A COP 30 acontecerá em novembro de 2025, em Belém do Pará, e marca a primeira vez em que a conferência climática da ONU será realizada na Amazônia. A região apresenta o desafio de provar que é possível conciliar desenvolvimento e preservação. O evento coloca no centro do debate mundial a urgência do avanço na implementação de compromissos ambientais pelas mais diferentes entidades ao redor do mundo.
Nesse cenário, o cooperativismo surge como alternativa para demonstrar que é possível conciliar desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. E, para aprofundar esse debate, a MundoCoop, em parceria com o Sistema OCB, lançou a série especial COOP é COP, que reúne especialistas e lideranças para discutir o protagonismo do cooperativismo frente à agenda climática.
Nesse segundo episódio, o destaque foi a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), referência em sistemas agroflorestais, apresentada pelo presidente Alberto Opata. Junto do apresentador José Luiz Tejon, especialista em agronegócio, o episódio abordou o episódio abordou a trajetória da cooperativa, os desafios da produção sustentável e como esse modelo pode inspirar soluções globais.
Ao falar sobre os desafios da produção sustentável, Opata destacou que o sistema agroflorestal da Amazônia exige planejamento de longo prazo e apoio consistente para se manter produtivo e rentável. O presidente defendeu que o futuro da produção sustentável depende da visão estratégica de governos e cooperados. “O nosso desafio hoje é fazer com que o governo entenda como esse sistema agroflorestal possa ser renovado daqui a 30 anos. Ele é interminável, mas precisa ser administrado numa visão de médio e longo prazo, não de curto prazo.”, afirmou.
O presidente também ressaltou os impactos sociais e ambientais do modelo, que alia renda às famílias e fortalecimento da biodiversidade. Para ele, os sistemas agroflorestais não apenas garantem renda às famílias, mas também contribuem para a conservação e a diversidade do bioma amazônico. “Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos nossos cooperados e também dos produtores da região. Esse sistema agroflorestal emprega muita gente. E a outra parte é a ambiental: quando se faz um plantio nesse sistema, há a melhoria da biodiversidade, com pequenos animais, insetos e pássaros que transitam na região, importantes para a polinização”, apontou.
Além da trajetória da CAMTA, o episódio trouxe reflexões sobre bioeconomia, renovação dos sistemas produtivos, valorização da agricultura familiar e o papel das cooperativas amazônicas na COP 30.
Confira!
Por Redação MundoCoop