O cooperativismo apresentou as principais demandas do movimento que podem ser viabilizadas pelo ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, no último mês de abril. A pasta é responsável por programas e políticas públicas direcionadas à agricultura familiar e ao cooperativismo.
O Sistema OCB conta com 1.170 cooperativas do Ramo Agro, que reúnem 1 milhão de associados e empregam 239 mil pessoas diretamente.
O fomento à produção sustentável; o processamento e industrialização de alimentos; a valorização das cooperativas como instrumentos de geração de economia de escala e agregação de valor à produção; o acesso as novas tecnologias, à assistência técnica e à extensão rural foram os principais temas levantados.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, argumentou sobre a expressividade do segmento, apresentou números e defendeu mais recursos para o setor.
“Atualmente, 71,2% dos produtores de cooperativas são da agricultura familiar e temos mais de 9 mil profissionais dedicados à assistência técnica e extensão rural. Metade da produção agropecuária nacional passa pelo cooperativismo. Produzimos 75% do trigo, 52% da soja, 55% do café, 46% do leite, 53% do milho, 35% do arroz, 43% do feijão e 50% da proteína suína. Além do mais, 64% dos nossos produtores recebem assistência técnica, quando apenas 20,2% dos que produzem foram do cooperativismo são assistidos. Por estes e outros fatores, defendemos o fortalecimento da atual política de crédito e seguro rural”, asseverou Márcio Freitas.
Segundo ele, as políticas agrícolas precisam aumentar o volume de recursos e propor taxas de juros mais compatíveis com o retorno das atividades no meio rural, bem como fortalecer os mecanismos de proteção como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
O presidente ressaltou também a necessidade de construir entendimento sobre temas relacionados aos cadastros da agricultura familiar como a Declaração de Aptidão ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).
“O cooperativismo pode atuar como instrumento para disseminar estes mecanismos, assim como colaborar com desafios do presente e do futuro em relação ao tema”, pontou.
A manutenção do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi outro item defendido pelo cooperativismo, que tem se consolidado como um dos protagonistas da iniciativa. “Queremos continuar contribuindo, porque é uma via de mão dupla: enquanto os produtores rurais ganham acesso a importantes mercados, o poder público fortalece o combate à fome e à pobreza”, declarou o presidente.
O líder do movimento cooperativista solicitou ainda o aprimoramento do Selo Biocombustível Social (SBS), com foco na cadeia produtiva da agricultura familiar do cooperativismo.
“O selo auxilia tanto a sustentabilidade como a inclusão produtiva e social dos agricultores familiares fornecedores de matéria-prima para a produção de biocombustíveis. Nesse sentido, sentimos a necessidade de um ponto de diálogo sobre o tema no ministério. Além disso, nos colocamos à disposição para contribuir e participar das discussões no âmbito do comitê técnico”, salientou.
O ministro Paulo Teixeira enfatizou que o cooperativismo é essencial para o bom andamento dos programas da pasta como o PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
De acordo com ele, há necessidade de mais recursos para os dois programas como forma de fortalecer as iniciativas. Em relação ao Selo Biocombustível Social, ele declarou que o governo pretende ampliar a produção do combustível dentro da agricultura familiar e as cooperativas também serão fundamentais nesta empreitada.
Teixeira revelou que no próximo Plano Safra – com previsão de lançamento para maio – há previsão de estímulo extra aos que produzem alimentos e bioinsumos com a oferta de juros melhores.
Cooperativismo
De acordo com Caio Magri, colunista do Planeta Campo as cooperativas tem de ser exaltadas pelos empregos que estão gerando.
“Sem dúvidas o cooperativismo é papel fundamental dentro do nosso agronegócio. É o principal exportador de alimentos e traz renda não só ao produtor mas também para a economia”, destaca.
Ele diz que a mudança para uma agricultura sustentável dentro do Brasil passa pela ação das cooperativas em relação ao tema.
“Hoje nós já vemos muitas cooperativas investindo nesse setor. Se elas derem o exemplo, a tendência que o produtor “comum” adote essas práticas é muito maior”.
Magri finaliza manifestando apoio do Instituto Ethos às cooperativas para que haja uma parceria entre as organização em prol de uma produção ainda mais sustentável em todo Brasil.
Fonte: Planeta Campo
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