As cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, que formam a Unium, vão se juntar à Central Aurora Alimentos (Aurora Coop), cooperativa central que já tem outras 11 sob seu guarda-chuva. Além disso, a Aurora comprou o frigorífico da Unium, localizado em Castro (PR), responsável pelos produtos da Alegra Foods. O valor da transação não foi divulgado.
Em nota, a diretoria da Unium falou em um “acordo de intercooperação, inclusive de origem societária”, envolvendo sua unidade industrial de carnes. As três cooperativas operavam o frigorífico em conjunto até então. “O acordo de intercooperação depende de aprovação junto ao órgão regulador competente”, destacaram as cooperativas, em comunicado, referindo-se ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Aurora Coop, que é formada por cooperativas que atuam em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, faturou R$ 22 bilhões no ano passado. Já a Alegra Foods é um negócio de R$ 1 bilhão em vendas – e que pode chegar a R$ 1,28 bilhão em 2023, segundo projeções internas. Abastecida pela produção dos suinocultores cooperados da Unium, a empresa abate e desossa 3,5 mil animais ao dia e industrializa mais 3 mil toneladas de carne por mês.
No início deste mês, a Alegra informou ao Valor o plano de investir R$ 15 milhões este ano, dos quais R$ 12 milhões foram aplicados no primeiro semestre. A empresa não comentou ontem se os R$ 3 milhões restantes vão se realizar em meio à mudança no controle do frigorífico.
Com esses investimentos, a Alegra informou que pretendia manter em curso sua expansão em São Paulo, principal Estado consumidor de proteína do país. A empresa inaugurou um Centro de Distribuição em Barueri, município da Grande São Paulo, em fevereiro.
Conforme disse Otávio Morelli, gerente executivo da Alegra, na ocasião, o novo centro pode movimentar 1,5 mil toneladas em 2023, quase o dobro das 800 toneladas entregues no ano passado, entre carne suína in natura e charcutaria. Com isso, a expectativa é atender o triplo de estabelecimentos comerciais (1,5 mil) e elevar a participação de São Paulo na receita do frigorífico de 17% para 30%, algo em torno de R$ 180 milhões.
A Alegra também tem apostado na estratégia de aumentar a produção de itens de maior valor agregado, como os de charcutaria, disse Morelli. A empresa fechou 2022 com 40% de industrialização de toda a matéria-prima recebida e a expectativa, antes da venda do frigorífico à Aurora, era finalizar 2023 com o indicador em 54%, impulsionado pela maior demanda do food service paulista.
Fonte: Valor
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