Estão se multiplicando por aí clubes de negócios, comunidades e grupos de networking. Este é um movimento irreversível e tem sido a melhor estratégia que os líderes têm utilizado para enfrentar a solidão do seu posto. Não vou entrar aqui no mérito dos valores cobrados por acesso, muito menos dar minha opinião sobre as pessoas que agem como lobistas sem responsabilidade ou falar de quem só se preocupa em criar uma máquina de vendas que retroalimenta sua própria rede e ego.
Quero provocar você, em observar as vantagens que investir em uma sólida rede de relacionamentos pode contribuir na sua carreira e claro, nos seus negócios de maneira educativa. Com alguma frequência, nos deparamos com a necessidade de estabelecer e expandir nossas redes de contatos. Duas metodologias amplamente discutidas para atingir esse objetivo são o Networking e o Netweaving. Você sabe quais são suas diferenças, benefícios e como podem influenciar sua carreira e negócios?
Desenvolvendo conexões para avançar na carreira
Uma das coisas que eu mais escuto é que eu tenho um poderoso Networking. Sim, isso é uma grande verdade e este é o resultado de um longo investimento em eventos e agora nas redes sociais. Construir uma rede de relacionamentos é uma prática bem estabelecida, na qual nos dedicamos para conhecer novas pessoas e assim, expandir nossos contatos. Ao se conectar com pessoas com interesses em comum, podemos identificar oportunidades de negócios, troca de conhecimento e até mesmo novas amizades.
Uma das principais vantagens do Networking é a oportunidade de acessar uma ampla gama de recursos e informações, além de abrir portas para possíveis colaborações e oportunidades de carreira. No entanto, é importante ter cuidado para ser interessante e não apenas “interesseiro”, pois a base do Networking muitas vezes se concentra em “o que posso obter” de vantagem com uma conexão, o que pode limitar a profundidade e a autenticidade das relações estabelecidas.
Como criar laços verdadeiros através de conexões profissionais?
Um dos movimentos mais lindos que já tive a honra de fazer parte foi o Startup Weekend, uma rede de colaboração que ainda hoje, produz uma jornada de desenvolvimento de negócios durante 54 horas. Ou seja, nos meus fins de semana de folga eu sempre estava em algum canto do mundo, colaborando como organizador de evento, mentor, educador, facilitador e até pagava para fortalecer o ecossistema. Um movimento que nasceu na cidade de Bolder nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou por todo o mundo.
Uma das premissas que mais são compartilhadas neste movimento é o Give First. Ou seja, se todos que chegam começam servindo é possível criar um círculo virtuoso capaz de fortalecer toda a rede. Nos últimos tempos, para quem me acompanha nas redes sociais percebe que tenho ficado ainda mais tempo fora do país e recentemente ao me tornar membro de uma rede de empresários na Suíça, ouvi a expressão “Netweaving”. Que é uma abordagem baseada na colaboração e no serviço. Muito similar a cultura compartilhada na Ong UP Global, ao qual eu era membro nos primórdios do Startup Weekend.
O termo Netweaving, vem sendo popularizado por Bob Littlell, um especialista em treinamento de vendas e marketing que dedica-se à construção de relacionamentos de confiança por meio deste conceito. No artigo “The Concept of NetWeaving Is About to Explode”, Bob propõe uma abordagem mais holística e colaborativa para construir conexões. Ao invés de simplesmente buscar benefícios pessoais, os “netweavers” se concentram em como podem ajudar os outros e resolver seus problemas, sem que necessariamente isso gere algum benefício ou ganho pessoal imediato.
Essa abordagem recíproca não apenas fortalece as conexões existentes, mas também cria um ambiente de confiança e colaboração mútua. O Netweaving é fundamentado no princípio de “Paying It Forward”, ou seja, pague um favor, fazendo um favor a outro, onde a generosidade e o serviço aos outros são priorizados.
Tomada de Decisão: Networking vs. Netweaving
Ao considerar qual abordagem adotar em sua jornada profissional, é importante refletir sobre suas próprias preferências, valores e objetivos. Aqui estão algumas considerações a serem levadas em conta:
Objetivos Pessoais e Profissionais: Pergunte-se se você está mais interessado em construir conexões superficiais para avançar na carreira ou em estabelecer relacionamentos autênticos baseados em colaboração e serviço mútuo.
Estilo de Comunicação: Avalie como você se sente mais confortável ao interagir com os outros. Se preferir abordagens mais diretas e transacionais, o Networking pode ser mais adequado. Por outro lado, se valoriza relações mais profundas e significativas, o Netweaving pode ser uma escolha mais satisfatória.
Cultura Organizacional: Considere a cultura e os valores da organização em que você está inserido. Algumas empresas podem valorizar mais a abordagem colaborativa do Netweaving, enquanto outras podem preferir o Networking tradicional.
Em última análise, não há uma abordagem “certa” ou “errada”, apenas o que melhor se alinha com suas necessidades e valores individuais. Tanto o Networking quanto o Netweaving têm seu lugar e podem ser usados de forma complementar, dependendo do contexto e dos objetivos específicos.
Em resumo, ao explorar as vantagens do Networking e do Netweaving, convidamos você a considerar como essas abordagens podem impactar sua jornada profissional e pessoal. Seja qual for a sua escolha, lembre-se sempre do poder da conexão genuína e da colaboração mútua no mundo dos negócios e além.
*Edson Mackeenzy é facilitador de imersões e TEDxSpeaker
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