O evento integra um movimento internacional para superar o desafio de alimentar o mundo nas próximas décadas, trazendo o tema geral “Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Sustentabilidade” para o foco das discussões.
Chegando em sua 5º edição, o GAF, realizado a cada dois anos, reuniu mais de 60 países e 200 mil participantes. Entre eles, líderes políticos, empresariais, pesquisadores e membros da sociedade do agronegócio do Brasil e do mundo para discutir o futuro do setor no planeta.
Ministros como Paulo Guedes, da Economia, Fábio Faria, das Comunicações, e Ciro Nogueira, da Casa Civil, e da Agricultura, Marcos Cordeiro, e da Mulher, Cristiane Britto, participam do início do GAF 22 o ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Após a abertura, o painel The Challenge To Feed The World in 2050 trouxe o destaque para as soluções que precisam ser pensadas de forma coletiva para garantir a segurança alimentar do mundo.
Na ocasião, a presidente e CEO da CropLife International, Giulia Di Tommaso, destacou que o papel de grandes países produtores, como o Brasil, é compartilhar o seu know-how com aqueles que estão começando a desenvolver uma agricultura de alto nível. Além disso, reforçou que o acesso as tecnologias é uma questão muito importante, tornando essencial que existam politicas melhores para garantir que as tecnologias e inovações cheguem aos produtores de forma mais rápida e eficaz. “É importante que o olhar para a inovação envolva também a colaboração e identifique uma nova abordagem, cocriando soluções e parcerias. Os produtores são os lideres que podem promover as mudanças”, declarou.
O painel também contou com a participação do adido agrícola do Consulado dos Estados Unidos no Brasil, Nicolas Rubio, que falou sobre o impacto das mudanças climáticas nos sistemas de produções, interferindo na meta de garantir a segurança alimentar. “Segurança alimentar é um desafio global, que precisa de todos os países trabalhando juntos para esse fim”, disse. Ainda, o economista-chefe da Câmara de Comércio Agrícola da África do Sul, Wandile Sihlobo, apresentou o cenário atual do país, onde a agricultura representa 23% do PIB. Ele também frisou que auxiliar as comunidades e os países a melhorem a produtividade é uma questão primordial no mundo, explicando que a capacidade de compra e sustentabilidade estão no centro da questão da segurança alimentar.
Urgências globais
No encontro, o GAF apresentou rodadas de painéis simultâneos divididos como arena sustainability, arena innovation, arena global e arena fórum.
Com a presença do fundador da Granja Faria e presidente da Insolo, Ricardo Faria, o diretor da Usina São Francisco e idealizador da Native, Leontino Balbo, diretor de desenvolvimento agrícola do Instituto Nova Era, Roberto Pini, e mediação da presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Cristina Vendramini, o destaque foi para a sustentabilidade.
Ricardo trouxe para o público a atuação da Granja Faria, maior produtora de ovos do Brasil. Em sua fala, ele destacou o impacto do 5g nas fazendas, que leva a facilidade de gestão dos equipamentos ao longo de áreas tão extensas. Além disso, Ricardo dividiu sua experiência em relação aos defensivos agrícolas, evidenciando a necessidade de capacitação de todos os envolvidos para garantir o sucesso. “Um processo continuo de crescimento, é um processo continuo de conhecimento”.
Após, Leontino colocou em foco a importância da integração da agricultura com a natureza e práticas ecologicamente compatíveis entre si. Ele conta que a evolução dos organismos vivos ao longo da história se deu por colaboração e quando a agricultura é isolada como um elemento apenas químicos, os animais são impedidos de colaborarem com as plantas, afetando drasticamente o desenvolvimento, seus resultados e todo um ecossistema. “Eu não vejo a natureza, eu sou parte da natureza. Eu preciso estudar a natureza para entender como funciona”.
Ao fim, Roberto destacou que a sustentabilidade na agricultura só existe se for ambienta, econômica e social. Ele conta que a agroecologia tem um viés social muito alto e emprega muito mais pessoas que a agrologia tradicional, além de aumentar a fertilidade do solo e, consequentemente, a produtividade. Assim como a atividade agroflorestal, que é benéfica para pequenas famílias, parcerias e associações que geram emprego e renda. Contudo, ressalta que muita gente ainda não tem a visão de que novas alternativas e paradigmas sejam possíveis. “Nosso desafio é mostrar isso ao mundo”.
Teresa encerra o debate reforçando a importância de se criar uma nova visão sobre o agro brasileiro.
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