• POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • CONTATO
  • MÍDIA KIT
MundoCoop - Informação e Cooperativismo
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
Sem resultado
Ver todos os resultados
MundoCoop - Informação e Cooperativismo

Cooperativas de mulheres em MG ajudam a injetar R$ 118,4 bilhões na economia

Elas representam 33,2% dos cooperados no Estado e 53,6% dos empregados no segmento

MundoCoop POR MundoCoop
11 de março de 2024
ACONTECE NO SETOR
8 3

Cooperativas de mulheres em MG ajudam a injetar R$ 118,4 bilhões na economia

CompartilheCompartilheCompartilheCompartilhe

Em 1991, Avilmaura Ferreira Santos, a Vilma, de 65 anos, participava da pastoral da criança junto a outras mulheres, num movimento para reduzir a desnutrição infantil, na comunidade rural de Bom Jardim, na cidade de São João da Ponte, no Norte de Minas. “Morria muito criança, tinha muita fome naquela época e faltava conhecimento. As pessoas jogavam fora os alimentos mais saudáveis e comiam os menos saudáveis, oferecidos pelos supermercados”, lembra Vilma. 

Com a implantação do Programa Saúde da Família, em 1994, o trabalho do grupo diminuiu e as mulheres começaram  a usar a experiência do extrativismo para fazer doces, geleias e fitoterápicos com as plantas e frutos da região. Em meados de 2018, diante da necessidade de comercializar os produtos para gerar renda, surgiu o grupo Mulheres do Cerrado, uma das 4.693 cooperativas que existem hoje no Brasil, de acordo com os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023. Vilma faz parte dos 22% de mulheres dirigentes no segmento. O número, apesar de ainda tímido, aumentou 5 pontos percentuais desde 2020. “A expectativa é movimentar R$ 1 trilhão e agregar 30 milhões de cooperados até 2027”, conta Esther Ferreira Araújo, vice-presidente da Organização das Cooperativas do Brasil do Rio de Janeiro (OCB/RJ). 

Segundo os dados mais recentes do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), em 2022 as cooperativas mineiras movimentaram R$ 118,4 bilhões, representando 12,8% do total de riquezas produzidas no Estado. Só de tributo, foram R$ 3,1 bilhões. No agronegócio mineiro, as cooperativas agropecuárias, como a da Avilmaura, representam 21,9% do PIB nesse nicho. E, dentro desses resultados, o papel da mulher tem sido fundamental. 

“Eu acredito muito na importância da mulher no cooperativismo, porque ela tem um olhar muito proativo e leva leveza para situações”, avalia a gerente geral da Ocemg, Isabela Perez. Ela conta que a Ocemg, inclusive, promove anualmente, por meio de um comitê de mulheres, um encontro no Grande Hotel de Araxá, que reúne mais de 300 mulheres. Durante o evento, são destacados temas que envolvem o cooperativismo e o papel das mulheres nesse meio. Segundo Isabela, é um momento de troca de experiências. “É um espaço onde as mulheres dividem suas questões”, diz.

Esther, da OCB, acrescenta que a liderança das mulheres é de muito impacto na sociedade. “Parte muito das mulheres essa visão de incluir todo mundo e trazer para perto. Elas são mais inclusivas, têm esse olhar para o outro”, observa. 

História do Café Feminino começa com Maria José Tavares Borges, de 74 anos
História do Café Feminino começa com Maria José Tavares Borges, de 74 anos. Foto: Coopfam/Divulgação

Produção de café muda vida de mulheres no Sul de Minas

Em Minas, 57% do café produzido passa por uma cooperativa, segundo dados da Ocemg. No Sul do Estado, em Poço Fundo, mulheres se destacam justamente no cultivo de um grão especial e que traz histórias de muita garra e perseverança: o Café Feminino, que faz parte da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam) e envolve cerca de 35 a 40 agricultoras. Cada uma produz, por safra, entre dez e 70 sacas de 60 kg de café – dependendo da capacidade produtiva.

A história do Café Feminino começa com Maria José Tavares Borges, de 74 anos. Esposa de um cooperado da Coopfam, ela ficou viúva em 2008 e se viu desafiada a continuar o trabalho do marido na lavoura. Ela conta que a Coopfam começou pequena, em meados dos anos 90, como uma associação de agricultura familiar, com meia dúzia de pessoas, e cresceu aos pouquinhos. Quem participava ativamente da cooperativa eram essencialmente os homens, mas ela acompanhava o marido em tudo, e, por isso, tinha conhecimento de todos os processos.

No momento em que ficou viúva, ela se viu desafiada a assumir todos os compromissos que o marido tinha dentro da cooperativa. “Pensei: eu não vou desistir porque eu preciso dar continuidade àquilo que foi uma luta nossa juntos e minhas filhas precisam de mim, precisam desse dinheiro desse café. Era pouco, mas era o que a gente conseguia para sobreviver”, diz.

Ele morreu em dezembro e, em janeiro, quando haveria assembleia da cooperativa, ela reivindicou o direito a voto. A atitude de Maria José abriu portas para outras mulheres. Ela já participava, desde 2006, de um grupo de mulheres, o Mulheres Organizadas em Busca de Igualdade (MOBI), e foi esse grupo que a encorajou a continuar o trabalho na cooperativa. Ao passo que a própria história dela ajudou outras mulheres. 

“Eu falei e repeti para elas várias vezes: vamos organizar e vocês vão tomar conhecimento de tudo que se passa na vida da família, o quê que entra, o quê que sai, o quê que gasta, o quê que compra, o quê que vende… porque, olha para vocês verem o que aconteceu comigo, de um minuto para o outro, ele largou tudo lá no cafezal e foi embora e nunca mais voltou”, conta. “Se eu não tivesse conhecimento, teria jogado tudo pelo alto, abandonado tudo, e viveria na miséria. Isso não aconteceu comigo”, relata.

Com o tempo, essas mulheres sentiram a necessidade de produzir um café com o nome delas e, depois de muito trabalho, em 2013, nasceu o Café Feminino. Maria José conta que muitas precisaram do apoio dos maridos, o que ela reconhece que é raro em um mundo machista. “Teve homens que foram compreensivos, que passaram um pouquinho do café deles para o nome das mulheres, outros plantaram um pedacinho de café, ajudaram elas a plantar. Na medida em que elas tiveram esse apoio, elas foram ganhando força”, diz.

“Antes, nós éramos consideradas uma criatura morta. Não éramos reconhecidas como uma pessoa que faz as coisas. A mulher cuida da casa, cuida dos filhos, cuida do marido, cuida dos animais, cuida da horta, do terreiro de café”, cita. “Mas era tudo atribuído ao homem. Fulano colheu o café. Fulano vendeu o café. Fulano tirou o leite para a família. Fulano fez queijo. E a mulher? Onde está a mulher?”, questiona. “Hoje, com o Café Feminino, na nossa região aqui, o valor da mulher é diferente”, enfatiza.

Hoje, o Café Feminino conta não só com as mulheres do MOBI, como também outras produtoras interessadas em comercializar seu café pela marca. Da venda do produto final (torrado, moído e embalado), 10% são revertidas para as produtoras – metade direto para a mulher, e metade depositado no coletivo para cursos e viagens.

Cooperadas da Mulheres do Cerrado em meio à produção de farinha do jatobá
Cooperadas da Mulheres do Cerrado em meio à produção de farinha do jatobá. Foto: Mulheres do Cerrado/Divulgação

Cooperativa no Cerrado coleta 2,5 toneladas de jatobá por ano

Foi fazendo atividades de segurança alimentar com a Pastoral da Criança que a então agricultora Vilma Santos, da Cooperativa Mulheres do Cerrado, aprendeu que na própria mata estavam alimentos riquíssimos, de graça, à disposição da comunidade. “Aprendi onde estava a maior quantidade de valor nutricional dos alimentos. Antes, por exemplo, só comia a polpa da abóbora, mas o valor estava na entrecasca”, lembra. 

Compartilhando esse tipo de ensinamento com sua comunidade, Vilma e outras mulheres ajudaram a mitigar a fome entre famílias que viviam de agricultura de subsistência em Bom Jardim, em São José da Ponte (MG). “Eles deixavam de comprar porque produziam. E o que a gente mais trabalhava era com conhecimento. A gente não distribuiu cesta básica ou alimentos”, destaca. 

Esta estratégia ainda hoje é utilizada pela cooperativa Mulheres do Cerrado, que conta com 30 integrantes de 12 municípios da região. Muitos alimentos, que não eram usados pela população, começaram a ser coletados na mata pelas cooperadas. Atualmente, o principal produto comercializado por elas é a farinha de jatobá, fruto comum do Cerrado, que começou a ficar popular por suas propriedades medicinais. Juntas, elas extraem cerca de 2,5 toneladas por ano. Cada quilo é vendido a R$ 50. “Não tem nenhum produto da agricultura familiar que vende tão bem”, conta Vilma. 

Ela explica que as cooperadas têm uma clara visão de que a cooperativa serve para melhorar o ganho do que elas produzem. “No feijão que é produzido como agricultura familiar, por exemplo, se consegue um preço melhor porque vende na feira, no varejo”, conta Vilma. 

Além da comercialização dos produtos, a cooperativa promove um intercâmbio com outros agricultores e cooperativas da região, em um ciclo de apoio mútuo. “São mulheres de várias faixas etárias. Todas, mesmo as casadas que os maridos dão conta de suprir a casa, têm na atividade uma forma de valorizar a si própria. Participam de viagens e encontros. Isso empodera a mulher do campo, fora a renda solidária que a gente produz”, avalia Vilma. 


Fonte: O Tempo

Tags: acontecebilhõescooperativasmulheressetor
ANTERIOR

Cresce o número de mulheres na produção de flores e plantas ornamentais em cooperativas

PRÓXIMA

Cooperativismo brasileiro estreia laços com o Paraguai

MundoCoop

MundoCoop

Informação e inspiração para o cooperativismo.

Relacionado Posts

Cooperativas educacionais participam da 30º Bett Brasil, com apoio do Sescoop/SP
ACONTECE NO SETOR

Cooperativas educacionais participam da 30º Bett Brasil, com apoio do Sescoop/SP

10 de maio de 2025
Câmara aprova novo marco legal das PPPs com inclusão de cooperativas
ACONTECE NO SETOR

Câmara aprova novo marco legal das PPPs com inclusão de cooperativas

9 de maio de 2025
Sistema Ocesp realiza formatura da 37ª turma do Programa Aprendiz Cooperativo
ACONTECE NO SETOR

Sistema Ocesp realiza formatura da 37ª turma do Programa Aprendiz Cooperativo

9 de maio de 2025
Cooperativas de coleta seletiva ampliam produção por meio de incentivos e iniciativas de aprimoramento
ACONTECE NO SETOR

Cooperativas de coleta seletiva ampliam produção por meio de incentivos e iniciativas de aprimoramento

8 de maio de 2025
Ministério das Mulheres anuncia destinação de recursos para cooperativa de pescadoras e marisqueiras afetadas pelo acidente da Braskem
ACONTECE NO SETOR

Ministério das Mulheres destina recursos para cooperativa de pescadoras e marisqueiras afetadas pelo acidente da Braskem

8 de maio de 2025
Cooperativismo movimenta R$ 91,2 bilhões em SC e já envolve 4,7 milhões de pessoas
ACONTECE NO SETOR

Cooperativismo movimenta R$ 91,2 bilhões em SC e já envolve 4,7 milhões de pessoas

7 de maio de 2025

Discussão sobre post

NEWSLETTER MUNDOCOOP

* Preenchimento obrigatório

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cezar Almeida é autor do livro Líder Trekking: O Executivo e o Professor no Vale do Pati
ARTIGO

O que a mãe natureza ensina sobre liderança? – Cezar Almeida é autor do livro Líder Trekking: O Executivo e o Professor no Vale do Pati

11 de maio de 2025
Cooperativas baianas ampliam divulgação de produtos
AGRONEGÓCIO

Cooperativas baianas ampliam divulgação de produtos

11 de maio de 2025
Cooperativa financeira promove iniciativa inovadora para celebrar o Dia das Mães
SOCIAL

Cooperativa financeira promove iniciativa inovadora para celebrar o Dia das Mães

11 de maio de 2025
LinkedIn Instagram Facebook Youtube

FALE COM A MUNDOCOOP

MundoCoop - O Portal de Notícias do Cooperativismo

ANUNCIE: [email protected]
TEL: (11) 99187-7208
•
ENVIE SUA PAUTA:
[email protected]
•
ENVIE SEU CURRÍCULO:
[email protected]
•

EDIÇÃO DIGITAL

CLIQUE E ACESSE A EDIÇÃO 122

BAIXE NOSSO APP

NAVEGUE

  • Home
  • Quem Somos
  • Revistas
  • biblioteca
  • EVENTOS
  • newsletter
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Home
  • Revista MundoCoop
  • Biblioteca
  • Newsletter
  • Quem Somos
  • Eventos
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para que os cookies sejam usados. Visite o nosso Política de Privacidade e Cookies.