Com a maior expectativa de vida, tem aumentado também a faixa etária das pessoas economicamente ativas. Indivíduos com 60, 70 e 80 anos estão permanecendo em seus postos por mais tempo ou criando empresas que empregam muitas outras pessoas.
Importante levar em conta que, quando as pessoas com mais de 60 anos produzem/trabalham, continuam a fazer contribuições, o que ajuda a economia girar, usam menos sistema de saúde, pois se cuidam mais, consomem mais e têm maior utilidade para a sociedade e a comunidade a que pertencem.
Além disso, vemos empreendedores e grandes líderes, desde CEOs de grandes empresas a presidentes de conselhos deliberativos e de classe, passando por proeminentes figuras religiosas, como o Papa, dentro dessas faixas etárias.
Assim, no mundo do trabalho, as equipes intergeracionais têm se tornado cada vez mais comuns – e o equilíbrio entre a experiência/maturidade dos mais velhos com a energia dos mais jovens tem trazido resultados muito bons.
A inversão da pirâmide etária, com um número maior de pessoas 60+ do que crianças e adolescentes, está prevista para 2050. Ela decorre do aumento da expectativa de vida e da redução da taxa de natalidade e vai impactar profundamente nossos sistemas de saúde e previdência, as estruturas sociais, o trabalho, a economia, enfim, tudo. Por isso, demanda reflexões e ações do governo, das organizações e da sociedade.
Falando de fatos, temos, hoje, pessoas com muito mais de 80 anos trabalhando. Basta olhar as notícias para comprovar: no dia 22 de abril, o G1 de Santa Catarina noticiou que o Sr. Walter Orthmann, funcionário com a mais longa carreira em uma mesma empresa, segundo o Guinness Book, recebeu uma festa de aniversário surpresa dos colegas de trabalho aos 102 anos. Há 86 deles, ele atua em uma empresa do ramo têxtil de Brusque, no Vale do Itajaí, Santa Catarina. Portanto, essa situação de trabalhar mais tempo tem se tornado comum, o que significa que o tempo de trabalho mudou.
Com isso, desejamos que mais pessoas das gerações atuais e futuras possam chegar aos 60,70, 80 anos ou mais, para o trabalho sim, e também outras áreas da vida, mas, principalmente, com vitalidade, ótima convivência, saúde, felicidade e utilidade, para sempre sentirmos em tudo, que nossas vidas, sempre valem a pena.
Raphael Henrique Castanho Di Lascio é diretor na Aging 2.0 Curitiba e criador do projeto MatureSer
Fonte: Pinó