A Unicred União será uma das representantes do cooperativismo brasileiro na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025. A cooperativa foi selecionada pelo Sistema OCB para apresentar seu projeto de microusinas solares, implantadas em 2022, que viraram inspiração para o cooperativismo brasileiro.
Atualmente, todas as 30 agências da Unicred União localizadas em Santa Catarina e no Paraná são abastecidas com energia renovável. Presidente da Unicred União, o médico Mauro Marquiotti fala sobre o significado dessa conquista, os avanços ambientais e como a energia limpa vem se tornando um ativo, gerando valor para os cooperados e para o meio ambiente.
O que significa para a Unicred União representar o cooperativismo brasileiro na COP30?
É uma grande responsabilidade. A COP30 será um marco mundial nas discussões sobre o clima, e o cooperativismo tem muito a contribuir nesse debate. Quando uma cooperativa é escolhida para estar ali, ela leva consigo o trabalho de milhares de pessoas que acreditam em um modelo econômico mais equilibrado e humano. No nosso caso, é a chance de mostrar que o setor financeiro também pode ser um agente concreto da transição energética. Somos hoje o segmento que mais cresce no sistema financeiro nacional, e isso tem muito a ver com a forma como cuidamos das pessoas, das comunidades e do planeta.
Como surgiu a decisão de investir nas próprias microusinas solares?
Tudo começou com uma reflexão simples: como reduzir custos operacionais e, ao mesmo tempo, agir de forma responsável com o meio ambiente? Em 2022, decidimos investir em duas usinas solares no Oeste catarinense. O projeto exigiu planejamento e análise técnica, mas logo se mostrou viável e sustentável. Hoje, todas as nossas agências são abastecidas com energia limpa. Isso nos traz economia, previsibilidade e a sensação do dever cumprido. Mostra que é possível unir gestão eficiente com consciência ambiental.
O senhor também criou o Comitê de Sustentabilidade da Unicred União. Qual é o papel desse comitê dentro da cooperativa?
O Comitê de Sustentabilidade nasceu para integrar as questões ambientais, sociais e de governança ao dia a dia da cooperativa. Não se trata de um grupo de trabalho isolado, mas de um espaço que orienta decisões estratégicas. Discutimos desde políticas de investimento até ações comunitárias e práticas internas de eficiência. O comitê também estimula o engajamento dos colaboradores, porque a sustentabilidade precisa estar presente nas pequenas atitudes do dia a dia.
De que forma a geração de energia limpa representa valor para o cooperado?
O cooperado sente o reflexo direto dessa iniciativa. Primeiro, porque o uso de energia solar reduz despesas e ajuda a manter a cooperativa financeiramente saudável. Mas há um valor intangível ainda maior: a confiança em uma instituição que se preocupa com o que está além do resultado financeiro. Quando o cooperado entra em uma agência abastecida por energia limpa, ele vê um exemplo de gestão responsável, que pensa no futuro e no impacto das suas escolhas. Isso fortalece o vínculo e o orgulho de fazer parte.
Qual deve ser o papel das cooperativas frente aos desafios ambientais globais?
As cooperativas têm uma vantagem: nascem da união de pessoas e da visão de longo prazo. Isso combina perfeitamente com a agenda ambiental. Nosso papel é ser exemplo de que o desenvolvimento pode acontecer de forma equilibrada, sem esgotar recursos nem excluir pessoas. A Unicred União quer continuar crescendo, claro, mas com coerência. Acreditamos que cuidar do meio ambiente não é custo, é investimento. E esse investimento beneficia não só os cooperados, mas toda a sociedade.












