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MundoCoop - Informação e Cooperativismo

Sociedade 5.0: o Brasil na virada tecnológica coloca o ser humano no centro

MundoCoop POR MundoCoop
2 de julho de 2025
DESTAQUES, TENDÊNCIAS
Sociedade 5.0: o Brasil na virada tecnológica coloca o ser humano no centro

Sociedade 5.0: o Brasil na virada tecnológica coloca o ser humano no centro

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De um lado, o avanço vertiginoso da tecnologia: inteligência artificial, big data, internet das coisas, automação, robótica. Do outro, os desafios sociais ainda pulsantes: desigualdade, acesso à saúde e educação, mudanças climáticas, mobilidade urbana. No ponto de encontro desses dois mundos, nasce a Sociedade 5.0, um novo paradigma que propõe uma integração harmoniosa entre inovação digital e bem-estar coletivo.

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RAFAEL TERRA, professor de Marketing Digital da ESPM

Originado no Japão, o conceito da Sociedade 5.0 vai além da Indústria 4.0 — aquela focada na produtividade e na automação das fábricas. Ela propõe o uso estratégico e sensível da tecnologia para resolver problemas reais, com foco nas pessoas e em suas necessidades. Em outras palavras: trata-se de saber usar a digitalização com empatia.

Para Rafael Terra, professor de Marketing Digital da ESPM, a Sociedade 5.0 representa um salto cultural. “É quando o algoritmo entende o que você precisa antes mesmo de pedir — e entrega isso respeitando seu bem-estar, sua individualidade e seu tempo. Ou seja, é quando saímos da obsessão por produtividade da Indústria 4.0 e colocamos o ser humano no centro das decisões tecnológicas”, diz ele, acrescentando que esse novo modelo social representa a virada de chave definitiva da tecnologia como fim para a tecnologia como meio. “Na prática, significa integrar big data, IA, IoT, robótica e automação para resolver problemas sociais — saúde, mobilidade urbana, educação, segurança alimentar, entre outros”, lista.

Gislayne Muraro, especialista em Marketing Estratégico e presidente da ADVB/PR, reforça: “devemos enxergar a tecnologia não apenas como uma ferramenta para produzir mais, mas também como forma de facilitar a vida das pessoas, tornando-a mais justa, saudável e feliz.” Ela cita o livro Marketing Human to Human, de Philip Kotler, como uma bússola conceitual para essa nova era, onde o foco deixa de ser exclusivamente financeiro, se tornando humano. “No livro, podemos verificar também a abordagem contemporânea para as estratégias de marketing das empresas, buscando deixar de lado o foco quase que exclusivo no resultado financeiro para priorizar o afeto humano e a visão de múltiplos stakeholders”, observa. 

Gêmeos digitais e rastreabilidade: a nova fronteira da sustentabilidade

Entre as tecnologias que protagonizam essa virada, está o gêmeo digital — uma representação virtual de objetos e processos do mundo real. Na indústria, essa inovação se mostra crucial para o avanço da economia circular, ao permitir rastrear o ciclo de vida completo de um produto, do design ao descarte.

“O gêmeo digital é uma revolução silenciosa, mas potente. Ele permite redesenhar cada fase da produção em favor da sustentabilidade e transforma a gestão de produtos em algo inteligente, rastreável e sustentável. Não se trata apenas de simular um produto, mas de criar uma consciência digital dele. Isso permite que cada fase do ciclo — da matéria-prima ao descarte — seja otimizada e redesenhada em favor da sustentabilidade”, explica Rafael Terra, professor de Marketing Digital da ESPM. 

Ele acrescenta: “o Brasil, com seu agro, sua indústria de base e sua biodiversidade, tem aqui uma chance de ouro: usar o gêmeo digital para garantir que o ‘verde’ que vendemos lá fora seja comprovadamente sustentável em cada etapa da cadeia”.

“A Sociedade 5.0 é quando saímos da obsessão por produtividade da Indústria 4.0 e colocamos o ser humano no centro das decisões tecnológicas” – RAFAEL TERRA, professor de Marketing Digital da ESPM

Gislayne Muraro complementa dizendo que os gêmeos digitais podem contribuir para o fortalecimento da reputação das marcas, uma vez que passa a ser possível transformar esta rastreabilidade dos produtos em uma vantagem competitiva na preferência de consumidores, cada vez mais atentos ao impacto ambiental. “No entanto, é preciso que as áreas de marketing possam traduzir essas iniciativas em valor percebido para o cliente, apresentar essas vantagens de forma palpável ao consumidor, já que o conceito, em si, é complexo. É preciso traduzir isso e mostrar as iniciativas da empresa de forma que o cliente as entenda, percebendo que está comprando de uma marca transparente, comprometida com o planeta e com as pessoas e, sobretudo, responsável”, afirma. 

O programa de modernização industrial e a chance de um novo modelo

Diante deste cenário, é importante destacar o lançamento do programa de modernização industrial pelo governo brasileiro, em setembro de 2024, que pode representar uma ponte entre o atual momento e a Sociedade 5.0, cujo foco é promover produtividade com sustentabilidade e digitalização. 

Para Rafael Terra, o projeto pode dar certo, mas somente se for levado além da estética do digital. “Modernizar o parque industrial não é colocar sensores em máquinas antigas; é mudar a lógica da produção. É criar fábricas pensantes, conectadas ao ecossistema social e ambiental. O programa do governo pode ser um gatilho poderoso, desde que incentive inovação aberta, colabore com startups, acelere capacitação digital e seja transparente nos dados que coleta. A tecnologia só será transformadora se for inclusiva”, pontua. 

Já a especialista concorda, indo além. Para ela, a mudança tem que acontecer também nas áreas de marketing e comunicação. “O marketing precisa mostrar o valor gerado para a sociedade com essa modernização. Ele não pode buscar apenas vender – embora deva, sim, buscar sempre o resultado. Mas precisa ter como objetivo apresentar o valor que a empresa gera para o cliente e a sociedade com as suas iniciativas de modernização. A mudança não deve acontecer apenas nas linhas de produção”, destaca. 

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GISLAYNE MURARO, especialista em Marketing Estratégico e presidente da ADVB/PR

Talento e liderança em foco

Além do conceito da Sociedade 5.0, é importante destacar que formar talentos vai além de ensinar tecnologia, mas ensinar a “pensar tecnologicamente”. Gislayne Muraro reforça que tudo começa e termina nas pessoas. “Um maquinário mais moderno, sozinho, não é o suficiente para atender todas as necessidades da Sociedade 5.0. Por isso, mais do que capacitar, é importante transformar a mentalidade das pessoas que atuam nas corporações para que possam entender o seu papel de protagonista na condução de iniciativas que contribuam positivamente para a sociedade”, diz.  

Muraro acrescenta, ainda, que “muito se fala em atuar com propósito mas, na prática, o que vemos são poucos incentivos reais das empresas para que seus colaboradores possam encontrar um ambiente propício para apresentar boas ideias e inovações”, alerta ela, indicando que o setor cooperativista também deve investir em educação com propósito social, mentoria intergeracional e uma cultura de inovação contínua.

Segundo o professor Rafael Terra, o cooperativismo deve investir em três frentes: educação técnica com propósito social que seja capaz de formar não só desenvolvedores, mas solucionadores de problemas locais; apostar em mentoria intergeracional para conectar a juventude digital com lideranças experientes; e adotar uma cultura de inovação contínua. “Não adianta um curso ou programa isolado. Tem que ser a mentalidade implantada no dia a dia. Ou seja, as empresas precisam parar de ‘terceirizar a inovação’ e assumir a missão de formar os talentos do futuro dentro de casa”, detalha.

E, no topo dessa transformação, está a liderança. “Os líderes do futuro não serão mais os que mandam, mas os que conectam. Eles devem gerar confiança em um mundo automatizado”, diz Terra, enquanto Gislayne afirma que essa mudança precisa partir de cima: “Se as lideranças não estiverem comprometidas com o bem-estar coletivo, nenhuma transformação será real ou duradoura.”

Por fim, ambos os especialistas são otimistas e concordam que o Brasil pode sair na frente quando o assunto é Sociedade 5.0. “O brasileiro é um dos povos mais adaptáveis e criativos do planeta. Somos beta-testers do futuro: pegamos plataformas novas, redes sociais emergentes, ferramentas de IA e transformamos em soluções reais. O problema sempre foi escala, investimento e visão de longo prazo. Mas se essas três variáveis entrarem em jogo, podemos ser case mundial em inovação com alma — que resolve, engaja e transforma”, opina Rafael. 

Muraro também aponta que, além de o país ter excelentes profissionais, reconhecidos por sua resiliência e criatividade, a diversidade cultural favorece em termos de inovação. “Não é sobre deixar o lucro de lado. É sobre entender que sustentabilidade, propósito e empatia também são estratégias de crescimento e longevidade. Temos demanda, recursos e capital humano. Só precisamos de visão estratégica de longo prazo. Além disso, somos um grande celeiro de excelentes profissionais. O Brasil é reconhecido mundialmente por sua capacidade criativa e resiliência e temos profissionais brasileiros, atuando aqui e com grande destaque no exterior, que dominam a união entre uso de dados, estratégia e criatividade. Portanto, nossos profissionais têm total capacidade de liderar iniciativas como as esperadas pela Sociedade 5.0”, finaliza. 


O consumo energético da IA e o papel do Brasil

Por outro lado, um dos pontos da Sociedade 5.0 que deve ser analisado é que, com a inteligência artificial se expandindo, os desafios energéticos crescem. Data centers, responsáveis pelo processamento de bilhões de dados, consomem enormes quantidades de energia — muitas vezes não-renováveis.

“A verdade nua é: a indústria ainda não está pronta. A IA exige uma infraestrutura energética robusta, e nossos data centers ainda são movidos majoritariamente por fontes não-renováveis. Mas isso não é sentença — é oportunidade. Países tropicais como o Brasil têm sol e vento como poucos. O desafio é transformar isso em energia estável, limpa e abundante para os hubs de tecnologia. As empresas precisam ir além da ‘compensação de carbono’ e migrar para a ‘ação energética estratégica’: investir em geração própria (solar, eólica, biomassa) e firmar parcerias com cooperativas energéticas”, admite Terra. 

Já Gislayne Muraro reforça o ponto de vista sob a ótica do posicionamento: “As empresas que adotarem fontes limpas ganham vantagem competitiva — mas precisam comunicar isso bem. O consumidor percebe quando o discurso não condiz com a prática. Neste sentido, temos visto indústrias e até mesmo players do varejo investindo em boas iniciativas ambientais, como a construção de usinas solares, buscando economia e eficiência operacional sem, no entanto, comunicar de forma eficaz isso a seus consumidores. E é importante observar que estas iniciativas também podem ser utilizadas para posicionar a marca de forma poderosa, para diferenciá-la de seus concorrentes por conta de sua postura mais responsável e respeitosa para com a sociedade na qual está inserida”, comenta. 


Por Letícia Rio Branco – Redação MundoCoop

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Reportagem exclusiva publicada na edição 123 da Revista MundoCoop

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