Cada vez mais, as lideranças e a área de Recursos Humanos reconhecem sua responsabilidade ao investir na saúde mental de seus colaboradores. Não é à toa que, neste ano, o governo federal criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, instituído pela Lei 14.831, que busca estimular o investimento adequado no bem-estar psicológico dos funcionários.
Nesse sentido, a educação corporativa recebe destaque como um pilar fundamental para transformar o ambiente organizacional. Ao implementar programas educativos eficazes, as empresas capacitam seus colaboradores a reconhecerem e gerenciarem o estresse, a ansiedade e outros desafios emocionais de forma proativa.
A importância desse método pode ser explicada pelo levantamento do Ministério da Previdência Social, que identificou um aumento alarmante de afastamentos no trabalho relacionados a transtornos mentais. Em 2023, foram mais de 288 mil benefícios concedidos pelo INSS, um aumento de 38% em relação ao ano anterior.
Esse cenário sublinha a necessidade premente de iniciativas que não apenas reajam a crises individuais, mas também previnam seu surgimento por meio do auxílio contínuo, evitando os altos índices de absenteísmo e rotatividade na equipe. Mais do que manter uma imagem positiva da empresa, os líderes devem levar como compromisso o desenvolvimento de uma cultura organizacional de compreensão e apoio mútuo, onde o diálogo seja prioridade.
Podemos considerar os programas de treinamento como o primeiro passo para incentivar a discussão sobre saúde mental, longe de qualquer preconceito ou estigma. Com o apoio do profissional de Recursos Humanos, a liderança pode implementar palestras de sensibilização e debates sobre bem-estar no ambiente de trabalho, visando capacitar as equipes com técnicas de gerenciamento emocional. Essa seria uma resposta imediata para problemas repentinos de estresse ou ansiedade.
Os workshops de bem-estar e as sessões de mindfulness – ou meditação científica – também podem preparar os colaboradores com ferramentas para descarregar a tensão da rotina. Por servirem como atividades preventivas, essas práticas melhoram gradativamente a resiliência emocional dos times e promovem um ambiente de trabalho mais tranquilo e produtivo.
Os programas de apoio psicológico, por sua vez, direcionam os colaboradores a consultas com profissionais especializados para um suporte acessível sempre que necessário. Seja por meio de planos de saúde que incluem o atendimento com psicólogos ou investindo em plataformas online de terapia, esse tipo de intervenção é sustentável e permite que os líderes sejam capazes de lidar com qualquer problema de saúde mental mais grave, promovendo um senso de cuidado sólido dentro da organização.
Integrar a saúde mental nas estratégias empresariais, mais do que uma medida de responsabilidade social, é um investimento inteligente que equipa líderes e gestores com os recursos necessários para ouvir suas equipes, prepará-las para os desafios emocionais e, então, compreendê-las cada vez mais. Ao fazê-lo, não só atendemos às dores imediatas de nossos colaboradores, como fortalecemos a base para um futuro de trabalho produtivo e a longo prazo.
*Weber Stival é sócio-fundador da Unolife
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