O CNMA – Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio encerrou sua 7ª edição com resultados extraordinários. O evento, que foi realizado nos dias 26 e 27 de outubro, no Transamerica Expo Center em São Paulo, recebeu mais de 2500 congressistas que se reuniram para debater o tema “Coordenação das cadeias produtivas no agronegócio, a década decisiva!”, que norteou a programação do encontro.
Durante dois dias as participantes acompanharam uma série de ações que destacaram a contribuição das mulheres como aceleradoras das inovações que conduzem o agronegócio no Brasil e no mundo. Foram oito mesas-redondas, que debateram temas de relevância; a Arena do Conhecimento, dedicada aos patrocinadores e convidados especiais, com experiências, talks show e cases de sucesso.
ONG Cidades Sem Fome leva sustentabilidade e geração de empregos para o ambiente urbano
Com inspiração nos modelos utilizados pelo agro, a organização não governamental Cidades Sem Fome foi apresentada durante o 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA). O foco da ONG é a implementação de hortas urbanas, gerando renda, empregos e estímulo para o desenvolvimento da agricultura sustentável nas cidades brasileiras.
Para o CEO da organização, Hans Dieter Temp, o projeto nasceu também com a ideia de inserir pessoas com baixa escolaridade e sem trabalho na sociedade. “Esta é uma iniciativa simples, mas, na minha visão, muito impactante, pois criamos oportunidade de trabalho e renda, além de transformar espaços urbanos ociosos em áreas preservadas, e sustentáveis. Por meio da produção de alimentos, o objetivo é preservar o ambiente urbano e gerar renda para a população”.
A ONG já possui convênios e parcerias com instituições como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por exemplo. De acordo com Temp, essa união de forças é importante para a disseminação da iniciativa. “Existem grandes vazios e áreas não utilizadas nas cidades, que acabam se transformando em lixões ou locais para proliferação do mosquito da dengue. Nossa proposta é ocupar esses espaços urbanos, realizando parcerias com os proprietários dessas áreas para a implantação de hortas que contribuem, inclusive, para a merenda escolar”.
A responsável pela implantação de hortas escolares da ONG Cidades Sem Fome, Beatriz Medice, mapeou, na Zona Leste de São Paulo, 19 hortas em escolas, mas aponta que o potencial de ocupação destes espaços é exponencialmente maior. “689 escolas públicas da Zona Leste apresentam áreas que podem ser utilizadas para o cultivo de alimentos no ambiente escolar. Essa iniciativa não é positiva somente para os números de produção, mas também como uma ação educativa para as crianças, que aprendem a importância dos cuidados com a comida, a terra e o meio ambiente”.
Beatriz ainda afirma que o projeto consegue assistir famílias em situação de vulnerabilidade alimentar. “O cultivo feito pelos alunos melhora a diversidade dos alimentos em regiões muito vulneráveis, em que, muitas vezes, a criança se alimenta apenas na escola. Nesse sentido, é muito importante a família receber a sacolinha da horta escolar para prover produtos saudáveis e de qualidade nas refeições”, encerra.
Vencedoras do Prêmio Bayer são conhecidas pelo público durante a 7ª Edição do CNMA
Como forma de reconhecer a importância das mulheres do agro e reforçar que a atuação delas seja cada vez maior, e mais eficiente, a Bayer organiza o Prêmio Mulheres do Agro, cuja premiação foi realizada no segundo dia do 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio – CNMA.
O prêmio pretende promover histórias de produtoras rurais que atuam na gestão das propriedades e, de certa forma, o de contribuir para a igualdade de gênero no Brasil. A premiação é bastante esperada pelas participantes do congresso.
Além disso, o prêmio reconhece iniciativas para boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com gestão inovadora, projetos que permitam o desenvolvimento social da comunidade ou de colaboradores da propriedade, bem-estar animal e valorização do capital humano.
Três categorias participam da premiação: pequena, média e grande propriedades.
Confira a lista das premiadas da edição deste ano aqui
Investimento em comunicação é essencial para o agro furar a bolha e dialogar com a sociedade
A comunicação envolvendo o agronegócio e a sociedade é um desafio enfrentado pelo setor há décadas. Mesmo que se perceba uma evolução nessa questão, ainda existem pontos que merecem atenção nesse processo, como a desmistificação e o debate de conceitos chave para a compreensão do trabalho do agro, por exemplo. A jornalista Regina Augusto comandou uma discussão sobre este tema, envolvendo comunicadores e gestores de empresas do campo.
Para o Presidente-Executivo da CropLife, Christian Lohbauer, o agro deve insistir no diálogo com a população para explicar certas ideias. “No geral, o agronegócio há 20 anos tem tentado se comunicar. Existe uma evolução e as pessoas costumam entender o trabalho desenvolvido pelo setor. Porém, ainda há falas como ‘tem hormônio no frango’, ‘as águas estão contaminadas’ e uma série de outras ideias que precisam ser debatidas e explicadas, e isso não aconteceu ainda”.
Encarar a comunicação como um investimento e não como gasto, para o Diretor de vendas e anúncios do Estadão, Guilherme Chedid, é o que o agro necessita para alcançar mais pessoas e transmitir sua mensagem. “Furar a bolha da comunicação é o caminho mais rápido para que isso cresça. Por isso, o setor não deve enxergá-la como gasto, mas sim como investimento. Devemos tratar esse diálogo de forma conjunta, envolvendo os dois segmentos”.
Em meio ao conflito de ideias que possa existir entre os dois lados da balança, a Diretora Executiva do PayTV Grupo Bandeirantes de Comunicação, Mônica Monteiro, é preciso se atentar para as narrativas criadas. “A comunicação assertiva e estratégica é essencial para que o agro e a sociedade possam dialogar e construir juntos o futuro. A mulher tem um papel decisivo, principalmente na função de consumidoras, pois ela tem um poder econômico enorme”.
De acordo com a Diretora Executiva da Campo Forte Fertilizantes, Susana Martins Carvalho, tão importante quanto o agro se comunicar para o produtor é falar com os consumidores finais. “Para o consumidor comum, que não trabalha no agronegócio, é preciso desmistificar alguns ‘símbolos’ já enraizados, com o objetivo de ganhar a sua fidelidade e o seu entendimento da dinâmica de trabalho no campo. A comunicação transparente é fundamental para disseminar o que o agro faz e qual é a responsabilidade dele como cadeia produtiva”, finaliza.
Fonte: Informações Assessoria CNMA
A MundoCoop é aliança estratégica do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
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