O agro está em movimento, se modernizando e fortalecendo ao longo dos anos. Cada vez, o setor tem se tornado exemplo de sustentabilidade e pioneirismo, principalmente no Brasil, onde os números não param de crescer, elevando o protagonismo do país no cenário mundial. Foi para falar dessas conquistas e dos próximos desafios, que o Congresso Andav chegou à sua 12ª edição com recordes.
Reunindo mais de 12 mil participantes, o evento – realizado entre os dias 8 e 10 de agosto no Transamérica Expo Center, em São Paulo – contou com a presença de 220 marcos, em 160 empresas expositoras. Entre os destaques, novidades em soluções para a colheita, gestão da lavoura e muito mais. O Andav contou com a realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav).
Reforma tributária
Mais uma vez, o Andav não foi apenas marcado pelo fechamento e parcerias e negócios, mas também um palco para discutir os principais temas de interesse do setor agro. De olho no cenário econômico, que influencia diretamente nos resultados desse mercado, a reforma tributária foi destaque, principalmente no que se refere aos impactos para o produtor rural.
Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), se mostrou otimista, mas com ressalvas em relação ao cenário atual. Segundo ele, o atual texto não pode gerar benefícios apenas a um lado da balança. Nesse sentido, Fernando Zupirolli, presidente da Câmara Legislativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ponderou que as leis complementares não onerem o capital de giro com o sistema cumulativo de créditos. A diretora do Sindiveg, Eliane Kay, disse que o setor tem que atuar em defesa da cadeia do agronegócio como um todo, com foco na isonomia tributária em todos os seus elos.
O futuro é agora
Exemplo para diversos países, o Brasil tem sido destaque na agenda mundial que busca expandir a produção agro, sem impactos ao meio ambiente. Para isso, técnicas inéditas par algumas áreas do globo, tem deixado de ser apenas uma teoria para virar uma prática, implementando sistemas de cultivo que garantem o uso e recuperação do solo no prazo de 1 ano, sempre promovendo um ciclo de renovação da terra.
Além disso, a busca por um país mais independente em diversos campos tem sido uma agenda forte dentro do setor. Entre eles, no mercado de insumos. Após incertezas durante a pandemia e os primeiros meses da Guerra na Europa, o setor está em uma fase de recuperação, com as cooperativas desempenhando um papel fundamental nessa recuperação.
Segundo divulgado durante o Congresso Andav, o mercado de distribuição de insumos agropecuários alcançou um faturamento de R$ 145,3 bilhões em 2022. Desse montante, a área de insumos representou R$ 105 bilhões, enquanto a comercialização de grãos foi de R$ 40,3 bilhões. Na área de insumos, os estados com maior participação foram Mato Grosso (23%), Minas Gerais (22%) e Paraná (14%). Em termos de cultura, a liderança fica com a soja (55%), seguido por milho 2ª safra (20%). Por setor, os defensivos agrícolas responderam pela maior fatia (46%), seguido por fertilizantes (26%) e sementes (17%),
O levantamento faz parte da 8ª Pesquisa Nacional da Distribuição, uma iniciativa da Andav e organização da Markestrat. “A pesquisa avalia oito temas fundamentais para o mercado da distribuição de insumos agropecuários, contribuindo para o entendimento do cenário nacional e regional e para o planejamento das estratégias de negócios e de atendimento de nossos associados. É uma visão ampla para compreender as oportunidades e os desafios”, disse o presidente executivo da Andav, Paulo Tiburcio, em comunicado à imprensa.
Oswaldo Abud, presidente do Conselho Diretor da Andav, destacou em Plenária que um olhar para o futuro reflete a resiliência do distribuidor de insumos agropecuários e seu papel relevante nesse processo de intensas transformações pelos quais passam o agro e o mundo. “Os Distribuidores têm apresentado um admirável poder de superação. O poder do nosso segmento está na colaboração e compartilhamento de informações, construção de objetivos comuns e enfrentamento dos desafios, impulsionando e contribuindo com o desenvolvimento do agro”.
Costurado a este cenário, o futuro sustentável do agro brasileiro foi outro grande protagonista das discussões. Em palestra de abertura, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros destacou a excelência do setor, que foi devidamente testado em sua eficiência, pois “o melhor teste para saber se é eficiente é a exportação”. Para Barros, o agro sustentável será construído com a conexão e diálogo entre o poder público e sociedade, e que “entender que a parte mais fácil do pulo do agro para o ponto mais elevado da escala foi dado. Para se manter nessa condição, é necessário investir em melhoria da qualidade e preservar o que tem de especial no agro. E isso é muito mais difícil do que ter chegado até aqui”.
A Plenária do Congresso Andav 2023 contou com a participação de mais de 40 especialistas dos setores do agro, economia, finanças, direito, agronomia, pesquisa, marketing e comunicação, entre autoridades governamentais, CEOs, proprietários e outros.
O Congresso Andav 2024 será realizado entre 6 e 8 de agosto do próximo ano.
Por Redação MundoCoop, com informação de Imprensa Andav
Discussão sobre post