O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado anualmente em 5 de junho, reúne milhões de pessoas de todo o mundo, engajando-as no esforço de proteger e restaurar a Terra. A data é uma plataforma global para inspirar mudanças positivas. Pessoas de mais de 150 países participam desse dia internacional das Nações Unidas, que celebra a ação ambiental e o poder dos governos, empresas e indivíduos para criar um mundo mais sustentável. O evento é liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) desde sua criação em 1973.
Em todo o mundo, as cooperativas estão constantemente engajadas com ações que promovem a recuperação da natureza e preservação dos recursos naturais. Anualmente, centrais, singulares e independentes realizam ações que ultrapassam os muros da cooperativa, para ganharem as ruas das comunidades onde estão presentes. O impacto positivo é imensurável, e trazem resultados que serão vistos não apenas pelas gerações atuais, mas também pelas futuras.
Cooperativas celebram Dia Internacional com várias atividades
Na segunda-feira (03/06), o Sistema Ocepar lançou a 1ª Semana do Meio Ambiente Cooperativo, abrindo o período de celebrações, com o tema Futuro Sustentável. As cooperativas do Paraná também estão engajadas neste sentido, com a realização de eventos comemorativos.
Atualmente 80% das cooperativas agropecuárias do estado realizam atividades nas principais datas comemorativas relacionadas às temáticas ambientais, como o Dia Mundial do Meio Ambiente. São iniciativas que envolvem colaboradores, associados, bem como a comunidade onde a cooperativa está inserida. As celebrações incluem uma ampla gama de atividades que vão além da sensibilização, como palestras, treinamentos e divulgação de materiais educativos. Também são realizadas iniciativas práticas, como a coleta de resíduos, plantio e distribuição de mudas de árvores, visitas a parques ecológicos, distribuição de brindes, competições de ideias de melhoria, entre outras.
Além disso, elas investem constantemente em ações como reflorestamento, recuperação de áreas degradadas, combate à poluição do ar, tratamento de efluentes, recolhimento de embalagens vazias de agroquímicos, melhoria da qualidade da água, projetos de geração de energia renovável, entre outras.
Assim, o cooperativismo contribui para que todo o Estado se destaque na área ambiental, por meio de iniciativas que ajudam na conservação do meio ambiente e na mitigação de impactos ambientais. O sistema de plantio direto, por exemplo, é utilizado em mais de 95% das propriedades rurais paranaenses que cultivam grãos. O Paraná também faz o recolhimento de 99% das embalagens vazias de defensivos agrícolas usadas no campo, com grande participação do setor cooperativista. O Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é adotado por cerca de 240 propriedades de cooperados. As cooperativas produzem ainda energia térmica a partir de florestas plantadas. São mais de 50 mil hectares de eucalipto cultivados com esse propósito, o que garante a autossuficiência e segurança energética, o uso de energia limpa e a redução de custos na industrialização de produtos. Já o projeto de proteção de nascentes foi implantado no Paraná no início de 2000 e, em duas décadas, foram preservadas pelas cooperativas do Estado mais de 30 mil nascentes, garantindo uma água de qualidade para consumo animal e humano.
Reflorestamento e inclusão social
A Cocari (Cooperativa Agropecuária e Industrial), o Banco CNH, a Tratorcase, a Tratornew, o IAT (Instituto Água e Terra) e a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), anunciaram neste ano, a inauguração de uma estufa sustentável em Ponta Grossa (PR), parte do projeto Cultivando Cidadania, que promove a preservação ambiental por meio do plantio e cultivo de mudas nativas, destinadas para o reflorestamento. A construção da estufa, com recursos provenientes do Banco CNH, parceiro do projeto encabeçado pela Cocari, foi parte central da iniciativa. O local já está em funcionamento e atua como um viveiro, sendo a base para a recuperação de áreas degradadas e a preservação da biodiversidade local, com ênfase nas matas ciliares e áreas de preservação legal, essenciais para a proteção dos recursos hídricos, fauna e flora.
“A Cocari promove o projeto Cultivando Cidadania há 15 anos, e já são mais de 60 alunos beneficiados com o programa e mais de 1,3 milhão de mudas produzidas, e nos sentimos orgulhosos de trazer para Ponta Grossa, juntamente com os parceiros este importante projeto de inclusão social e preservação ambiental. Recebemos as primeiras mudas na semana passada e demos início a esse importante trabalho de restauração, inclusão e conscientização ambiental”, explica o presidente da Cocari, Marcos Antonio Trintinalha. O viveiro, uma área de serviço e um depósito de ferramentas foram construídos dentro do terreno da Apae, totalizando uma área exclusiva de 92,5m².
Com o objetivo de aumentar anualmente a produção de mudas de plantas nativas no viveiro, garantindo a disponibilidade de espécies essenciais para a recuperação ambiental, o segundo passo é a destinação das mudas aos produtores cooperados e clientes dos parceiros, para incentivar o reflorestamento nas propriedades rurais. Também é oferecida orientação técnica especializada para a implantação de florestas, focando na recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente.
O projeto não apenas beneficia o meio ambiente, mas também destaca a inclusão social e o desenvolvimento profissional, com alunos da Apae passando a fazer parte do quadro de colaboradores da Cocari, assim como já acontece nas outras Apaes pertencentes ao projeto. “Esta parceria proporciona a alunos especiais a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Através deste projeto, os alunos desenvolvem habilidades profissionais, sociais e intelectuais, contribuindo significativamente para a renda familiar e promovendo sua autonomia e dignidade”, explica a responsável pelo projeto na Cocari, Dayane X. R. de Carvalho.
Participam cerca de 60 alunos, que são contratados como colaboradores da Cocari. A produção das mudas acontece em viveiros construídos nas Apaes de Mandaguari e Cambira, no Paraná, de Cristalina, em Goiás, e de Paracatu, em Minas Gerais.
Dia C reúne atividades em todo o país
Comemorado no primeiro sábado de julho, mas com ações que reverberam e acontecem durante todo o ano, o Dia de Cooperar – ou simplesmente Dia C – é um dos principais palcos de ações voltadas à agenda sustentáve.
As cooperativas Capal, Ceral e Sicredi Novos Horizontes, com sedes em Arapoti (PR), promovem o Dia de Cooperar (Dia C) para uma atividade voltada para o meio ambiente. A ação, denominada de “Reciclar é cooperar com um mundo melhor”, irá promover a conscientização da população do município sobre a separação e a destinação do lixo reciclável. A atividade, inicialmente programada para ocorrer neste sábado (08/06), foi transferida para 6 de julho, durante a comemoração do Dia Internacional do Cooperativismo.
Para a realização, as cooperativas buscaram pela Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Arapoti (Acomar) para mostrar aos moradores da cidade a importância do trabalho dos associados que tiram a renda para sobreviver através da separação e venda dos materiais que chegam até a associação. Dados da própria Acomar apontam que cerca de 40% do lixo que chega ao aterro sanitário poderia ser reciclado se fosse encaminhado de maneira correta para a coleta do Lixo Limpo e Feira Verde, ações realizadas pela Prefeitura Municipal que, posteriormente, se encarrega de dar a destinação para a associação.
No dia da ação, 70 voluntários das três cooperativas irão percorrer cerca de 1.500 casas, distribuídas em bairros diversos, para explicar aos moradores as diferentes formas de destinação e separação dos materiais como uma forma de conscientizar e cuidar da cidade de Arapoti.
Fundada há 15 anos, a Acomar conta hoje com 11 associados onde dois são homens e outras nove mulheres que, em sua maioria, são viúvas ou separadas. A renda que conseguem na associação ajuda no custeio das despesas de casa e na criação dos filhos. Juntas, elas trabalham na separação do material reciclável, como embalagens plásticas, papelão, latas, embalagens de leite e vidro, em uma rotina de trabalho que começa às 8 horas e segue até às 17 horas. As embalagens são compactadas por uma prensa e, na sequência, vendidas. Por dia, cerca de 90 bags são carregados no caminhão que leva os materiais para a sua destinação correta.
A associada Áurea Maria Cheren trabalha na Acomar há cerca de oito anos. Ela é separada e tem nove filhos. “Um dos meus filhos tem uma deficiência e uma das minhas filhas cuida dele para que eu possa trabalhar. Com o dinheiro que eu recebo aqui eu pago o aluguel da casa e ainda ajudo os outros filhos que são casados”, relatou.
Cooperativas na Amazônia Legal
Cooperativas estão protagonizando um novo momento para a sustentabilidade brasileira através de grandes iniciativas. E na Amazônia, cooperativas do extrativismo mostram que é possível utilizar os recursos naturais de forma sustentável e responsável. Segundo dados do IBGE, a diversidade agrícola no bioma amazônico é enorme, com uma agricultura que responde pela produção de 65 culturas diferentes e preserva até 80% de suas propriedades. Produções sustentáveis que chegam aos quatro cantos do país e do mundo.
Para conhecer mais sobre o impacto dessas cooperativas na preservação de um dos biomas mais ricos do planeta, leia a reportagem exclusiva da Revista MundoCoop.
Fonte: Com informações de Sistema Ocepar, Cocari e Capal; e adaptação pela Redação MundoCoop
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