PALAVRA DO TEJON
Precisamos das cooperativas em todos os cantos deste planeta . A vida na terra é plena de incertezas de crises de todos os tipos. E só existe uma fórmula de superar os fatores incontroláveis e as forças da “sorte e do azar“, como aliás, Daniel Khaneman, ganhador do Nobel de economia 2002 afirmou: “tudo o que acontece na economia tem a força do acaso, pura sorte“.
Por isso, a criação da organização cooperativista tem como raiz o enfrentamento de dores, sofrimentos e dos infortúnios da vida na terra.
Quando olhamos para as questões econômicas, sociais e ambientais do mundo as estatísticas dos fatos falam e gritam mais alto. Cerca de 4 bilhões de seres humanos vivendo com insegurança alimentar, cerca de 800 milhões de seres humanos sem alimentos. Dramas permanentes de saúde, esgoto, água. Abandonos desumanos de crianças, falta de energia elétrica, distância de formas éticas e dignas de educação.
As periferias do planeta alimentam o crime, o terrorismo e geram massas humanas desalentadas que fogem desses becos largos geradores da infelicidade pura cruzando oceanos, mares nas embarcações frágeis como imigrantes ilegais.
Os aspectos ambientais são agravados pela miséria, pobreza, fome, ausência da saúde, educação, desigualdade, mudanças climáticas e as terríveis “fake news“, desinformação e má informação que como hordas avassaladoras e diabólicas destroem mentes e consciências humanas no mundo inteiro.
Por outro lado, os índices e fatos comprovam que onde tem uma boa cooperativa, com governança e liderança, se implanta dignidade de vida para toda sociedade ao seu redor E as cooperativas reunidas nos seus movimentos econômico e financeiros somam a maior “empresa“ do mundo. Já são gigantescas quando reunidas.
Precisamos então disseminar o cooperativismo na prática, na ação, para todos os cantos da terra onde a indignidade da vida ainda prevalece. Intercooperação não apenas dentro do nosso país, por exemplo, mas cooperativas estabelecendo elos, negócios e programas de desenvolvimento e cadeias de valor entre as cooperativas de todos os continentes.
E sobre as zonas de miséria, desigualdade, pobreza e fome? Não há outra fórmula séria e concreta do enfrentamento desse drama se o cooperativismo não for ali implantado, educado e promovido. Lideranças se transformam em matéria prima essencial e vital para isso. Desta forma, assim como temos obras humanas maravilhosas como “Médicos Sem Fronteiras“, por exemplo, quero propor o movimento “Cooperativismo Sem Fronteiras“.
As regras, leis, filosofia, gestão, liderança cooperativista, sendo levados aos mais distantes pontos do mundo, como verdadeiros “novos jesuítas“ desbravadores do mundo, carregando com eles a obra cooperativista planetária e contando com suporte e apoio total da Aliança Internacional das Cooperativas e de todas as cooperativas já organizadas no planeta.
Para gerar mais riqueza e desenvolvimento ético, ambiental e sustentável, as cooperativas podem e devem estabelecer a intercooperação.
Onde a dignidade da vida humana ainda não chegou, nenhum plano assistencial terá eficácia a médio prazo sem o estabelecimento cooperativista.
Resgatar, acolher, reeducar, reinserir e libertar através do modelo cooperativista, a mais nobre ação humana para colocar os fatores controláveis a serviço das incertezas e crises da vida neste planeta.
“Cooperativismo Sem Fronteiras“, a responsabilidade libertadora da humanidade.
*José Luiz Tejon é palestrante especialista em agronegócio e membro editorial da Revista MundoCoop
Coluna exclusiva publicada na edição 120 da Revista MundoCoop