Para quem tem entre 18 e 35 anos, ao escolher um banco, a experiência de uso é um fator mais importante do que o tratamento personalizado e a segurança. É o que revela uma pesquisa realizada em seis países da América Latina pela Mambu.
Antes da personalização (10%) e da segurança (7%), na hora de optar pela instituição financeira os jovens brasileiros levam em conta uma boa experiência e facilidade de uso (ambos com 23%), experiência rápida e sem burocracia (16%) e a disponibilização de ferramentas digitais (12%).
Quem conhece os neobancos, como são chamadas as instituições que operam exclusivamente usando serviços online e sem agências físicas, sabe que a facilidade de uso é o principal argumento de persuasão.
Abertura de conta, pedido de cartão de crédito, transferências, pagamentos e compras estão ao alcance de um toque no aplicativo. São processos realizados em segundos e sem custos para o cliente, facilitando a vida de quem usufrui das comodidades do nosso tempo e sabe que a tecnologia é parceira inseparável.
Essa é uma tendência percebida também pelas redes de varejo que estão entrando no setor financeiro. Há menos de um mês, ao anunciar o lançamento do seu banco digital, um grande grupo varejista que atua no mercado brasileiro destacou a oferta de um aplicativo gratuito e intuitivo que permite ao usuário realizar de maneira rápida e eficiente operações bancárias, como pagamentos e transferências.
O que nem todo jovem nessa faixa de idade vê com clareza, e a culpa não é dele, é que as cooperativas de crédito oferecem toda essa gama de experiências, acrescida de vantagens que dificilmente ele vai encontrar em outras instituições financeiras, como relacionamento olho no olho, participação nas sobras do exercício e nas decisões, melhoria das condições de vida da comunidade ao redor e muitas outras.
Para dar um exemplo, o cooperativismo de crédito exerce impacto positivo na economia dos municípios. Um estudo da FIPE analisou variáveis econômicas antes de depois da instalação de uma cooperativa de crédito e concluiu que houve aumento de 6,3% no índice de emprego formal e alta de 15,7% no índice de empreendedorismo local. Feita em parceria com o Sicredi em 2019, a pesquisa mostra que, a cada R$ 35,8 mil em crédito concedido pelas cooperativas, uma nova vaga de emprego é criada.
A tecnologia avançou em largas passadas no setor financeiro do país. Hoje, oferecer um aplicativo fácil de usar e repleto de funcionalidade é algo obrigatório para se manter no mercado. Em outras palavras, todo mundo tem. E deixo claro que vejo isso com bons olhos, pois moderniza todo um setor. Avanços como o PIX e o open finance fazem do segmento financeiro brasileiro um dos mais modernos e dinâmicos do mundo.
O desafio, para o jovem que está começando a sua vida bancária, é conhecer o que há de bom além da tecnologia anunciada pela instituição financeira. E, para o cooperativismo de crédito, como contar isso ao jovem de forma eficiente e descomplicada.
*Marcelo Vieira Martins é CEO da Unicred União
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