A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 288,1 milhões de toneladas em 2023, segundo o primeiro prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quarta-feira (09/11) pelo IBGE. Esta produção significa um novo recorde na série histórica iniciada em 1975 e representa um aumento de 9,6% em relação às estimativas de 2022, ou 25,3 milhões de toneladas a mais.
O aumento da produção deve-se, principalmente, à maior produção prevista para a soja (19,1% ou 22.783.143 toneladas), para o milho 1ª safra (16,8% ou 4.273.026 toneladas), para o algodão herbáceo em caroço (2,0% ou 82.558 toneladas), para o sorgo (5,7% ou 160.057 toneladas) e para o feijão 1ª safra (4,9% ou 53 514 toneladas).
“Esse crescimento é devido à recuperação das produções afetadas em 2022, principalmente a soja que teve perdas na safra do verão nos estados do Paraná, do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul. Tudo indica que vamos recuperar, a soja tem uma estimativa de 142,2 milhões de toneladas com crescimento de 19,1% em relação a 2022. Também tivemos perdas no milho de primeira safra. O milho terá uma produção de 114,5 milhões com expansão de 3,7%. Tivemos uma segunda safra em 2022 muito boa, com recorde da série histórica”, analisa o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Foram estimados declínios na produção para o arroz (-3,5% ou -374.380 toneladas), para o milho 2ª safra (-0,2% ou -163.690 toneladas), para o feijão 2ª safra (-9,5% ou -124.796 toneladas), para o feijão 3ª safra (-3,7% ou -24 607 toneladas) e para o trigo (-12,1% ou -1.155.066 toneladas).
Com relação à área prevista, apresentam variações positivas a soja em grão (1,2%) e o milho em grão 1ª safra (0,9%), e variações negativas para o arroz em casca (-4,1%), o milho em grão 2ª safra (-0,6%), o sorgo (-1,5%), o feijão 1ª safra (-1,4%), o feijão 2ª safra (-0,1%), o feijão 3ª safra (-0,5%), o algodão herbáceo em caroço (-0,1%) e o trigo (-1,6%).
A produção deve crescer no Paraná (28,4%), no Rio Grande do Sul (52,5%), em Goiás (1,6%), no Mato Grosso do Sul (8,4%), em Minas Gerais (2,3%), em Santa Catarina (15,2%), no Tocantins (7,0%) e em Rondônia (4,1%), apresentando declínio no Mato Grosso (-0,3%), em São Paulo (-6,5%), na Bahia (-3,3%), no Maranhão (-2,4%), no Piauí (-4,8%), no Pará (-3,3%) e em Sergipe (-0,1%).
A pesquisa também divulgou a estimativa de outubro para a safra de 2022, com previsão de recorde de 262,8 milhões de toneladas, 3,8% (ou 9,6 milhões de toneladas) maior que a obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas) e 0,3% (ou 898.911 toneladas) acima da estimativa de setembro.
Em termos de área a ser colhida, a estimativa é de 73,3 milhões de hectares, 6,8% maior que em 2021 (mais 4,7 milhões de hectares) e 0,1% (51.991 mil hectares) maior que o previsto em setembro. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida.
“A produção de 262,8 milhões é recorde da série histórica assim como a produção de milho (110,4 milhões de toneladas) e a de trigo (9,6 milhões de toneladas). A soja foi novamente afetada por problemas climáticos no Paraná, Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, com falta de chuvas impactando a produtividade e gerando um declínio anual de 11,5%”, diz Barradas. No comparativo com o ano anterior, houve aumento de 10,4% na área do milho, sendo 6,8% no milho 1ª safra e 11,7% no milho 2ª safra, além de alta de 4,8% na da soja e de 10,8% na do trigo, ocorrendo declínio de 2,6% na área do arroz.
Quando se leva em consideração a produção, o LSPA mostra um aumento de 15,2% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,6% para o trigo e de 25,7% para o milho, com redução de 1,1% no milho na 1ª safra e aumento de 36,8% no milho na 2ª safra. Houve decréscimos de 11,5% para a soja e de 8,1% para o arroz em casca.
Também divulgada nesta quarta (09/11) pelo IBGE, a Pesquisa de Estoques mostrou alta de 3,0% no total de capacidade útil disponível para armazenamento no Brasil, no primeiro semestre de 2022 frente ao semestre anterior, chegando a 188,8 milhões de toneladas.
O Mato Grosso continua possuindo a maior capacidade de armazenagem do país, com 46,9 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul e o Paraná aparecem logo depois, com 35,1 e 32,9 milhões de toneladas de capacidade, respectivamente.
Quanto aos tipos de armazenamento, a pesquisa mostrou que os silos seguem predominando, tendo alcançado 96,1 milhões de toneladas (50,9%) da capacidade útil total. Na sequência, aparecem os armazéns graneleiros e granelizados, que atingiram 70,0 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, com 22,6 milhões de toneladas.
Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. O LSPA está disponível no Sidra.
Pesquisa de Estoques
A pesquisa, que abrange todo o país, tem o objetivo de fornecer informações estatísticas sobre volume e distribuição espacial dos estoques de produtos agrícolas armazenáveis básicos, além das unidades onde são guardados. Os dados levantados pela Pesquisa de Estoques são essenciais para gestores públicos e privados e têm relação com questões de segurança alimentar. As informações são fornecidas pelo proprietário, funcionário capacitado ou contador do estabelecimento pesquisado e são respondidas de forma presencial, por telefone, e-mail ou por meio de questionário online. Os resultados são divulgados a cada semestre. Os dados estão disponíveis no Sidra.
Fonte: Agência IBGE de Notícias
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