A nova edição do Radar Agtech Brasil 2022, elaborado pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens, mostra que o número de startups do agro continua a crescer no País. Segundo o levantamento, no ciclo 2021/22 foram contabilizadas 1.703 agtechs em atividade. O resultado representa um aumento de 8,20% em relação às 1.574 startups do agro registradas em 2020/21.
Do total de agtechs, 242 atuam “antes da porteira”, em áreas como crédito rural, seguro e créditos de carbono (61 empresas) e fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal (53 empresas). No segmento “dentro da porteira”, 705 startups elaboram soluções voltadas, em grande parte, para sistemas de gestão da propriedade rural (173 empresas) e plataformas integradoras de sistemas/bases de dados (122 empresas).
No entanto, a pesquisa indica que a maioria das agtechs, ou seja, 756 empresas (44,40% do total), estão focadas no desenvolvimento de soluções para problemas “depois da porteira”, inclusive na área de tecnologia aplicada a alimentos, que atualmente envolve 281 startups.
Nesse contexto, dados do Radar Agtech e da Agfunder mostram que, em nível global, os investimentos nas chamadas agfoodtechs atingiram US$ 51.7 bilhões em 2021, número que supera em 85% a cifra de US$ 27.8 bilhões obtida no ano anterior.
Ainda no segmento “depois da porteira”, 123 empresas estabelecem “marketplaces” e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários.
Investimentos
Quanto aos investimentos totais “antes, dentro e depois da porteira”, o Radar aponta que 2022 está sendo um ano bem mais proveitoso para as startups em comparação a 2021, em um cenário de maior estímulo ao ambiente empreendedor e de maior segurança jurídica, mediante a aprovação de algumas normas. O estudo indica que as startups brasileiras do agro receberam US$ 122.9 milhões somente no primeiro semestre do ano, e isso representa quase o mesmo valor de 2021, ocasião em que foram investidos US$ 125.9 milhões.
Para Leonardo Alvarenga, CEO do SNASH, o hub de startups da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o crescimento das agtechs no Brasil está sendo estimulado pela necessidade de aumento da produtividade e eficiência no agronegócio.
“É uma grande tendência o desenvolvimento do open innovation dentro das grandes empresas, muitas vezes utilizando-se da ajuda de hubs de inovação para criar frentes de trabalho que resolvam as dores de suas atividades. As startups atuam como os agentes de inovação nesse cenário, e os ecossistemas, como é o caso do SNASH, são importantes catalisadores para que os projetos sejam bem-sucedidos”, destacou Alvarenga.
Ranking e mercados
Com relação à distribuição geográfica das agtechs no Brasil, o Radar Agtech informa que grande parte das empresas (87%) estão concentradas nas regiões Sudeste e Sul.
São Paulo tem 800 startups do agro, que representam 47% do total no País. Em seguida estão Paraná, com 176 empresas; Minas Gerais, com 154; Rio Grande do Sul (133) e Santa Catarina (128). Já os estados do Acre, Alagoas e Rondônia ainda não possuem agtechs.
O Radar destaca ainda que os mercados de insumos biológicos, as agfintechs, os marketplaces para o agro e as “climatechs” deverão atrair um grande volume de investimentos nos próximos anos.
Fonte: Valor / Equipe SNA
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