Cooperativismo se consolida como chave do sucesso do agronegócio paranaense

Laércio Dalla Vecchia, produtor rural no município de Mangueirinha, sempre trabalhou com o agronegócio. Filho de pais agricultores, trabalhar no campo, para ele, sempre foi algo natural.

“Eu já era agricultor quando criança, porque minhas brincadeiras eram na terra, de fazer minha horta e cultivar. Hoje eu passo essa paixão e esse amor para meus filhos”, diz Laércio Dalla Vecchia.

Em 2016, Laércio participou de um concurso na Cooperativa Coamo e ganhou uma viagem para a Alemanha. Quando voltou da experiência internacional, tinha certeza que conseguiria aumentar significativamente a produtividade da sua propriedade. O sonho foi frustrado e, ao invés dos 97 sacos por hectares, ele colheu apenas 81.

“A natureza não aceita propina. Para aumentar a produtividade, eu precisei compreender que a terra precisa ter condições físicas e biológicas. A partir desse conhecimento, adotamos em nossa propriedade as boas práticas agrícolas que definiram o sucesso da produção seguinte”, aponta Laércio Dalla Vecchia.

Alguns anos depois, em 2020, Laércio foi o campeão brasileiro de produtividade de soja. Associado há 20 anos da Coamo, ele conseguiu colher mais de 118 sacas de soja por hectares. Só que essa conquista não representa o que o produtor rural efetivamente busca em seu dia a dia.

“A agricultura brasileira está passando por alguns momentos de adaptação, e nós estamos com as margens apertadas. Com os custos altos, precisamos cuidar do solo e dar tempo para as plantas para ter o retorno. Por isso que eu compartilho o que sei sobre o solo e os cuidados com a terra para mais pessoas nas redes sociais”, ressalta Laércio Dalla Vecchia.

O perfil dele no Instagram, por exemplo, tem mais de 120 mil seguidores. Todos os dias, ele explica questões agrícolas de maneira simples e facilitada para seus seguidores, dando dicas para melhorar o cultivo e a produção.

Cooperação é o carro-chefe da agricultura paranaense

Assim como Laércio coopera com mais agricultores contando suas escolhas e segredos nas redes sociais, a produção agrícola paranaense é feita de parcerias e bons negócios.

O estado conta com 12 cooperativas agrícolas entre as maiores do mundo. O ranking da World Cooperative Monitor inseriu as empresas: Coamo Agroindustrial Cooperativa, C.Vale Cooperativa Agroindustrial, Lar Cooperativa Agroindustrial, Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Cooperativa Integrada, Cooperativa Agrária Agroindustrial, Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, Frísia Cooperativa Agroindustrial, Cocari Cooperativa, Agropecuária e Industrial, Coopavel Cooperativa Agroindustrial, Coasul Cooperativa Agroindustrial e Capal Cooperativa Agroindústria na lista de maiores e mais rentáveis cooperativas do mundo.

A Coamo ocupa a 7ª colocação, sendo a melhor posicionada no estudo. As cooperativas citadas estão, majoritariamente, instaladas na região oeste do estado. Porém, todas elas conseguem atender agricultores e cooperados em um raio muito maior.

O agricultor de Mangueirinha, cooperado da Coamo há mais de 20 anos, concorda com a importância do cooperativismo no Paraná. Segundo ele, são as cooperativas que ajudam muitos agricultores, que às vezes têm dificuldade de acesso à informação e capacitação.

Isso porque, a agricultura familiar do estado representa 28% do valor bruto da produção agropecuária. Dessa maneira, pequenas propriedades precisam de auxílio para crescer e produzir mais. Ao fazerem parte de cooperativas agropecuárias, tais famílias efetivam a melhoria da produção, bem como recebem treinamentos sobre todo o processo produtivo.

Para os cooperados, independentemente do tamanho de suas propriedades, as cooperativas atuam como suporte de assistência técnica, melhores preços dos insumos, bem como a distribuição de lucros.

Importância das cooperativas para o Paraná

As cooperativas agrícolas respondem, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, a mais de 60% de toda a produção da agricultura estadual. Os produtos delas são exportados para mais de 100 países, levando o nome e o resultado da produção local para o mundo.

Entre o período de 2019 a 2023, como aponta o relatório do Sistema Ocepar, as cooperativas cresceram muito, especialmente as sete maiores do estado. Prova disso é que nos quatro anos medidos, houve um salto de 148% na distribuição de lucros e sobras para os cooperados, apontando para um caminho de sucesso para as cooperativas e para seus cooperados.

Tantos dados têm colocado as cooperativas paranaenses no centro do agronegócio, sendo referência para outros modelos dentro e fora do país.

Fonte: G1