Reestruturação. Essa foi a palavra chave que definiu o ano de 2023, afinal, após os desafios impostos pela pandemia, presenciamos os avanços e impactos positivos da tecnologia em diversos segmentos. Agora, aproveitando o clima de renovação que acompanha o início de um novo ano, chega o momento de reavaliar as estratégias, bem como estar atento às tendências de mercado buscando solidificar o crescimento – algo que deve ser aplicado o quanto antes pelo setor industrial.
Mesmo com amplo potencial de desempenho, a indústria brasileira segue estagnada. Diferentemente de um passado onde o segmento chegou a representar, em 1970, 36% do PIB do país, atualmente, o setor vai na contramão dos demais. Dentre os fatores que justificam esses indicadores negativos registrados se destaca, principalmente, a falta de preparo dessas indústrias frente a era da transformação digital que estamos atravessando.
Ou seja, mesmo sendo de amplo conhecimento a importância do uso da tecnologia nas atividades fabris – que ganhou ainda mais protagonismo com a popularidade da Inteligência Artificial – a resistência de diversas organizações frente a esse movimento se mantém como um grande desafio. Isso porque, muitas delas permanecem com o pensamento equivocado de que tais recursos representam um custo e não um investimento, além da falta de confiança nos processos e de mão de obra especializada, que contribuem para a construção de um abismo até a aplicação da inovação.
Uma coisa é certa: para que a indústria brasileira possa reagir, é necessário que, o quanto antes, busque se atualizar frente as principais tendências de mercado. Por isso, destaco aqui três conceitos que devem fazer parte dessas organizações em 2024:
#1 Nuvem: esse não é, nem de perto, um conceito novo, porém, segue se mantendo como um dos pilares importantes no processo rumo à digitalização e inovação da empresa. Por meio do seu recurso multiplataforma, é possível garantir maior segurança e transparência dos dados e informações da empresa, além de obter maior confiabilidade na tomada de decisão. Nosso país ainda segue engatinhando nesse recurso, mas o quanto antes começar a andar, melhores serão os resultados da indústria.
#2 Inteligência Artificial: embora somente agora os olhos das pessoas como um todo estejam voltados para as possibilidades de uso com essa ferramenta, ainda há um repertório enorme de vantagens e usabilidades que podem ser agregadas no dia a dia. As organizações que aplicarem o quanto antes a IA nas suas operações, certamente, irão obter vantagem competitiva e valor agregado nos serviços prestados, com maior confiabilidade e gestão de dados.
#3 Machine Learning: investir na automatização operacional por meio de recursos como o RPA (Robotic Process Automation) e associar o aprendizado das máquinas e também é o que garante o aprendizado com experiências passadas e melhoraria continua ao longo do tempo, além de aprimorar o aprendizado em tempo real e aumentar a qualidade e engajamento do time. Afinal, ao automatizar tarefas até então realizadas de forma manual, a equipe passa a obter maior tempo para se dedicar em pôr em prática seu conhecimento, abrindo margem para a execução de projetos e demais iniciativas que auxiliem no fluxo das atividades da fábrica.
É importante destacar que todas as tendências têm em comum o fato de que são fundamentais para alavancar o desenvolvimento do setor industrial no nosso país, que, em alguns aspectos, segue atrasado. Como exemplo disso, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 12% das indústrias brasileiras utilizam maquinários das décadas de 1980 e 1990, quando a IA era uma realidade distante. O apontamento ainda mostrou que 38% dos equipamentos estão próximos ou superaram o tempo de vida sinalizado como ideal.
Obviamente, nenhuma mudança acontece do dia para a noite quando se fala em transformação. Além disso, a presença de fatores externos como os que presenciamos desde a pandemia, e conflitos de guerra envolvendo grandes potencias em tecnologia, como em Israel, têm o poder de influenciar em muito nos rumos operacionais.
Quanto a isso, não há fórmula mágica, o segredo é estar preparado. Atualmente, encontramos no mercado diversas ferramentas que auxiliam no processo de gestão e , mas de nada adianta obtê-las sem que a empresa tenha identificado quais são os pontos de melhoria que precisam de maior atenção e ter bem estabelecido o conceito de governança. Por isso, nessa jornada, contar com o apoio de uma consultoria é uma excelente estratégia, tendo em vista que o time de especialistas irá direcionar e ajudar em todas as etapas.
Todo ano novo traz consigo novas expectativas, porém, junto com ele, também é preciso estar atento aos desafios irão continuar existindo. Cada vez mais, as indústrias estarão inseridas num cenário de competitividade, o que exigirá agilidade e desempenho. Nesta perspectiva, a tecnologia sempre será uma importante aliada, mas para obter êxito, é necessário que a sua usabilidade e aplicação seja feita de forma ampla, e o quanto antes começar, certamente, melhor será.
*Marcelo Pinto é gerente de projeto da SPS Group
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