Há uma década, nasceu uma iniciativa transformadora na região de Lagoa da Prata, impulsionada pela visão de Nilson Bessas, presidente do Sicoob Lagoacred. Esse projeto, denominado Programa Jovem Cooperativista, surgiu da percepção de que o sistema educacional carecia de temas essenciais para a formação integral dos jovens: educação financeira, cooperativista e empreendedora.
O programa começou em 2013 com iniciativa do presidente Nilson, que identificou uma lacuna no currículo educacional. Percebendo a ausência de temas vitais como educação financeira, cooperativista e empreendedora, o presidente vislumbrou a necessidade crucial desses conhecimentos na formação dos jovens. Esses pilares, alinhados ao propósito da cooperativa, tornaram-se a base sólida do Programa Jovem Cooperativista.
Philip Rubens, gerente de relações institucionais do Sicoob Lagoacred e coordenador do programa, compartilhou como essa ideia se materializou. “O presidente percebeu a lacuna nos currículos educacionais e a importância desses temas para o futuro dos jovens e para o propósito da cooperativa.”
Ao longo de uma década de dedicação incansável, o programa tem impactado vidas e moldado o futuro de aproximadamente 12.500 alunos anualmente. Abrangendo uma área que engloba cinco cidades – Lagoa da Prata, Japaraíba, Santo Antônio do Monte, Pedra do Indaiá e Esteios – o programa estende seus braços a praticamente todas as escolas em sua área de atuação.
“A gente atende praticamente 100% da nossa área de atuação. Esse ano, das 42 escolas, apenas uma de Santo Antônio do Monte não participou. Mas o restante, todas participam. Então, são cerca de 12.500 alunos durante o ano”, ressalta Philip.
Rubens compartilhou detalhes sobre o funcionamento do programa, destacando a minuciosa preparação e planejamento anual. Com base em avaliações anteriores e feedbacks, o programa define um plano de aula que compreende cinco encontros por ano para cada turma.
Ele detalha: “Essas aulas são ministradas por mentoras e mentores contratados pelo programa, que prestam serviço, são professores, prestadores de serviço para o programa, que também são formados por nós e são acompanhados o ano inteiro pela nossa equipe, que faz esse acompanhamento […] esses profissionais agendam com as escolas e vão nas escolas ao longo do ano durante cinco encontros por turma. Essa frequência vai de acordo com o interesse da escola. Às vezes é uma vez por mês, às vezes uma a cada dois meses, depende.”
Desde seu início, o programa tem passado por mudanças significativas. Inicialmente, buscava ampliar sua abrangência, alcançando todas as escolas na área de atuação da cooperativa. Posteriormente, focou em aprofundar suas raízes, expandindo o número de encontros e contratando professores dedicados exclusivamente ao programa. Essa evolução não apenas ampliou a quantidade de aulas e participação, mas também gerou resultados mensuráveis e tangíveis.
“Depois que a gente alcançou a nossa área de atuação completa, praticamente todas as escolas, nós nos preocupamos em ganhar profundidade, porque até então a gente ia uma vez só por ano, era feito pelos próprios funcionários da cooperativa, isso tornava um pouco mais limitada a possibilidade de ampliar a nossa participação dentro da escola. Foi aí que surgiu o projeto de a gente contratar professores. E através desse projeto dando certo a gente foi expandindo a equipe. Começamos com uma profissional, hoje a gente tem sete profissionais dedicados aí como mentores do Programa Jovem Cooperativista”.
A iniciativa foi além das aulas regulares, expandindo-se para projetos extracurriculares, cursos em parceria com entidades como o Sebrae, concursos de destaque para premiar alunos exemplares e inclusão do ensino infantil, ampliando assim seu alcance e relevância.
“O programa foi ganhando amplitude e foi também se desdobrando em outros projetos. Através dele, esse ano, por exemplo, fizemos dois cursos extracurriculares em parceria com o Sebrae com os alunos do ensino médio, realizamos um concurso que é o Jovem Cooperativista Destaque, onde a gente premiou os alunos que mais se destacaram, nos níveis foram 9 premiados, nos primeiros lugares ganharam um notebook, foram 3, nos outros lugares um tablet, também 3, e terceiro uma Alexa, que era assistente pessoal, isso também foi muito bacana. No ensino infantil era algo que o programa ainda não trabalhava, tivemos também. Enfim, vários projetos também vão surgindo através do programa e ganhando força, e o tornando mais efetivo.”
O reconhecimento também foi um marco deste ano especial. O Instituto SICOOB, reconhecendo a relevância e impacto do programa, concedeu-lhe um selo de destaque, colocando-o em destaque no âmbito nacional. Além disso, uma moção de aplausos na Câmara coroou a trajetória de uma década.
“Isso é uma conquista importante porque são 300 e tantas cooperativas no Brasil todo e poucas receberam essa chancela nos seus projetos. Nesse ano foram cerca de 100 projetos chancelados e essa questão é importante. E além disso, nesses últimos dias também a gente recebeu uma moção de aplausos lá na Câmara também pelo mesmo motivo, completando dez anos e também pelo recebimento dessa premiação, enfim, desse reconhecimento. Então realmente é um sentimento de muita alegria e assim gratificante ver as coisas acontecendo e dando certo”, destacou Philip.
Olhando para o futuro, Rubens compartilha a visão de expandir ainda mais o programa, especialmente aumentando a quantidade de encontros. Com o objetivo de garantir que nenhuma escola fique de fora, o foco está na ampliação da frequência das aulas. Esses planos de expansão envolvem fortalecer parcerias com escolas, Superintendência Regional de Ensino e secretarias municipais de educação.
“Hoje a gente faz cinco em cada turma, nesse ano deram 547 turmas, se eu não me engano, e 2.570 aulas, que são esses cinco encontros. Mas para a gente poder continuar crescendo, a nossa intenção é fazer mais encontros. E isso faz com que a gente tenha que expandir também a equipe, a quantidade de mentores, fortalecer mais ainda essa parceria que a gente tem com as escolas, com a Superintendência Regional de Ensino, que é parceira, as secretarias municipais de educação e a própria direção de todas as escolas. Mas com certeza o foco é expandir, mas nesse sentido, expandir na quantidade de aulas, porque em questão de amplitude, a gente respeita a área de atuação da cooperativa e o que a gente quer também é que nenhuma escola fique de fora. Então, pro ano que vem, nosso objetivo é que essa escola que não participou esse ano, que ela venha participar, não foi por questões nossas, foi a opção da própria escola, mas a gente tá tentando reverter isso pra próxima edição.”
Rubens expressou sua profunda gratidão a todos os envolvidos no programa. Desde a equipe dedicada, os mentores, escolas, órgãos de educação até os pais e, principalmente, aos alunos. O reconhecimento se estende à cooperativa, à presidência e à diretoria, que não apenas apoiam o programa, mas o integram como uma meta estratégica.
“O agradecimento a gente deixa para todo mundo que faz parte, especialmente para a nossa equipe, que se dedica. Às escolas, por abrirem as portas, às secretarias de educação que nos apoiam, a superintendência de ensino. Os pais, que de um jeito ou de outro também acabam participando, recebendo esse conhecimento, mas principalmente pelos alunos que fazem parte e que se dedicam nas aulas. E é claro, a cooperativa, a presidência, que o Nilson é o idealizador do programa, foi ele que criou o projeto contextual lá atrás, que a gente segue até hoje. Enfim, toda a equipe da cooperativa. Acho que é isso, mas o especial mesmo são os alunos que fazem parte.”
Uma década de comprometimento, crescimento e transformação. O Programa Jovem Cooperativista não apenas molda jovens mentes, mas também constrói um alicerce sólido para um futuro mais próspero e empreendedor. Com a visão de continuar expandindo e aprofundando seu impacto, o programa continua sendo uma inspiração e um farol de esperança para a educação e o empreendedorismo nas comunidades onde atua.
Fonte: Jornal Cidade MG
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