Encontrar o equilíbrio ideal entre as necessidades de uma empresa e as expectativas individuais dos colaboradores é uma arte que muitos gestores sonham em dominar, mas poucos conseguem com maestria. É como tentar equilibrar uma balança com um lado repleto de metas corporativas e o outro com o bem-estar e a satisfação pessoal dos funcionários. A grande questão é: como alcançar esse ponto de equilíbrio sem que a balança penda para um lado só?
Em um ambiente corporativo funcional, o profissional deve ser capaz de se dedicar e entregar o seu melhor, o que, por sua vez, deve atender às expectativas da empresa e proporcionar realização pessoal. Um estudo da Universidade de Oxford mostra que funcionários felizes são 13% mais produtivos. Então, se você é um gestor, não seria uma boa ideia fazer com que seus funcionários se sintam felizes e realizados? Afinal, um ambiente em que ambos — empresa e colaborador — se beneficiam também leva a um aumento na produtividade e no bem-estar.
No entanto, a busca por esse equilíbrio pode ser desafiadora. Empresas passam por ciclos constantes de crescimento e retração e é justamente nesses momentos críticos que o trabalho dos gestores se torna ainda mais complexo. Conhecer as competências da equipe e saber até quando exigir sem comprometer a motivação é fundamental. E, sejamos honestos, ninguém quer ser o gestor que empurra sua equipe para um burnout, certo?
Outro ponto decisivo é a comunicação. Fundamental para gerar confiança, mas com o risco de ser uma faca de dois gumes. Transparência é importante, mas é preciso ter cuidado para não transformar a comunicação em uma fonte de insegurança. De acordo com outro estudo, da Consultoria McKinsey, 50% dos funcionários consideram a falta de comunicação clara como um grande obstáculo para o sucesso organizacional. Então, gestores, devem pensar bem antes de enviar aquele e-mail que parece um “aviso de tempestade” para a equipe!
Para garantir que o time se sinta valorizado, mesmo quando a pressão está alta, algumas práticas são indispensáveis: remuneração justa, transparência e uma liderança inspiradora. A empresa de pesquisas Gallup confirma que organizações com líderes inspiradores têm 21% mais produtividade e 22% mais lucratividade. Se você acha que seu trabalho é apenas “liderar”, talvez seja hora de repensar — um bom líder é mais um inspirador e motivador do que um mero chefe.
Tecnologia e ferramentas modernas são grandes aliadas na gestão de pessoas. Pesquisas de clima, avaliações de desempenho e investimento em desenvolvimento profissional são recursos valiosos. O trabalho remoto, especialmente em um modelo híbrido, mostra bons resultados, em que 80% dos trabalhadores remotos relatam menos estresse e 86% se sentem mais produtivos, de acordo com a Owl Labs — empresa dedicada ao trabalho remoto. Mas, como em qualquer receita de sucesso, essa alternativa não é uma solução universal. Dependendo da função e do setor, o trabalho a distância pode ser “a cereja do bolo” ou o ingrediente que deixa o prato sem sabor.
A flexibilidade no ambiente de trabalho é outro fator a ser considerado. Uma pesquisa da Global Workplace Analytics revela que empresas que adotam políticas flexíveis observam uma redução de 50% nas taxas de rotatividade. No entanto, a eficácia dessa flexibilidade depende da maturidade dos profissionais e da natureza das suas funções. Em alguns casos, a flexibilidade é um presente; em outros, pode ser um obstáculo.
Portanto, a gestão de pessoas é um quebra-cabeça complexo que exige uma abordagem estratégica e adaptável. Alinhar as necessidades empresariais com as expectativas individuais dos colaboradores é um desafio, mas com uma comunicação eficaz, liderança inspiradora, práticas de valorização e o uso inteligente de tecnologias é possível criar um ambiente em que tanto a empresa quanto os colaboradores prosperam. Afinal, o equilíbrio não é uma ciência exata, e sim mais uma arte de ajustes finos e uma boa dose de criatividade.
Se você está se perguntando se encontrou o equilíbrio perfeito, lembre-se: o caminho para o sucesso é uma jornada de ajustes e melhorias. E, como em qualquer grande obra de arte, nunca há um “ponto final” definitivo. É sempre uma questão de continuar aprimorando.
*Helen Toyama, CEO e fundadora da Persone, empresa pioneira especializada em soluções de vendas para segmento educacional.