• POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • CONTATO
  • MÍDIA KIT
MundoCoop - Informação e Cooperativismo
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
Sem resultado
Ver todos os resultados
MundoCoop - Informação e Cooperativismo

Cooperativismo: o exercício da coragem de não agradar – Maíra Santigo é diretora-presidente da Cooperativa Coletiva

MundoCoop POR MundoCoop
19 de agosto de 2022
ARTIGO
img 3 11

img 3 11

CompartilheCompartilheCompartilheCompartilhe

“Nunca confio em um homem que não tem inimigos.” Nassim Nicholas Taleb

Ao ler o livro “A coragem de não agradar”, de Ichiro Kihimi e Fumitake Koga, logo lembrei dos aforismos do Taleb. Habituados a buscar ser aceitos, aprovados, apreciados e reconhecidos o tempo todo (ou, ao menos, a maior parte dele), talvez percamos a espontaneidade. E a essência. Conquistar liberdade, satisfação e confiança, parece demandar boa dose de coragem para que a vida seja pautada, não em verdades convenientes, mas na sua própria verdade. O que pode vir a desagradar outros e uns.

A leitura foi veloz e gulosa. Em forma de diálogo, um jovem e um filósofo interagem, com o primeiro desejoso em derrubar as teses do segundo. Assim a abordagem da psicologia adleriana é exposta. Compartilho alguns aprendizados.

Contemporâneo de Freud e Jung, Adler pauta sua psicologia individual na teleologia, o estudo do sentido e do propósito dado às experiências. Tal abordagem se choca frontalmente à etiologia – vinculada à compreensão da relação de causalidade. O que importa não é o que aconteceu, mas o significado imputado às experiências.

“O que devo fazer é enfrentar minhas próprias tarefas, em minha própria vida, sem mentir” – simples assim. Aliás, a simplicidade da vida e o acesso generalizado à felicidade são outros pontos defendidos pelo filósofo-protagonista.

Adler afirma que “todos os problemas têm base em relacionamentos interpessoais”. Por isso, há de se separar as tarefas da vida, compreendendo o que são responsabilidade atribuídas a cada um (o couro come mesmo é quando há interferência na realização das tarefas – a assunção de responsabilidades alheias ou a interferência nas próprias atividades). As tarefas da vida se dividem em três esferas: amizade, trabalho e amor.

Nascidos com sentimento de inferioridade, é natural a nossa busca da superioridade – que se torna um complexo quando baseada em comparações ou busca de reconhecimento. Elogios e críticas seriam desnecessárias nos relacionamentos – sendo suficiente apenas o senso de gratidão. Se alguém atua visando reconhecimento, renuncia à própria liberdade e condiciona-se, tal qual um processo de adestramento – análogo à educação bancária pontuada por Freire.

A abordagem carrega dois fortes pressupostos, que podem parecer paradoxais à primeira vista: ser autossuficiente e viver em harmonia com a sociedade. O primeiro nos leva à compreensão da própria capacidade; o segundo, à crença de que as pessoas são minhas companheiras. E é deste modo que alcanço a felicidade: pela sensação de contribuição e utilidade à comunidade com a qual me comprometi. Afinal, a coletividade só se faz potente à medida que se constitui de indivíduos igualmente potentes – como isso tem sentido em nosso contexto cooperativista!

Para transformar as relações em fonte de alegria, seria preciso construir relacionamentos horizontais com um distanciamento moderado. Verticalidade pressupõe hierarquia e comando – perde-se a liberdade. Proximidade demais atrapalha – perde-se a individualidade e o senso de autossuficiência.

Portanto, para uma vida feliz, não se pode ter medo de ser detestado. Para isso é preciso coragem. “Uma pessoa só tem coragem quando é capaz de sentir que tem valor”, segundo Adler. Como sentir que tem valor sem depender de reconhecimento externo? Através da autoaceitação.

A reflexão de mais impacto em minha leitura foi essa: “Você precisa dar o primeiro passo. Talvez as outras pessoas não cooperem, mas isso não diz respeito a você. Meu conselho é: comece. Sem levar em conta se os outros são cooperativos ou não.”

Ou seja, focar em dar, para na própria ação, amplificar a ciência de sua própria utilidade. Desagradando alguns, vez por outra. Mas… decidir o que desagrada o outro não é tarefa minha – é apenas e tão somente dele mesmo. E pode ser que nada que eu faça seja capaz de mudar sua opinião.

Entender a vida mais como uma dança do que como um jogo traz uma visão de leveza e um senso de urgência. Só o que há é o aqui e o agora. Que nossa energia esteja empenhada em fazer o melhor neste momento – o que foi, não pode ser mudado; o que será, não podemos controlar. Bora dançar, botar a pele em jogo, sem perder de vista nosso compromisso coletivo. Quem sabe assim, então, cada coisa encontre o seu tempo, seu ritmo e o seu justo lugar.


*Maíra Santigo é diretora-presidente da Cooperativa Coletiva

ANTERIOR

Cooperativismo: a solução para um futuro sustentável

PRÓXIMA

Banco de dados reúne estudos sobre gestão de agroflorestas

MundoCoop

MundoCoop

Informação e inspiração para o cooperativismo.

Relacionado Posts

Denise Maidanchen é CEO da Quanta Previdência
ARTIGO

Prosperidade não é só dinheiro. E agora isso está comprovado por dados. – Denise Maidanchen é CEO da Quanta Previdência

5 de dezembro de 2025
Mara Leme Martins é Vice-Presidente do BNI Brasil
ARTIGO

A importância do networking para o crescimento de carreira em 2026 – Mara Leme Martins é Vice-Presidente do BNI Brasil

2 de dezembro de 2025
Vanir Zanatta é Presidente da OCESC
ARTIGO

Industrialização no cooperativismo – Vanir Zanatta é Presidente da OCESC

30 de novembro de 2025
David Santos é CEO da DB1 Global Software
ARTIGO

Open Finance: o desafio das cooperativas de crédito e como a tecnologia pode transformar esse cenário – David Santos é CEO da DB1 Global Software 

27 de novembro de 2025
Daniela Helena Sanzone é sócia-diretora da Joia
ARTIGO

A era da coerência: o que a COP30 ensina sobre propósito de marca – Daniela Helena Sanzone é sócia-diretora da Joia

24 de novembro de 2025
Daiane
ARTIGO

Justiça climática: o papel do Direito na proteção de comunidades vulneráveis – Daiane Tavares é advogada especialista em direito ambiental

21 de novembro de 2025

Discussão sobre post

NEWSLETTER MUNDOCOOP

* Preenchimento obrigatório

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cooperativa cafeeira vence prêmio por destaque emNegócios Internacionais
AGRONEGÓCIO

Cooperativa cafeeira vence prêmio por destaque emNegócios Internacionais

5 de dezembro de 2025
Espumantes rosés da Cooperativa Garibaldi são premiados na França
GESTÃO & NEGÓCIOS

Espumantes rosés da Cooperativa Garibaldi são premiados na França

5 de dezembro de 2025
José Luiz Tejon, Especialista em Agronegócio e Membro Editorial da Revista MundoCoop
PALAVRA DO TEJON

Coop é COP 30: ponto de partida 

5 de dezembro de 2025
LinkedIn Instagram Facebook Youtube

FALE COM A MUNDOCOOP

MundoCoop - O Portal de Notícias do Cooperativismo

ANUNCIE: [email protected]
TEL: (11) 99187-7208
•
ENVIE SUA PAUTA:
[email protected]
•
ENVIE SEU CURRÍCULO:
[email protected]
•

EDIÇÃO DIGITAL

CLIQUE E ACESSE A EDIÇÃO 126

BAIXE NOSSO APP

NAVEGUE

  • Home
  • Quem Somos
  • Revistas
  • biblioteca
  • EVENTOS
  • newsletter
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Home
  • Revista MundoCoop
  • Biblioteca
  • Newsletter
  • Quem Somos
  • Eventos
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para que os cookies sejam usados. Visite o nosso Política de Privacidade e Cookies.