Em um movimento inédito para impulsionar o desenvolvimento sustentável no setor financeiro, o Banco Central (BC) lançou nesta quinta-feira (25) o G20 TechSprint, uma competição global no formato hackathon, que busca soluções inovadoras e tecnológicas para impulsionar as finanças sustentáveis.
Na abertura do evento, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reforçou o compromisso do Brasil e da instituição com a agenda verde. Campos Neto destacou iniciativas pioneiras do BC brasileiro, como a criação do bureau de crédito verde e a recente consulta pública sobre a divulgação de informações por parte das instituições financeiras a respeito de riscos sociais, ambientais e climáticos. “O TechSprint 2024 reafirma nosso objetivo de incentivar inovações financeiras com o poder de transformar a realidade de forma positiva”, declarou.
O gerente-geral do BIS, Agustín Carstens, também se pronunciou, ressaltando a importância da iniciativa. “O TechSprint oferece uma oportunidade singular para aproveitar a inteligência da comunidade de tecnologia na construção de soluções práticas para os desafios que temos pela frente”, afirmou.
G20 TechSprint
O G20 TechSprint é uma iniciativa conjunta entre a Presidência do G20 e o Centro de Inovação do BIS para procurar as melhores inovações tecnológicas destinadas a desafios comuns e prioridades focais da comunidade reguladora e bancária central global. O G20 TechSprint convida anualmente inovadores globais a competir no desenvolvimento de soluções tecnológicas sobre diferentes temas.
A edição de 2024 é realizada em conjunto com o Banco Central do Brasil e tem como foco o desenvolvimento de soluções de finanças sustentáveis para apoiar os ODS. No ano passado, a quarta edição foi realizada em 2023 com o Reserve Bank of India e teve como foco a apresentação de soluções tecnológicas para melhorar os pagamentos transfronteiriços.
A primeira edição foi realizada em 2020 sob a presidência saudita do G20 e teve como foco mostrar o potencial de novas tecnologias inovadoras para resolver problemas operacionais nas áreas de conformidade regulatória (regtech) e supervisão (suptech). Foi implementado com o apoio da Autoridade Monetária de Singapura, da Autoridade Monetária da Arábia Saudita, do Conselho de Estabilidade Financeira, da API Exchange (APIX) e do Regtech for Regulators Accelerator (R2A).
Cooperativas brasileiras se destacam por iniciativas
As cooperativas no Brasil e no mundo tem sido grandes pilares das soluções sustentáveis. No ano passado, a Conferência da ONU sobre o Clima (COP28) terminou com importantes acordos e um grande protagonismo das cooperativas brasileiras. Mais uma vez presentes, as cooperativas brasileiras representaram um importante motor na busca por uma sociedade mais sustentável. Através de comitivas e da participação em painéis e debates, o movimento ressoou sua voz para delegações do mundo todo, reafirmando o compromisso com a agenda discutida desde o início da COP28.
Em dezembro, o Sicredi assinou dois importantes acordos. Integrante do Pacto Global das Nações Unidas (ONU), a instituição financeira cooperativa agora passa a integrar a Rede Financeira para a Amazônia, que busca mobilizar recursos do setor privado para promover, simultaneamente, a melhoria da qualidade de vida na região e a preservação ambiental.
Geraldo Magela Silva, Assessor Institucional do Sistema Ocemg, falou à MundoCoop sobre sua participação na Conferência e ainda, ressaltou os fatores que tornaram o estado um dos protagonistas na captação de recursos para realizar ações climáticas. O modelo do cooperativismo brasileiro está amadurecendo e está atento ao cenário internacional, algo que se evidencia pela nossa presença massiva na COP28. As cooperativas brasileiras têm a competência para agir de forma integrada, agindo e produzindo com as melhoras práticas, e cada vez mais, integrando setores da economia.
Ainda no cenário internacional, a Cúpula do G20, na Índia, as cooperativas se destacaram mais uma vez. As cooperativas têm participado ativamente dos Grupos de Engajamento do G20. O setor foi ainda mencionado no documento do G20 da força-tarefa de Energia, Mudança Climática e Eficiência de Recursos, que recomenda oferecer assistência e recursos às MPMEs, incluindo cooperativas e empresários, para facilitar sua transição para práticas sustentáveis.
No cenário interno, as cooperativas também estão sendo exemplos das mais variadas iniciativas que trazem prosperidade financeira de forma sustentável. No país com a maior biodiversidade do planeta, uma parcela específica de cooperados tem atuado de forma exemplar, explorando os recursos da terra para gerar desenvolvimento social e crescimento econômico e cultural. Através do extrativismo, elas estão ganhando espaço em meio a uma nova tendência, que há anos mostra a sua importância e que no atual momento, desponta como um modelo urgente à nova sociedade.
Por Redação MundoCoop
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