“Apesar dos 13 anos de existência, ainda estamos no início de nossa caminhada”, considera a agricultora Lucilene Sousa, presidente de uma cooperativa com 174 pequenos produtores, a maioria mulheres de povos tradicionais, especialmente de origem quilombola, em Santarém e Mojuí dos Campos, oeste do Pará. A Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar de Santarém (COOPAFS) trabalha com um projeto de hortas orgânicas, ensinando o processo e a importância da alimentação natural nas escolas.
“O trabalho está apenas começando e os sonhos são grandes, temos muitas lutas pela frente, entre elas fortalecer a cooperativa e seus cooperados, principalmente no fomento a geração de renda e valorização de produtos no mercado. Então, o apoio técnico da Emater com a nossa documentação para acesso a políticas públicas, e com a Sedeme nos apoiando através da rodada de negócios, fechamos em junho deste ano uma parceria com uma rede de supermercados e uma empresa de hotelaria de Santarém”, disse a presidente da COOPAFS.
No Pará, a Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Pará (OCB/PA) contabiliza mais 260 mil cooperados, empreendendo por meio de 232 cooperativas. Em 2020, o número era de aproximadamente 101 mil.
O titular da Sedeme, Paulo Bengtson, reforça que a iniciativa demonstra o compromisso do governo com o desenvolvimento econômico sustentável do estado. “Isso inclui a implementação de políticas públicas visando à verticalização das cadeias produtivas, com foco no fortalecimento do modelo cooperativista. Além disso, busca-se estimular a abertura de novos mercados e ampliar a visibilidade de produtos e serviços da sociobiodiversidade, gerando emprego e renda. Essas ações têm um impacto significativo na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, ressaltou.
Ações
A Diretoria de Cooperativismo, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), criada em maio de 2023, tem atuado em parceria com instituições públicas e privadas.
“Nossas iniciativas têm sido em direção à Diretriz do PPA no que tange a estimular a geração de renda dos cooperados mas também o crescimento da cooperativa, tendo em vista a geração de empregos. Visitamos as cooperativas nas regiões e municípios previstos no nosso plano, e, com entrevistas e reuniões individualizadas, mapeamos as necessidades de verticalização, assim como estimulamos o fortalecimento da organização socioprodutiva da cooperativa visando a produtividade e incorporação de mais cooperados da comunidade local ao empreendimento, fortalecendo a geração de renda. Também buscamos, junto com cada cooperativa, identificar oportunidades de diversificação de produtos dentro das potencialidades que as cooperativas já possuem”, explica a diretora de Cooperativismo da Sedeme, Ticianny Santos.
Incentivo
Em Floresta do Araguaia, município do sudeste paraense conhecido como “a capital do abacaxi”, a Cooperativa dos Agricultores de São Francisco (Cooasafra) começou a fornecer os produtos dos 22 cooperados para uma rede supermercadista da capital, Belém, a partir de uma rodada de negócios realizada pela Diretoria de Cooperativismo da Sedeme.
“A gente teve muito apoio, conquistamos o Crédito do Produtor, além de energia trifásica para o melhoramento da nossa agroindústria. Com a criação da Diretoria do Cooperativismo, essa relação com a Sedeme se fortaleceu ainda mais. Temos pessoas que estão mais voltadas, mais focadas diretamente para o cooperativismo, então vem melhorando muito, a gente vem conseguindo dialogar bastante, até porque o cooperativismo está ficando mais reconhecido e as pautas do cooperativismo vêm avançando mais, porque tem uma diretoria que procura se dedicar a essas pautas”, comentou Ronildo Pereira, diretor comercial da Cooasafra.
Benefícios
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) entrega o CAF (Cadastro da Agricultura Familiar) para agricultores familiares e cooperativas. O CAF proporciona acesso às políticas públicas voltadas à agricultura familiar, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) para fins de acesso ao crédito rural. Além de permitir a comercialização dos alimentos produzidos por eles por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o programa nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerando mais renda às famílias.
“O cadastro nacional da agricultura familiar é essencial para que as famílias tenham acesso às políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, e demais benefícios que contribuem para o desenvolvimento da cadeia, geração de renda e emprego para o nosso Estado”, Joniel Abreu, presidente da EMATER.
Fonte: Agência Pará
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