O cooperativismo tem como base principal a cooperação, a independência dos seus participantes, a educação e a intercooperação. Cada cooperado auxilia o outro com o objetivo principal de crescimento econômico e sustentável da comunidade em que está inserido. Santa Catarina é um Estado com bases fortes nesse sistema colaborativo. Sendo a agricultura a sua principal economia, o Estado prospera cada vez mais com o auxílio das cooperativas e de seus cooperados.
Atualmente, Santa Catarina possui mais de 250 cooperativas, de acordo com levantamento realizado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). São 3 milhões e 909 mil cooperados espalhados por todas as regiões. No ano de 2022, foi registrado um crescimento de 21,7% das cooperativas e uma receita de R$82 bilhões e 832 milhões de reais. Segundo a Revista das Cooperativas Catarinenses, ao todo as cooperativas geram mais de 65 mil empregos.
“As cooperativas criam e mantêm postos de trabalho, gerando renda. São elas as responsáveis pela produção e abastecimento de alimentos e serviços de qualidade aos seus membros, assim como às comunidades nas quais operam”, enaltece o presidente da OCESC, Luiz Vicente Suzin.
Cooperativas catarinenses e a constante expansão
Os modelos de cooperativismo foram empregados ao longo dos anos, buscando viabilizar diferentes empreendimentos nos setores de atuação. Eles auxiliam na estruturação do sistema de cooperativa e são agrupados para facilitar a organização. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as cooperativas no Brasil são organizadas nos setores de agropecuárias, de consumo, de crédito, educacionais, especiais, habitacionais, de minerais, de produção, de infraestrutura, de trabalho, de saúde, transporte, turismo e lazer.
Dispostas desta maneira, é possível prever o crescimento e desenvolvimento das cooperativas por setores. Dados do crescimento das cooperativas apontam que o número de cooperados aumentou 12% em 2022. Ao todo, mais de 422 mil pessoas ingressaram em cooperativas. As cooperativas de crédito atraíram o maior número, somando 3 milhões de cooperados. Em segundo, vêm as cooperativas de infraestrutura (418.504); logo após a de consumo (343.569) e as agropecuárias (81.629). O crescimento das de saúde foi menos expressivo, apontando 13.710 novos cooperados e as de transporte, com 4.096 cooperados.
A força do cooperativismo de crédito e agropecuário
O cooperativismo catarinense trouxe uma abordagem sustentável para o setor agrícola. As cooperativas têm desempenhado um papel fundamental na disseminação de práticas agrícolas responsáveis, na adoção de tecnologias modernas e na capacitação dos produtores rurais. Através do compartilhamento de conhecimentos e da colaboração em pesquisa, as cooperativas têm impulsionado a produtividade de forma ecológica, garantindo a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.
“Dedicadas à produção de grãos, carnes e leite, existem 49 cooperativas agropecuárias com 81.629 associados que tiveram receita operacional bruta de R$ 56,5 bilhões de reais em 2022, um crescimento de 15,7% em relação ao ano anterior. É o segmento mais intensivista em mão de obra; representa 65% dos empregados de cooperativas e 68% das receitas totais do sistema”, explica Suzin.
As cooperativas de crédito também tiveram um salto de crescimento ao longo de 2022. O número de receita chegou ao valor de R$ 15,4 bilhões, aumentando 77,3% em relação ao ano anterior. De acordo com levantamento da OCESC, oito em cada dez cooperados no Estado fazem parte de uma cooperativa de crédito. São 65 cooperativas do setor, que juntas somam 3 milhões de associados e empregam mais de 16 mil pessoas.
Cooperativas de saúde e transporte apresentam números expressivos
As cooperativas de transporte têm crescido, principalmente no quesito faturamento. No ano de 2022, o setor apresentou crescimento de 27%, o que equivale a um aumento de R$1,3 bilhão para R$1,7 bilhão. De forma geral, esse conjunto de cooperativas reúne 4.096 cooperados, os quais desempenham um papel crucial, e emprega 615 pessoas em diversos setores em Santa Catarina.
No segmento de saúde também evoluiu. Ao todo, são 30 cooperativas dedicadas ao trabalho médico, resultando em um total de 13.710 cooperados e 8.484 empregados. No ano de 2022, totalizaram, aproximadamente, R$5,9 bilhões em receitas.
As cooperativas de saúde geram empregos e desempenham um papel fundamental na promoção da saúde local. Através da criação das atividades médicas e de postos de trabalho, as cooperativas auxiliam diretamente mais de 20 mil famílias catarinenses.
Papel social do cooperativismo
Além de possuir representatividade econômica, o cooperativismo possui responsabilidades sociais com seus associados. O modelo de organização tem como premissa os princípios de colaboração e solidariedade, garantindo um desenvolvimento sustentável e a inclusão social das pessoas.
No âmbito das cooperativas, diversos programas educacionais são implementados, abrangendo não somente os membros associados, mas também a comunidade em que atuam. Estes programas englobam iniciativas de formação, treinamento e sensibilização, auxiliando os participantes com a capacidade de tomar decisões embasadas e aprimorar suas competências.
Muitas cooperativas em Santa Catarina têm forte compromisso com a sustentabilidade. Elas incentivam práticas agrícolas e industriais ambientalmente responsáveis, contribuindo para a conservação dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente.
O cooperativismo também contribui para o fortalecimento da sociedade civil ao empoderar os membros a participarem ativamente das decisões que afetam suas vidas e comunidades. Isso promove uma cultura de participação democrática e cidadania ativa.
“O cooperativismo é um modelo evoluído de associativismo porque é uma associação de pessoas – não de capitais – com objetivos comuns que respeitam um conjunto de princípios universais. Através das mais variadas atividades, elas são agentes sociais e econômicos relevantes do cenário nacional, e, deste modo, não somente transformam o desenvolvimento pessoal em uma realidade, como contribuem para o bem-estar de toda a população”, finaliza Suzin.
Fonte: G1
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