O avanço rápido e impetuoso do desenvolvimento tecnológico tem transformado as mais diversas áreas de atuação profissional, e isso não é diferente no agronegócio. Novas máquinas, ferramentas, tecnologias e técnicas vêm mudando a vida dos trabalhadores e produtores rurais rapidamente.
Contudo, alguns especialistas apontam um problema que pode criar um gargalo em pouco tempo: falta mão de obra especializada em diversas funções que exigem maior familiaridade com a tecnologia.
Se durante as décadas de 1970 e 1980 a mecanização do campo tornou muitos empregos obsoletos e levou grande parte da população rural a migrar para as cidades, agora vivemos um momento diferente. A maior demanda é relacionada às profissões capazes de operar máquinas cada vez mais tecnológicas e de coletar, interpretar e utilizar um número crescente de informações que podem ser reunidas.
O estudo Profissões emergentes na era digital: oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde — desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e com participação do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — traz dicas sobre o futuro do mercado de trabalho no campo.
Disponível para download no site do Portal da Indústria, o documento mostra a importância de repensar na formação dos profissionais para o campo. Assim como na maioria das áreas, a tecnologia da informação ocupará um papel central para o desenvolvimento econômico rural. Nesse panorama, algumas profissões ganharão mais importância, e outras novas surgirão, mas o futuro da mão de obra no agronegócio tem a tecnologia como uma grande aliada.
1. Operador de drone
Os drones, ou veículos aéreos não tripulados (VANT), já são uma realidade no campo. Em 2022, o Brasil tinha cerca de 2 mil drones operando em funções agrícolas, registrados junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A estimativa do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) é que, em 2026, esse número chegue a mais de 93 mil veículos.
Os drones cumprem inúmeras funções na atividade agropecuária, desde o levantamento topográfico até o monitoramento de lavouras e animais. Sua popularização no campo abrirá muitas oportunidades de emprego para operadores especializados que entendam a rotina das atividades.
2. Cientista de dados agrícolas
O Big Data transformou diversas atividades, e as máquinas autônomas são capazes de coletar uma infinidade cada vez maior de dados. Entretanto, muita informação pode ser perdida se não forem criados mecanismos e técnicas de interpretação para criar ações efetivas que melhorem a produção. É aí que entra o cientista de dados agrícolas, profissional responsável por utilizar técnicas da Tecnologia da Informação (TI) de maneira otimizada para a produção agrícola.
3. Técnico em agricultura digital
Esse profissional terá a formação voltada a implementar técnicas de Tecnologia da Informação e Comunicação em equipamentos integrados para criar fazendas e produções mais automatizadas e modernas. Para isso, o profissional precisará aliar os conhecimentos tradicionais da TI à vivência no campo.
4. Engenheiro agrônomo digital
Os engenheiros agrônomos já são alguns dos profissionais mais valorizados no Brasil e no restante do mundo. Seus conhecimentos são fundamentais para a produção agropecuária, e é necessário que eles continuem se atualizando e adentrem no mundo digital. Desenvolver fazendas com novas tecnologias e saber analisar os diferentes dados fornecidos estarão entre os novos desafios desses profissionais.
5. Engenheiro de automação agrícola
O engenheiro de automação é o profissional especializado em elaborar e executar processos de automatização de máquinas ou indústrias. Com a constante evolução das máquinas e dos processos agrícolas, a demanda por profissionais que entendam a realidade do agronegócio criará uma nova especialização dessa profissão.
6. Zootecnista
Esse profissional atua em toda a cadeia produtiva animal. Com os avanços tecnológicos e até de melhoramento genético, os zootecnistas estarão cada vez mais na ponta da junção da tecnologia com o agronegócio.
7. Gerente de ecorrelações
Com as crescentes exigências de padrões ambientais para a comercialização externa, a figura de um gerente responsável por garantir a adequação da produção aos acordos ambientais e governamentais se tornará comum em um futuro próximo.
Fonte: Portal da Indústria – Senai, “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”, Fundação Roge, Agência Fiep, Instituto de Engenharia, Forbes
Fonte: Canal Agro
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