Um smartphone de última geração, uma cozinha equipada com eletrodomésticos potentes, aquela reforma para deixar a casa mais aconchegante, uma experiência gastronômica em um restaurante renomado… São tantos os sonhos de consumo que, no final, o salário parece nunca ser suficiente para cobrir as despesas essenciais e ainda realizar todos os desejos. E quando surgem imprevistos, como uma consulta médica de emergência ou o conserto do carro, o orçamento aperta ainda mais. Além disso, o aumento do custo de vida, incluindo as contas de luz e água, as mensalidades escolares e outras contas fixas acabam consumindo boa parte da renda.
Somados às dificuldades do dia a dia, os cenários de inflação e juros altos têm tornado mais de 44% da população brasileira incapaz de manter as contas em dia, o que representa cerca de 72 milhões de pessoas endividadas no país. Dados do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa mostram que o cartão de crédito ocupa o maior percentual devido (28,3%), seguido das contas de luz, água e gás (21,77%). Outras dívidas financeiras chegam a 17,5%, enquanto serviços apresentam inadimplência de 10,8%.
O estudo ainda revela que brasileiros entre 41 e 60 anos lideram a faixa de inadimplentes, com 35,1%. Depois, estão os consumidores entre 26 e 40 anos (34%) e os idosos acima de 60 anos (19,1%). Os jovens entre 18 e 25 anos são os últimos, com 11,8%. Para Marlian Catarina, diretora da Credifoz, a solução para evitar a inadimplência está em um planejamento financeiro bem estruturado. “A saúde financeira inicia com o ato de tomar consciência do quanto se gasta e isto consiste em anotar tudo que é gasto. Depois disso, é preciso avaliar se o que se ganha é suficiente para pagar as despesas. Se o resultado for positivo, talvez você consiga começar a poupar. Se for negativo, é preciso rever o que é necessidade e o que é desejo, reduzir as despesas com supérfluos ou até mesmo aumentar a renda com trabalho extra. Essa pode ser uma excelente saída para equilibrar as finanças”, pontua.
Marlian também destaca que o planejamento serve como um guia para evitar desperdícios e o uso desenfreado dos recursos. “Com ele, é possível alcançar a tão desejada independência financeira, proporcionando maior bem-estar e qualidade de vida”, ressalta a diretora. Estabelecer metas objetivas e conectá-las a propósitos reais — como poupar para uma emergência, quitar dívidas ou investir para a aposentadoria — é o segundo passo recomendado.
Para transformar o planejamento financeiro em um verdadeiro aliado para a construção de uma vida mais equilibrada e próxima dos sonhos pessoais, ela elenca cinco ações primordiais:
– Realizar uma análise completa do orçamento, registrando todas as receitas e despesas;
– Acompanhar de perto os gastos e eliminar as despesas desnecessárias;
– Diversificar as fontes de renda passiva, como aluguéis e rendimentos de investimentos;
– Estabelecer metas de gastos e investimentos mensais e cumpri-las rigorosamente;
– Manter uma reserva de emergência para enfrentar situações imprevistas.
“Para que o plano saia do papel e realmente funcione, outras práticas devem ser implementadas, como a organização de todas as contas e o acompanhamento regular das finanças”, reforça Marlian.
Cooperando
No cenário econômico atual, as cooperativas de crédito têm se destacado como uma alternativa eficaz e acessível para planejar as finanças. Segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), ao final de 2023, as cooperativas de crédito estavam presentes em 57% dos municípios brasileiros, contando com 17,3 milhões de cooperados. Os ativos do setor somaram R$731 bilhões, um crescimento de 23,9% no ano, em comparação com 2022, com destaque para o crédito voltado a micro e pequenas empresas e produtores rurais, segmentos cruciais para a economia nacional, especialmente no interior do país.
Ao apresentarem taxas de inadimplência menores do que as do Sistema Bancário Nacional (6,9% para pessoas jurídicas e 5,2% para pessoas físicas), as cooperativas de crédito reforçam seu papel na inclusão financeira e no apoio a uma parcela significativa da população, inclusive em regiões remotas. Esse setor tem promovido maior concorrência e eficiência no sistema financeiro brasileiro. “Em 2025, será celebrado o Ano Internacional das Cooperativas, conforme anunciado pela ONU, destacando ainda mais a importância do cooperativismo para o desenvolvimento socioeconômico global. Na Credifoz, estamos preparados para auxiliar nossos cooperados a conquistarem seus sonhos, pois, como diz o lema do próximo ano, cooperativas constroem um mundo melhor”, conclui Marlian.