A comitiva da Jornada Cooperativa Rumo à COP 29 esteve em Minas Gerais nos dias 22 e 23 de julho. A iniciativa do Sistema OCB tem a proposta de evidenciar a importância das cooperativas brasileiras para o desenvolvimento sustentável e inserir o coop nacional na pauta da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 29). O evento acontecerá entre os dias 11 e 24 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão, com a participação de 80 mil delegados e 200 chefes de Estado, além de comitivas de organizações da sociedade civil de todo o mundo. O objetivo será debater sobre as mudanças climáticas.
O grupo que esteve em Minas Gerais foi composto por representantes de sete ministérios do Governo Federal, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e de mais seis organizações internacionais, incluindo o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Organização das Nações Unidas (ONU), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa).
Jornada em Minas Gerais
No primeiro dia de visitas da Jornada Cooperativa, realizada em Guaxupé, houve uma reunião de alinhamento entre o grupo, a equipe do Sistema OCB e do Sistema Ocemg. Durante o encontro, a organização estadual apresentou o Programa MinasCoop Energia, que incentiva a instalação de usinas fotovoltaicas pelas cooperativas, ampliando a geração de energia solar. “O excedente é doado a instituições filantrópicas, e o programa é reconhecido como exemplo de combate às mudanças climáticas no Estado”, explica o analista do Sistema Ocemg e membro do Comitê do MinasCoop Energia, Lucas Lage. “Juntas, as 27 instituições beneficiadas acumulam uma economia anual superior a R$1 milhão em suas contas de luz, atendendo uma média de 4 milhões de pessoas por ano”, destaca.
O analista do Sistema Ocemg, Felipe Moreira, detalha a importância da Jornada. “Nosso papel na organização e coordenação das visitas técnicas é fundamental para garantir que as cooperativas possam demonstrar suas práticas e inovações de forma eficaz”, esclarece. “Organizamos reuniões prévias de alinhamento e roteirizamos todas as visitas, além de realizar acompanhamento in loco com nossos analistas técnicos”.
Segundo ele, o objetivo do projeto é destacar práticas sustentáveis, exibir exemplos de preservação ambiental e demonstrar a força do coop. “Esperamos, com esta imersão, um diálogo para discutir e aprofundar as questões relacionadas ao aquecimento global, sempre tendo em mente a transição energética, apresentada pelo MinasCoop Energia”, afirma.
Coop mineiro em prol da sustentabilidade
A comitiva visitou o Sicoob Agrocredi, onde foram destacadas as práticas de sustentabilidade da entidade. “Somos 86 mil cooperados com ativos totais que somam R$ 2,6 bilhões. Nossas operações de crédito estão na ordem de R$913 milhões e o resultado acumulado já ultrapassa os R$52 milhões”, mostra o vice-presidente da cooperativa, Luís Alberto Andrade. “A cooperativa tem contribuído significativamente para o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais, realizando ações como concursos culturais e doações de equipamentos a instituições sociais, além da instalação de usinas fotovoltaicas que resultaram em economia de CO2”.
Andrade destaca ainda a importância das ações da cooperativa. “Realizamos um concurso cultural que impactou mais de 1.200 crianças em 10 escolas na região. Além disso, doamos equipamentos e mobiliários para instituições sociais, totalizando mais de R$100 mil em 2023”, específica. “Em termos de sustentabilidade, instalamos 30 usinas fotovoltaicas desde 2020, resultando em uma economia de 545,15 toneladas de CO2, o que equivale ao plantio de 13.788 árvores”.
Outra entidade visitada foi a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), uma das maiores coops de cafeicultores do Brasil. “As práticas de ESG são naturalmente vinculadas às nossas atividades. Estamos sempre evoluindo para sermos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico”, afirma a gerente de ESG, Natália Carr. “A cooperativa desenvolve inúmeros programas de sustentabilidade, como o Protocolo Gerações, o Núcleo de Educação Ambiental (NEA), e o Projeto Minas D’água, que tem como objetivo a recuperação de nascentes de água”.
Os desafios enfrentados pela Cooxupé incluem a volatilidade nos preços do café e as condições climáticas adversas. No entanto, a cooperativa vê essas dificuldades como oportunidades para fortalecer sua agenda ESG. “Estamos desenvolvendo estudos para agricultura regenerativa e inventário de carbono com metodologia específica para o cultivo do café”, diz. “Nosso compromisso é estar na vanguarda da inovação sustentável, equilibrando o sucesso financeiro com a responsabilidade social e ambiental.”
Em Poço Fundo, a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam) se destacou por suas práticas agrícolas sustentáveis e projetos de inclusão social. Fundada em 2003, a entidade foca na produção de café certificado e de alta qualidade. “Desenvolvemos o projeto Mulheres Organizadas em Busca da Igualdade (MOBI), que promove a inclusão e o empoderamento feminino no setor cafeeiro”, conta a presidente da coop, Vânia Lúcia da Silva. “Além disso, a cooperativa implementa práticas de preservação ambiental, como o projeto Produtor de Água, que já recuperou várias nascentes na região”.
Ela conta ainda que a cooperativa tem enfrentado desafios climáticos significativos, como secas e calor intenso, que afetam nossa produção de café. “No entanto, projetos como o Produtor de Água têm sido fundamentais para mitigar esses impactos, recuperando nascentes e promovendo a sustentabilidade”, adiciona. “A Coopfam também se dedica à reciclagem e educação ambiental, com iniciativas que beneficiam tanto a zona rural quanto a urbana”.
Fonte: Sistema Ocemg
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