O mundo está na etapa final de uma corrida para impedir que a temperatura global aumente mais que 1,5ºC até o 2.100, o que pode acarretar sérias consequências para a agricultura, tornando inviáveis áreas – até então – aptas para o plantio. Neste contexto, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis pode não apenas aumentar a produtividade dos agricultores, como torná-los agentes de transformação para a preservação ambiental e o sequestro de carbono no solo.
Independentemente do tamanho do produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, o fato é que o agronegócio do século XXI demanda um agricultor atento às necessidades de um mundo em transição para uma economia de baixo carbono. A boa notícia é que o produtor rural é peça-chave para essa transformação e pode se beneficiar ao adotar um manejo sustentável, com aumento de produtividade, redução de custos e futuramente a venda de créditos de carbono.
O Brasil já é conhecido pela utilização de técnicas conservacionistas, como o plantio direto. Muito adotada no país desde a década de 90, a prática consiste em fazer a semeadura sem revolver o solo, como era o costume no passado. Neste sistema, a palhada – matéria orgânica da lavoura anterior – é mantida, o que protege o solo, reduz o impacto do excesso de chuva e diminui a perda de água por evaporação. De acordo com a Federação Brasileira de Plantio Direto, a área destinada à produção de grãos no país em 2020 foi de 36 milhões de hectares, usando o plantio direto. Mas a meta da entidade é chegar em 2030 com 75% da área plantada por meio da prática conservacionista, que contribui para o sequestro de carbono.
Este também é o objetivo do PRO Carbono, que faz parte da iniciativa Carbono Bayer, e está presente em 10 países, contando com mais de 2.600 produtores que juntos já sequestraram 500.000 toneladas de carbono no solo. No Brasil, o programa teve início em 2020 e contempla agricultores que atuam em 650 municípios em 16 estados brasileiros. Eles estão sendo acompanhados pelo time Bayer e por uma série de parceiros de consultorias e órgãos de pesquisas. A Embrapa é um deles e, na safra 2021/2022, foi a instituição responsável pelo estudo voltado aos produtores de soja do programa.
“Os resultados foram surpreendentes e comprovam o enorme potencial do agronegócio no combate às mudanças climáticas. Ao adotar práticas agrícolas sustentáveis, os agricultores brasileiros do programa PRO Carbono alcançaram uma pegada média de carbono de 783 kg CO2 eq por tonelada de soja”, diz Adriano Anselmi, gerente técnico do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina “Este número representa uma redução de 80%, quando comparado às principais bases de dados internacionais. Os agricultores brasileiros já fazem uso amplo de práticas conservacionista e agora estamos avançando junto com EMBRAPA no desenvolvimento de metodologias de cálculo robustas e na obtenção de dados específicos a nível de talhão que comprovam o impacto desses manejos tanto na redução das emissões quanto no aumento do sequestro de carbono no solo”, acrescenta.
Atenta às demandas do mundo atual, em que os mercados consumidores estão cada dia mais exigentes quanto à sustentabilidade e rastreabilidade dos alimentos que compram, em breve, a Bayer abrirá inscrições para a 2ª edição do Coopera+ Impulsão. Trata-se de uma das iniciativas do Coopera+, programa de relacionamento da multinacional com cooperativas agropecuárias de todo o Brasil, voltado ao apoio da promoção de um ambiente de maior sustentabilidade e inovação no agro.
Uma vez abertas as inscrições, as cooperativas poderão inscrever até quatro projetos (dois de sustentabilidade e dois de inovação). Já na fase de incubação, as cooperativas finalistas contarão com ajuda do LifeHub SP, hub de inovação aberta da Bayer, que auxiliará no processo de ideação do projeto.
A Bayer acredita na inovação colaborativa como caminho para construir um futuro mais sustentável e, por isso, organiza sua estratégia de negócios a partir do conceito de inovação aberta, que conecta diferentes setores, startups e organizações para alavancar o desenvolvimento de soluções. Desta forma, a companhia quer auxiliar os produtores no desafio de produzir, de forma sustentável, alimentos que tenham qualidade e rastreabilidade para promover a segurança alimentar.
Conteúdo publicado na Revista MundoCoop edição 107
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