Representantes da diretoria do Sistema OCB/CE participaram nos dias 25 e 26 de julho do Programa Portas Abertas Sistema OCB. O encontro teve por objetivo apresentar a atuação da unidade nacional em defesa do movimento, capacitar para otimizar o trabalho dos diretores e ofertar palestras, além de visitas estratégicas ao Congresso Nacional e aos pontos turísticos da capital. O presidente da organização, João Nicédio Alves Nogueira, e outros 23 dirigentes estiveram presentes no evento. A intercooperação foi a palavra-chave para fortalecer o cooperativismo cearense, de acordo com os integrantes do programa.
Em palestra, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, falou, entre outros temas, sobre o cenário político e a independência do movimento, que cresce ano após ano em diferentes governos. Ele lembrou que o fortalecimento do coop está diretamente ligado ao alcance da meta proposta no ano passado, o BRC 1 Tri de Prosperidade, que pretende movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão, além de congregar 30 milhões de cooperados e empregar 1 milhão de pessoas.
A gerente-geral, Fabíola Nader Motta, fez um apanhado do conjunto de ações junto aos Três Poderes e aos atores-chaves para que os pleitos cooperativistas estejam sempre em voga na tomada de decisões dos chefes das pastas e agências. Ela explicou sobre os vieses trabalhados em cada casa do sistema: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional das Cooperativas Brasileiras (CNCoop) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
Para complementar, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, abordou os projetos de soluções idealizados pela unidade nacional como a implementação de segmentação de público-alvo para prestar bom atendimento e aumentar as vendas; a gestão orientada por dados; e a gestão de risco versus a gestão de oportunidades.
A gerente falou ainda sobre os programas ESGCoop e Negócios Coop que estão alicerçados em nove eixos táticos: autogestão e diagnóstico; dados econômicos e societários; ambiental; social; educacional; gestão; governança; mercado nacional; e mercado internacional. São 24 serviços que devem ser amplamente utilizados pelas cooperativas para estimular seus cooperados, os donos dos negócios.
Impressões
Representando o Ramo Crédito, o vice-presidente do Conselho de Administração da OCB/CE e também do Sicredi Ceará, Hegel Nóbrega, declarou que as soluções apresentadas serão reverberadas no estado para difundir os princípios e valores do movimento. “Foi encantador e muito importante para termos uma percepção melhor sobre o nível de organização que se tem aqui no Sistema OCB. Foram momentos de integração, informação, aprendizado e discussões que, muitas vezes, não chegam na ponta. A dinâmica da intercooperação facilitará a execução de projetos comuns para atingir objetivos em benefício de todos. A sensação é de pertencimento e isso fortalece o movimento”, destacou.
Já a diretora Marli Mesquita, que também é diretora comercial da Cooperativa da Agricultura Familiar de Itapaje (Copita) e membro do conselho fiscal da Cooperativa da Agricultura Familiar de Ocara (Cooaf), falou sobre as oportunidades de intercooperação que foram percebidas pelos diretores durante o Portas Abertas. “Pudemos conhecer os problemas e propor soluções para cooperativas de todos os ramos e isso é um avanço que vai gerar oportunidades de intercooperação e de negócios. O programa abriu, verdadeiramente, um leque para nos fortalecermos. A participação feminina no Ramo Agro deve ser evidenciada, pois, historicamente é mais direcionado aos homens. Agora, com as soluções, vamos criar comitês femininos e de jovens”, disse.
O diretor da Organização Estadual e delegado da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest), Eduardo Vidal, pontuou que foi uma excelente oportunidade para que os gestores de todos os ramos se conhecessem e estreitassem laços. De acordo com ele, o intercâmbio de conhecimentos e de vendas será facilitado após a experiência. “Precisamos fazer um Portas Abertas no Ceará para agregar mais pessoas. Sabemos que o Ramo Crédito é uma raiz, mas o de Saúde é responsável por 80% do faturamento. Então, podemos ajudar as cooperativas menores a crescer vendendo produtos umas para as outras. A Unimed Fortaleza pode, por exemplo, fazer um convênio com as cooperativas do agro ou do transporte para que seus cooperados tenham plano de saúde. O evento foi muito bom e os ensinamentos valeram muito”.
A versatilidade de uma cooperativa do Ramo Trabalho poderá ser melhor aproveitada depois do encontro, segundo a diretora Cristina Bandeira, que também preside a Coopernordeste e compõe o Conselho Consultivo do Ramo Trabalho do Sistema OCB. “Propagaremos esses conhecimentos para nossos cooperados e colaboradores. A Coopernordeste tem levado prosperidade, pois temos mais de 1.500 cooperados que tiveram a primeira oportunidade de se inserirem no mercado por meio da cooperativa. Os impactos respingam também nas famílias destas pessoas e em suas comunidades fortalecendo a economia local”, contou.
O Ramo Transporte passa por diferentes desafios e as contribuições de outros ramos trouxe reflexões relevantes, de acordo com o diretor Ricardo Oliveira Lima. Ele é presidente da Cooperativa de Transporte de Passageiros no Estado do Ceará de Itapipoca (Cooperita) e membro do Conselho Consultivo do Ramo Transporte do Sistema OCB. “Temos muitos pontos a serem debatidos para sanar as dificuldades. O modelo do Portas Abertas é muito bem pautado e poderia ser reproduzido no estado para contemplar mais cooperativas e levar a intercooperação entre os ramos, que hoje é zero. Temos que sentar um ramo com o outro para apresentar soluções. Muitas vezes, quem está de fora enxerga melhor o problema”, avaliou.
Fonte: Sistema OCB
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