Em alta, o cooperativismo pretende, em 2025, ampliar ainda mais a sua rede de alcance e importância. Além de ser considerado um movimento essencial para o crescimento do mercado em todos os sentidos, o Ano Internacional das Cooperativas declarado pela ONU também vai alçar as cooperativas a um posto de destaque que, há anos, já deveria ter sido alcançado.
Através do mote “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, o ano de 2025 representará um marco para o cooperativismo global, em que haverá um chamado para a reflexão sobre passado, presente e futuro de um movimento centenário e extremamente necessário.
Neste cenário, com mais de 3 milhões de cooperativas em todo o mundo e números que ultrapassam 1 bilhão de cooperados, as dez principais tendências para o segmento se tornar cada vez mais inovador e disruptivo devem fazer parte do dia a dia do setor, integrando todos os seus processos e as comunidades do seu entorno.
Nas próximas semanas, você irá conhecer cada um deles, e entender como cada um pode impactar o cooperativismo, além de se fazer fundamental sua adoção por todas suas áreas. Vamos ao primeiro!
Tecnologias Verdes (Sustentabilidade Digital)
Uma das principais tendências das cooperativas neste ano gira em torno das tecnologias verdes, ou sustentabilidade digital. Apesar de ser intangível, o mundo digital tem um peso ambiental significativo. É notório que Data Centers, redes de comunicação e dispositivos eletrônicos consomem quantidades massivas de energia. Segundo estudos recentes, o setor de tecnologia da informação é responsável por cerca de 2% a 3% das emissões globais de carbono, comparável ao setor da aviação.

Muito tem se falado como o cooperativismo pode se integrar a esse movimento, crescente mundialmente. Para Natalia Castan, empresária e CEO da Une.cx e do call center Grupo Unite, a inovação deve estar aliada a ações sustentáveis. Ela cita o exemplo da pandemia, em que centenas de funcionários foram trabalhar de suas casas. “Fizemos um cálculo com o uso de transporte de todos os trabalhadores, isso representou uma economia de nove toneladas de monóxido de carbono ao mês. É muita coisa. Não temos mais operações presenciais em nossa sede, somente home office ou no cliente. Foi com o apoio da tecnologia que isso foi possível”, conta.
Para que isso seja possível, é necessário criar data centers eficientes, além de investir na economia circular, que prioriza o descarte consciente de dispositivos eletrônicos, por exemplo. “As cooperativas devem adotar práticas de uso consciente e descarte responsável de equipamentos, prolongando o ciclo de vida dos dispositivos e, assim, garantindo que sua substituição aconteça de forma ambientalmente responsável. Pequenas decisões estratégicas fazem grande diferença para um futuro mais sustentável”, afirma Natalia.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é avaliar a contratação de pessoal e a terceirização de serviços, levando em conta não apenas custo e eficiência, mas também propósito e impacto na cadeia. “Migramos nossa infraestrutura de nuvem de uma grande multinacional para um parceiro nacional. Optamos por uma empresa que compartilha nossos valores e tem, entre seus líderes, Luiza Helena Trajano, referência em inovação e compromisso com o Brasil. Além do alinhamento de princípios, essa escolha nos permitiu reduzir custos e evitar a volatilidade cambial, tornando nossa operação mais sustentável e eficiente”, detalha.
Além disso, a utilização de tecnologias com Blockchain, que descentralizam a gestão de dados, devem entrar no debate para tornar a sustentabilidade digital uma realidade. Para Castan, a tecnologia desempenha um papel fundamental ao criar sistemas de incentivos para reciclagem e reutilização. “Tokens digitais podem ser emitidos como recompensa para indivíduos e empresas que participam de programas de reciclagem, criando um mercado para materiais reciclados e estimulando práticas sustentáveis. Com ele, a sustentabilidade digital consegue ser mais estruturada, rastreável e eficaz a longo prazo, além de mais confiável e auditável”, completa.
Por Andrezza Hernandes – Redação MundoCoop

Matéria exclusiva publicada na edição 122 da Revista MundoCoop