Uma plataforma para celular vem agregando agilidade, eficiência e economia à atividade agrícola gaúcha. Lançada há pouco mais de um ano, a Smartcoop leva o mesmo pacote tecnológico de ponta utilizado por grandes empreendimentos também a pequenas propriedades.
A ferramenta integra um mix de serviços que inclui 45 estações de previsão meteorológicas, dados de velocidade dos ventos e umidade relativa do ar, além da análise da situação da propriedade por imagens de satélite a cada talhão. Por meio do aplicativo, também é possível negociar a própria safra e locar ou vender máquinas e implementos.
A plataforma foi criada para permitir às cooperativas agropecuárias ingressarem no ecossistema de inovação digita. As ações das cooperativas eram muito incipientes, conta Guillermo Dawson Júnior, que integra o conselho gestor da Smartcoop.
Cerca de 5 mil produtores associados a cooperativas ligadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS) já fazem uso da plataforma. Desses, em torno de 70% têm propriedades com área inferior a 100 hectares.
“São famílias que, sem a plataforma, não conseguiriam acessar esse grau de inclusão digital, detalhamento de informação e eficiência de gestão. Quanto mais o produtor abraça esse projeto, verificamos mais inclusão e mais competitividade. É a democratização da agricultura 4.0, que antes estava restrita a poucos“, destaca Dawson.
O aplicativo conecta, ainda, 800 técnicos agrícolas que, mesmo a distância, conseguem auxiliar no manejo adequado das lavouras com riqueza de detalhes e cuidados minuciosos.
De acordo com Dawson, a ferramenta, que tem potencial para alcançar todos os 171 mil produtores ligados às cooperativas filiadas à FecoAgro, é fundamental para aumentar o acesso à assistência técnica, uma vez que viabiliza o controle de pragas e invasoras a distância.
“Imagine quanto custa a presença de um técnico em uma propriedade distante, considerando uso de veículo, combustível e telefone. Agora, pense que na Smartcoop o técnico está sempre junto do produtor sem estar lá”, justifica.
Apesar de ainda ter muito a crescer, a nova plataforma já é a maior em número de usuários em operação no país, acima de outras que estão há bem mais tempo no mercado. Conforme Dawson, isso se deve à capilaridade das cooperativas associadas e à qualidade das informações disponíveis. Segundo ele, a FecoAgro, ao assumir o projeto de construir uma plataforma digital a partir de uma ideia de cooperação, utilizando-se dos conhecimentos de dirigentes e técnicos de 30 entidades, criou um produto de difícil imitação, uma vantagem competitiva sustentável.
O sucesso da iniciativa se materializa nos benefícios diretos à produção da Agro Antonello, no município de Bozano, no noroeste gaúcho. Com 150 hectares, a propriedade conduzida por Tiago João Antonello e o pai, Valmir, desenvolve as culturas de soja, milho, trigo e aveia, que são comercializadas junto à Cotribá, de Ibirubá.
“Uso o aplicativo desde que foi lançado, e acompanhei as atualizações desse software. A ferramenta ajuda muito na comercialização dos meus produtos, pois me permite visualizar o saldo que tenho, as cotações, estoque e até mesmo lançar ordens de venda”, comemora Antonello.
Segundo ele, a ferramenta coloca a cooperativa na palma da mão. Agora, a ideia é explorar ainda mais os recursos disponíveis, como o Propriedade Digital, transferindo as informações do caderno de campo e as atividades do dia a dia para dentro do sistema.
”Estou aprendendo e gostando muito, pois carrego comigo todas as informações necessárias para ter agilidade na tomada de decisões. Em breve vou compartilhar os dados com o agrônomo que assiste a propriedade e, assim, colher ainda mais frutos com essa tecnologia”, completa o agricultor.
Fonte: Jornal do Comercio
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