual”, completou.
Já na reta final do primeiro dia do CoopTalks, o palco virtual recebeu o painel TECH&COOP, Michel Varon, CEO da VADU e Luciano Fantin, Sócio Líder do Segmento de Fintechs e Meios de Pagamento da Riskfence Consultoria, destacaram o tema “Tendência e Inovação no sistema financeiro”. Segundo Varon, no contexto atual, o mercado se volta ao cliente. Com muitos players, o cliente espera um novo tipo de atendimento, que atenda às suas demandas. “É preciso garantir o bom atendimento ao cliente, destacando a cooperativa como uma alternativa maior e melhor que os concorrentes”, frisou. Neste cenário cada vez mais competitivo, Fantin ressaltou o posicionamento estratégico para as cooperativas, buscando olhar para além do futuro próximo. “O debate do posicionamento estratégico deve se dar de forma efetiva, sejam as cooperativas pequenas ou maiores. Olhar para o futuro, sem esperar resultados imediatos, é a chave para um sucesso duradouro”, completa.
Concluindo o ciclo de palestras, Marcelo Mafra, Executivo de Negócios e Relacionamento da Tecban, trouxe a palestra “Os pontos de atendimento do Futuro”. Em sua fala, Mafra mostrou o avanço da digitalização financeira, com uma maior integração entre diferentes mercados, facilitando a movimentação para os clientes. Somado a isso, em sua fala apresentou algumas das novas tendências de mercado, como a economia compartilhada e a automatização dos processos.
Diálogos de Intercooperação
O cooperativismo de crédito é uma força nacional. Tal poder de transformação vem através do trabalho de mais de 13,9 milhões de cooperados, que vivem o que é fazer parte de uma cooperativa. Para trazer um olhar minucioso sobre o atual mercado do ramo crédito e debater os temas de interesse de todo o setor, o painel Diálogos de Intercooperação promoveu uma troca de experiências sobre qual o papel das cooperativas na sociedade brasileira.
Com apresentação de Silvio Giusti, Consultor da DGRV, o painel contou com a presença de cinco gestores de cooperativas: Walmir Segatto (Sicoob Credicitrus), Vanildo Leoni (Viacredi), Tiago Schmidt (Sicredi Pioneira), Liora Gonik Dias (Unicred Caminho Novo) e Rosane Dalsoglio (Cresol Planalto Serra).
Para iniciar o painel, o potencial de impacto das cooperativas foi tema da primeira rodada de conversa. Para Rosane, o ramo crédito pode ser ainda mais relevante a partir da intercooperação, principalmente diante do avanço do digital. “Precisamos nos unir para um trabalho que adote as novas ferramentas, sem deixar de lado o importante lado social e ambiental. Precisamos que haja um entendimento coletivo do trabalho das cooperativas, que seja contínuo em todas as unidades de atendimento da cooperativa”, frisou.
Segatto, do Sicoob Credicitrus, destacou o papel de agente transformador das cooperativas, lembrando que elas realizam um trabalho essencial nas comunidades, com um trabalho mais próximo ao cooperado. “Temos a capacidade de aumentar a penetração das nossas cooperativas, entregando mais propósito e impacto”, afirmou.
Para Vanildo, o cooperativismo já possui amplo impacto, mas é possível – e preciso – fazer mais. Trabalhar para um impacto real deve ser o objetivo principal, mostrando como as cooperativas podem atuar diante das dores do mercado. Para completar, lembrou que é necessário focar esforços na expansão do setor, de forma a abraçar o cooperado. “A cooperação precisa ser feita de forma escalonada, aumentando a atuação e dialogando para que os processos saiam do papel”.
Destacando um dos temas de maior relevância no mercado e nas cooperativas como um todo, o Diálogos ainda levantou a agenda ESG dentro do setor. Para Tiago Schmidt, adotar esse conjunto de práticas é vital, mas é preciso tomar cuidado para não ofuscar o posicionamento que as cooperativas já demonstram há quase dois séculos. “O ESG não pode ser maior que o cooperativismo. Tudo que a sigla representa, está na essência e visão histórica das cooperativas”, completou.
Para completar, Liora lembrou o poder de impacto que um maior diálogo entre cooperativas pode trazer para o setor. Para ela, criar pontes entre as cooperativas é fundamental, para que haja um desenvolvimento contínuo e neste processo, lembrar do que faz as cooperativas serem o que são. “Precisamos pensar porque estamos entrando nas cidades e qual o nosso papel nesse contexto, sem esquecer da nossa essência”, finalizou.
CoopTalks Crédito
Realizado pela MundoCoop, o CoopTalks Crédito – 3ª Edição é uma maratona de palestras e painéis especiais que levarão o palco virtual os principais temas que ditarão o futuro das cooperativas.
Agradecemos a todos os nossos speakers que palestraram neste primeiro dia; aos nossos patrocinadores e parceiros; à equipe MundoCoop e a você, leitor, que acompanhou as mais de 5 horas de conteúdo.
Para ver ou rever as apresentações do primeiro dia, confira a transmissão completa em nosso canal no YouTube.
Amanhã, o CoopTalks Crédito retorna para o segundo e último dia. Confira a programação completa no site, e acompanhe a transmissão a partir das 9h, no nosso canal.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop
Discussão sobre post