Com olhar para o estabelecimento da economia circular no Brasil, a Cooperativa Amigos do Meio Ambiente (Coopama), através do projeto ‘Cooperar para Reciclar’, iniciou a etapa de testes para o registro das coletas de materiais recicláveis utilizando o aplicativo de gestão de resíduos KOLEKT. O aplicativo permite o rastreamento e o monitoramento online das atividades de coleta, garantindo pagamentos e a traceabilidade dos resíduos por toda a cadeia de reciclagem, oferecendo transparência e eficiência das operações.
O uso do app representa um avanço significativo na forma como rastreamos e gerenciamos os resíduos recicláveis, ao fornecer uma plataforma acessível e eficiente para monitorar todo o ciclo de vida dos materiais. Além disso, os resultados obtidos pela cooperativa podem servir de modelo para uma reestruturação mais profunda da cadeia de logística reversa do país.
O projeto realizado pela Coopama vai de encontro às ambições do país em reorganizar e reestruturar a cadeia de logística que envolve a reciclagem de materiais. Na última terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o Projeto de Lei (PL) 1.874/2022, que cria a Política Nacional de Economia Circular (PNEC) para estimular o uso consciente dos recursos e priorizar produtos duráveis, recicláveis e renováveis, além de instituir o rastreamento de resíduos, incluídos os sólidos, com o incentivo de criação de novas tecnologias para o processo. Agora, o PL vai ser votado em caráter de urgência pelo plenário da Casa.
Neste sentido, o projeto ‘Cooperar para Reciclar’, realizado pela Coopama com suporte técnico da BVRio, é apoiado pela Petrobras numa parceria com cooperativas de catadores no Rio de Janeiro para destinar resíduos recicláveis e fomentar a capacitação dos trabalhadores, uma iniciativa valiosa para o atual cenário da reciclagem no país, que carece de estrutura e gestão. Atualmente, cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham com a coleta, triagem e reciclagem de resíduos gerados pelas cidades. Somente no Brasil, são cerca de 400 mil catadores, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base no Censo 2010.
Neste cenário, é necessária a integração desses trabalhadores e o desenvolvimento de uma estrutura de reciclagem robusta e organizada para aperfeiçoar o trabalho desempenhado por eles. A BVRio tem trabalhado com a Coopama no projeto desde o ano passado para aumentar a capacidade de processamento do material coletado e para destiná-lo corretamente, além de melhorar a gestão dos negócios com inovação e redesenho do processo com utilização do aplicativo.
Com esta nova gestão, o projeto quer impactar positivamente o mercado de reciclagem, ao mesmo tempo que promove a inclusão de catadores de materiais recicláveis com aumento da renda e oferta de programas de capacitação. Desde o início do projeto, a cooperativa passou de 76 para 86 cooperados, com expectativa de ampliar ainda mais o número de trabalhadores na reciclagem.
“A iniciativa de implementação deste aplicativo exemplifica o poder da tecnologia como uma ferramenta para promover práticas mais sustentáveis e inclusivas. Ao capacitar os catadores com recursos digitais, estamos não apenas modernizando o setor de reciclagem e a cadeia de logística reversa do país, mas também fortalecendo os vínculos entre comunidades locais, organizações ambientais e empresas comprometidas com a sustentabilidade”, destaca Pedro Succar, gerente do projeto e especialista em economia circular da BVRio.
A BVRio também auxiliou a cooperativa na aquisição de novos equipamentos para reduzir o desgaste físico dos trabalhadores e aumentar a segurança em todo o processo. Foram adquiridos um caminhão roll-on roll-off, um caminhão baú e uma empilhadeira, todos essenciais para aprimorar a eficiência e a logística da cooperativa, aumentando a capacidade de atender às demandas do mercado.
Alinhada com os princípios de uma transição energética justa e para todos, a Petrobras apoia ainda outros dois projetos das cooperativas COOPCARMO e ACAMJG para destinar, ao todo, cerca de 600 toneladas por ano de resíduos sólidos recicláveis e reutilizáveis gerados por quatro dos seus imóveis na capital e Baixada Fluminense (ARM RIO, Cenpes, Galpão Belford Roxo e Conjunto Caju). Os projetos sociais com foco na coleta e destinação adequada de resíduos sólidos recicláveis, como plástico, papel, madeira e vidro, participaram de seleção pública e receberão, no próximo triênio, R$ 8,9 milhões em apoio socioambiental.
Fonte: RPMCom
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