As cooperativas agropecuárias redefinem o conceito de sucesso no campo, indo além dos resultados econômicos para abraçar um propósito maior: o desenvolvimento sustentável das comunidades. Com foco na gestão ambiental consciente, na inclusão social e na minimização de impactos, essas organizações, de todos os portes, integram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em suas práticas, englobando desde a garantia de trabalho justo e equidade de gênero até a segurança alimentar e a construção de resiliência climática.
Com números aproximados de 1.180 cooperativas, 1 milhão de cooperados, 257 mil empregos diretos, R$ 274 bilhões em ativos, e mais de R$ 25 bilhões em salários, benefícios e impostos recolhidos, as cooperativas agrícolas exercem um papel fundamental na economia brasileira. Elas fornecem assistência técnica, industrializam e comercializam a produção dos cooperados, gerando trabalho e renda. Responsáveis por metade dos alimentos na mesa dos brasileiros e mais de 50% da safra nacional de grãos, sua atuação abrange fruticultura, olericultura, proteína animal e sucroenergético, com mais de 70% de seus membros vindos da agricultura familiar.
Nesse cenário de fomento à sustentabilidade do agronegócio, companhias de tecnologia se juntam aos propósitos e se aliam em prol do meio ambiente. Um exemplo é o caso desenvolvido pelo grupo Tecban, líder de um consórcio de empresas no Piloto Drex do Banco Central, que permite testar a viabilidade e analisar um processo inovador envolvendo instrumentos-chave do setor agro no Brasil, como a CPR-Verde (Cédula de Produto Rural-Verde). A metodologia de tokenização proposta aumenta a eficiência e reduz significativamente os riscos do sistema, facilitando a concessão de financiamento ao produtor rural. Isso porque a emissão de um Token-CPR-Verde (Cédula de Produto Rural Verde), realizado pelo produtor, representa seu compromisso de entrega de produtos sustentáveis como contrapartida ao financiamento.
De mãos dadas com a inovação, também estão as ações no campo, que podem e devem ser praticadas com foco na agricultura sustentável, como as propostas pela PRIMA (Projeto de Reflorestamento Integrado da Mata Atlântica), que abrangem desde o respeito às leis trabalhistas, investimento em capacitação profissional, pagamento de salários justos, não utilização da mão-de-obra infantil ou trabalho escravo, até a valorização da agricultura familiar, diminuição do uso de adubos químicos, uso de técnicas que evitem a poluição do ar, solo e água, uso da agroenergia, entre outras.
Do mercado financeiro às cooperativas agrícolas: o agronegócio sustentável, com inclusão social e resiliência climática, é um compromisso social inegociável e irrevogável que todos temos com o meio ambiente.
Por Marcelo Mafra, gerente executivo de relacionamento da Tecban