O Anuário do Cooperativismo Capixaba 2023 revelou que as cooperativas do Espírito Santo movimentaram R$ 11,5 bilhões no último ano. Isso equivale à fatia de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal do estado, evidenciando a relevância do modelo de negócio cooperativista para a população capixaba.
A pesquisa foi revelada na última semana pelo Sistema OCB/ES, organização responsável pelo levantamento e compilação dos dados divulgados. Pelo quarto ano consecutivo, a publicação trouxe à tona um conjunto de indicadores positivos. O faturamento das coops é um deles, que cresceu cerca de 37% de 2021 para 2022.
Outro número que aumentou expressivamente foi o de cooperados, ou seja, de membros das cooperativas. Atualmente já são 747 mil pessoas vinculadas a pelo menos uma coop do estado, quase 136 mil a mais que há dois anos. O salto foi de 22,3%, uma expansão significativa ao considerarmos o indicador é referente à atuação de 115 cooperativas.
Além de gerar renda, oferecer soluções variadas e abrir espaço no mercado para milhares de cooperados, as coops são responsáveis por gerar postos de trabalho em ramos e segmentos variados da economia capixaba. O modelo de negócio já criou 11,5 empregos diretos, e a expectativa é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.
As contribuições do cooperativismo para a população capixaba também podem ser mensuradas e termos de recolhimento de tributos. Somente no último ano, as coops do estado recolheram R$ 589 milhões em impostos e taxas para os cofres públicos, recurso que irá ajudar o Poder Público a fortalecer suas atividades voltadas à sociedade.
As novidades não param por aí. O anuário recém-publicado também mostra uma evolução acentuada no número de pessoas envolvidas com o cooperativismo capixaba. Estima-se que 1,8 milhão de indivíduos já estão ligados diretamente ou indiretamente ao modelo econômico, o que representa 46,8% da população capixaba. Dessa forma, podemos considerar que quase cinco em cada dez capixabas possuem um vínculo com o coop.
Todos esses números demonstram a surpreendente viabilidade econômica e capacidade de crescimento do movimento cooperativista no Espírito Santo, realidade que acompanha a tendência nacional e mundial de expansão do movimento. Vale lembrar que o desenvolvimento ocorre de forma pulverizada no estado, tanto no campo quanto na cidade, já que o modelo societário cooperativista se adapta e funciona perfeitamente em diferentes setores de atividade.
O mais interessante é perceber que, enquanto avançam, as cooperativas preservam a sua essência secular, que é trabalhar e obter resultados em conjunto, sempre com foco nas pessoas. Acompanhada de uma boa estratégia, investimentos e gestão moderna, essa forma de atuação é o que mantém o cooperativismo tão valioso e indispensável para o progresso do nosso estado.
*Carlos André é diretor-executivo do Sistema OCB/ES
Artigo originalmente publicado na edição de 31/10/23 do jornal A Tribuna (acesse).
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