Em um mundo onde rankings e listas ditam tendências, algo parece sempre ficar à margem: as cooperativas. Elas, que transformam vidas, constroem comunidades e promovem justiça econômica, frequentemente não aparecem nas manchetes, nos rankings das maiores empresas ou nas listas de líderes notáveis. Essa ausência levanta uma pergunta urgente: por que o cooperativismo ainda é invisível para tantos?
A resposta, embora complexa, aponta para um elemento central: comunicação. Não basta ser relevante; é preciso ser visto. E, no caso das cooperativas, comunicar vai além de um desafio de mercado. É uma questão de sobrevivência e de legado.
No Brasil, o cooperativismo movimenta bilhões e impacta diretamente a vida de milhões de pessoas. Em cada canto do país, cooperativas impulsionam economias locais, oferecem acesso a crédito, promovem a educação e fomentam a inclusão social. No entanto, quando olhamos as listas das maiores empresas, raramente vemos uma cooperativa entre os destaques. E isso não é falta de resultados — é falta de visibilidade.
Em paralelo, quando os holofotes se voltam para os líderes mais influentes do mercado, dificilmente reconhecemos o trabalho incansável dos dirigentes cooperativistas, que lideram com valores humanos, visão de longo prazo e compromisso com o coletivo.
2025: o ano do cooperativismo
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. Um presente, mas também um desafio. Este é o momento de romper a bolha. É hora de cooperativas e cooperados aparecerem, se posicionarem e comunicarem seus feitos com orgulho.
Por quê? Porque o mundo precisa saber que o cooperativismo não é apenas uma alternativa, mas uma solução sustentável, inovadora e transformadora.
Comunicar não é apenas um esforço publicitário; é um ato de cooperação. É levar a essência cooperativista para além das reuniões internas e das redes locais. É mostrar histórias reais, pessoas impactadas, comunidades que prosperam. É transformar resultados em narrativas inspiradoras que tocam corações e mentes.
E isso não significa abandonar os valores que fazem do cooperativismo o que ele é. Pelo contrário: comunicar é reafirmar o compromisso com a ética, a transparência e o impacto positivo.
Um chamado à ação
Por isso, cooperativas e cooperados, a pergunta que fica é: onde vocês estão? Apareçam! Contem suas histórias, celebrem seus líderes e mostrem ao mundo o que estão construindo. O cooperativismo tem todas as ferramentas para liderar uma revolução econômica e social, mas precisa que o mundo saiba disso.
2025 será um marco, mas só será verdadeiramente o ano das cooperativas se todos nós nos unirmos para fazer barulho. Então, vamos aproveitar essa oportunidade única para gritar ao mundo: “Nós estamos aqui e estamos mudando vidas!”
Porque, afinal, só há uma forma de o cooperativismo ser mais conhecido: comunicar. E isso começa agora.
*Luis Claudio Silva é Diretor da MundoCoop e CoopsParty Summit