Não é preciso andar muito por aí, nesta safra de soja 2022/23, no Paraná, para encontrar produtores colhendo volumes recordes. Eles estão por toda parte. Nunca demorou tão pouco para estufar de grãos o reservatório de uma colheitadeira.
Nas regiões atendidas pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, salvo algumas exceções onde faltou chuva em momentos críticos e a produtividade foi afetada, a avaliação dos técnicos é de uma safra quase perfeita, com regular distribuição de umidade.
Animados diante da expectativa de uma boa produção, os agricultores investiram mais em tecnologias para a prevenção de doenças e potencializar os resultados. Ao final, foram surpreendidos por uma temporada de chuvas torrenciais no início da colheita que causaram alguns danos, sem, no entanto, empanar o brilho da supersafra.
A cooperativa planeja receber a maior quantidade de soja de sua história, que pode passar de 2,3 milhões de toneladas, um milhão a mais em comparação ao ciclo anterior (2021/22). O grão é o seu carro-chefe, assim como também a principal cultura para os aproximadamente 20 mil produtores cooperados.
Na quinta-feira (09/03) o Rally Cocamar de Produtividade visitou alguns municípios para acompanhar a colheita.
Em Paiçandu, município vizinho a Maringá, onde mais de 40% das lavouras estavam colhidas, o engenheiro agrônomo Luiz Matheus Moncalvo, da unidade local da Cocamar, comentou que as médias têm ficado entre 170 e 180 sacas por alqueire, mas há produtores que relataram uma produtividade entre 210 e 215 sacas por alqueire. Luiz e o gerente Valdecir Frare acompanharam a equipe do Rally em visita a propriedades.
A família Luca, que produz soja em Paiçandu, Maringá, Sarandi e Itambé, fechou com média de 191 sacas nesse último município e, no começo da colheita em Paiçandu, o primeiro lote registrou 194 sacas por alqueire. “No geral, acredito que vamos ficar numa média de 180 sacas, a melhor que já conseguimos”, comenta o produtor Valter, ao lado do irmão Valdecir, do filho Jorge e do sobrinho Marcelo.
A média esperada pelos Luca, neste ano, é mais de cinco vezes superior à alcançada no ciclo passado, de apenas 34 sacas por alqueire. A forte quebra foi causada pelo prolongado déficit hídrico que devastou as lavouras principalmente nas regiões noroeste e oeste do estado. “2022 foi o pior ano, sofremos muito, mas 2023, em compensação, promete ser o melhor da história”, comenta Valter.
Ainda em Paiçandu, os irmãos João e Braulino Bologuese tinham colhido metade de seus 100 alqueires e a média passava de 170 sacas. A exemplo dos Luca, eles são produtores tecnificados e, nesta safra, investiram mais em adubação e no manejo com fertilizantes foliares Viridian, da Cocamar. “Num lote, colhemos 180 sacas por alqueire. No ano passado, tivemos que juntar a produção de dez alqueires para dar 180 sacas”, comenta João.
Em Doutor Camargo, o Rally esteve na propriedade de Nazareno Maróstica – cujas terras, na verdade, se encontram no município de Ourizona. Ele já havia colhido 70% de seus 320 alqueires. “A média geral é de 170 sacas”, afirma Nazareno, mencionando que, em alguns talhões, a produtividade atingiu o pico de 210 sacas de média.
O produtor conta que planta soja desde 1970 e esta é a melhor safra de todas, lembrando, também, que nunca houve um ano tão ruim quanto 2022. “Nem vou falar quanto colhi no ano passado, não vale a pena”, desconversa Nazareno, ele próprio conduzindo uma de suas duas colheitadeiras novas.
Segundo o técnico agrícola Fernando Smith e a engenheira agrônoma Samara Barragan, da unidade da Cocamar, que acompanharam o Rally, Nazareno Maróstica está sempre atento a novas tecnologias, faz adubação diferenciada e, a cada ano, instala campo de sementes para testar dezenas de variedades. “A gente não consegue acompanhar tudo, tecnologia é caro, mas, de qualquer forma, o desembolso é grande e tem que fazer bem feito”, completa o produtor.
Em Mandaguaçu, onde a maior parte das terras é de consistência mista, Hilário Luvizoto havia colhido um terço dos 70 alqueires da família e a média variava entre 160 e 190 sacas por alqueire. Ele estava na fila para descarregar soja na estrutura da cooperativa. “Nossa média nos anos anteriores oscilou de 140 a 150 sacas”, diz, mas não passou de 40 sacas em 2022, “um ano pra esquecer”.
Segundo Hilário, desta vez a produtividade está sendo melhor no solo misto ou arenoso, do que na própria terra roxa. “Acho que o excesso de chuvas encharcou mais a lavoura na terra roxa, não foi tão bom quanto na areia”.
Na última visita do dia, na comunidade Guerra em Maringá, acompanhado pelo gerente da unidade da Cocamar, Adilson Nocchi, o Rally teve uma certeza: o ano não poderia ter sido melhor para o produtor Cleber Veroneze.
Altamente tecnificado, Cleber investe em manejos e em rotação de culturas no inverno, sempre procurando se superar, sendo reconhecido por suas elevadas médias mesmo em anos difíceis. Como ele participa das edições deste ano do prêmio de produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) e do tradicional concurso que reúne os cooperados da Cocamar, o Rally não vai divulgar seus números, da casa dos três dígitos. É esperar para conferir.
Em seu oitavo ano, o Rally Cocamar de Produtividade tem o objetivo de identificar e valorizar as boas práticas entre os produtores cooperados da Cocamar. Seus patrocinadores: Basf, Nissan Bonsai Motors, Sicredi Dexis e Fertilizantes Viridian (principais), Cocamar Máquinas/John Deere, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar, com apoio do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), Aprosoja/PR e Unicampo (cooperativa de profissionais de agronomia).
Fonte: Imprensa Cocamar
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