A economia circular é uma abordagem de gestão de recursos que tem como objetivo reduzir o desperdício e maximizar a sua eficiência, promovendo um sistema econômico mais sustentável e resiliente.
Oposto ao modelo que extrai, produz, consome e descarta, a economia circular busca manter os materiais em uso pelo maior tempo possível, minimizando a extração de recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental. E acredito que este é um modelo extremamente importante para aumentar a sustentabilidade em vários setores da economia, incluindo a construção civil.
Isso porque a geração de resíduos sólidos ainda é um dos principais problemas ambientais deste setor. Segundo a Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), o Brasil recicla apenas 21% dos resíduos da construção civil, apesar de possuir o potencial de aumentar este percentual para 98%.
O aumento da reciclagem de resíduos passa, necessariamente, pela adoção em toda a cadeia de produção, já que está diretamente ligada aos desafios ambientais e sociais que enfrentamos atualmente. Entre eles, o aumento da população mundial e a crescente demanda por recursos naturais, que colocam pressão cada vez maior sobre o meio ambiente, enquanto o desperdício e a poluição estão causando danos irreparáveis à biodiversidade e à qualidade de vida das pessoas.
A cada ano, mais de 90 milhões de unidades de pneus são descartados no país, o que equivale a 450 mil toneladas, segundo dados da Abrerpi (Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis). Cada pneu possui, em média, um tempo de vida útil de cerca de 5 a 6 anos, mostrando o grande problema que o acúmulo de pneus descartados incorretamente podem ocasionar e o tempo de decomposição dos materiais é cerca de 600 anos.
Ao meu ver, é de suma importância que empresas e a sociedade civil como um todo se unam em prol da defesa do meio ambiente. Não dá mais para produzir ou consumir produtos e serviços sem levar em consideração a sustentabilidade de todo o processo. O mundo depende de mudanças que tornem o nosso sistema mais verde e que garanta um planeta mais saudável para as próximas gerações.
Ao adotar a economia circular, empresas e governos podem promover uma abordagem mais consciente e responsável em relação aos recursos naturais e materiais. Ao invés de desperdiçar materiais, esses são reutilizados, reciclados e recuperados, permitindo a redução dos custos de produção, do desperdício e a criação de novos mercados e oportunidades.
Ela também tem o potencial de gerar benefícios sociais significativos. Melhorando a saúde e o bem-estar das comunidades, enquanto o aumento da eficiência pode resultar em maior disponibilidade de recursos para todos. Além disso, novos empregos em setores como a reciclagem e a reutilização dos materiais podem ser gerados por meio deste sistema.
Se considerarmos os desafios que enfrentamos em relação à escassez de recursos e à mudança climática. Ao adotar uma abordagem circular, podemos promover a sustentabilidade ambiental e econômica, contribuindo para o bem-estar de toda a cadeia.
A transição para a aplicação da economia circular pode ser desafiadora, mas é uma mudança necessária e urgente para garantir um futuro sustentável para todos.
*Sueli Cossuol é diretora executiva da Amera
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