Organizado pela DATAGRO, consultoria agrícola que atua em mais de 40 países, e apresentado pela XP, o Fórum Global do Agronegócio (GAFFFF) aconteceu nos dias 27 e 28 de junho, em São Paulo, e reuniu mais de 20 mil pessoas ao longo de dois dias de programação no Allianz Parque. Neste ano, o evento reuniu painéis com entidades, lideranças e autoridades do agronegócio mundial, além de uma programação diversa de atrações musicais, culturais e de gastronomia.
“Será uma grande conexão entre o campo e a cidade, com fórum de discussões, feira de negócios, diversão com diferentes atrações, incluindo grandes nomes da música brasileira, e gastronomia”, destacou Luiz Felipe Nastari, diretor de comunicação e eventos da DATAGRO, em comunicado a imprensa anterior à realização do festival.
A MundoCoop, uma das apoiadora de mídia do GAFFFF 2024, esteve presente acompanhando a programação que envolveu a participação de membros de mais de 20 países, representantes de toda a América Latina e mais. Além de uma extensa lista de painéis com porta-vozes de todo o setor agro, o evento ainda trouxe experiências gastronômicas, shows e outros.
Com mais de 150 palestrantes em palco, o GAFFFF reuniu temas que estão em alta no agronegócio, como a segurança alimentar, a sustentabilidade, o futuro do setor e mais. Em “Oportunidades e Desafios da Biodiversidade no Brasil”, José Luiz Tejon Megido, Sócio Diretor da Biomarketing, reforçou a ideia de que a biodiversidade brasileira oferece oportunidades em cada micro bioma que possue. Países como China e Índia, bem como mercados de alta renda, estão cada vez mais interessados em alimentos sofisticados e saudáveis, que o Brasil está bem posicionado para fornecer. Ele vê na biodiversidade uma grande chance de impulsionar o PIB nacional, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável e a valorização dos produtos naturais brasileiros no mercado global.
O Brasil possui um vasto potencial para desenvolver sua economia através da biodiversidade, enfrentando as mudanças climáticas e promovendo a sustentabilidade. No entanto, para que essas oportunidades se transformem em realidade, é essencial superar os desafios políticos, regulatórios, mercadológicos e técnicos. Com investimentos adequados e estratégias bem planejadas, o Brasil pode não só proteger sua rica biodiversidade, mas também transformá-la em um motor de crescimento econômico e inovação sustentável.
No primeiro dia do evento, o foco foi o papel do agro na agenda sustentável. Entraram em pauta, temas como Biocombustíveis e Descarbonização; Práticas Agrícolas Avançadas; Futuro da Carne no Mercado Mundial e Geopolítica, Segurança Alimentar e Comércio Global.
No segundo e último dia, um dos temas em destaque foi a “Logística no agro: avanços de infraestrutura”. Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDS, destacou os projetos de expansão logística dentro do Brasil, de portos a projetos ferroviários, mas destacando a necessidade dobrar os investimentos em logística, dos atuais 200 bilhões, para 400 bilhões de reias. Sobre os projetos de ferrovia, o CEO Interino da VLI, Fábio Marchiori, destacou a necessidade de investimento de longo prazo para ampliação da malha ferroviária do país, citando um custo médio de 25 milhões de reais por quilômetro de ferrovia construído.
No painel “Agricultura regenerativa”, foram apresentados os avanços da agricultura de alta tecnologia e como vem se aprimorando ao longo dos últimos anos. Houve um avanço enorme desde a agricultura intensiva em mão de obra e de baixa produtividade até a “agricultura 6.0” atual, que expande além de todas as tecnologias das revoluções anteriores. A agricultura 6.0 tem o interesse em tornar a agricultura sustentável, através de soluções holísticas e integradas, soluções baseadas na natureza, biológicos, inteligência artificial, economia circular e captura de carbono.
Mudanças climáticas já são uma realidade. O setor agro é um dos mais afetados sobre essas mudanças, já que as chuvas e o clima serão afetados. Períodos de secas mais longos, além de um clima mais quente podem ser um problema muito grave para a produção de alimentos. Quando falamos sobre custos ambientais falamos também em custos econômicos.
No setor agropecuário 27% da emissão de carbono brasileira provém de agropecuária. Para reverter essa realidade, alguns dos programas que fomentam a agricultura sustentável são o Programa abc/ Rnovagro, Programa Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas, e Programa Nacional de Bioinsumos, onde o Brasil, em específico no consumo de bioinsumos, tem o maior mercado potencial para esse tipo de insumos agrícolas. Para atingir esses objetivos de sustentabilidade se vê necessário uma maior rastreabilidade e monitoramento ambiental.
Entraram ainda em pauta, painéis e discussões que abordaram as tendências macroeconômicas e o agro; a gestão e governança no agronegócio; as perspectivas de Sustentabilidade no Setor e mais.
O evento
Desde 2012, o Global Agribusiness Forum (GAF) é o principal fórum mundial do agronegócio. Em 5 edições, reuniu autoridades de mais de 60 países, empresários, lideranças e entidades do setor. Em 2024, além de reforçar a importância do AGRO no cenário econômico brasileiro e internacional, os painéis debateram os rumos do setor e seus principais desafios, principalmente em relação às mudanças climáticas, preservação de recursos naturais e soluções sustentáveis para uma população em crescimento.
Com informações de GAFFFF/XP
Discussão sobre post