Cada vez mais mergulhada no mundo digital, acostumada com agilidade e sem paciência para burocracias, a chamada Geração Z, formada por jovens na faixa etária entre 11 e 24 anos, já influencia no modo como o mercado se organiza. Enquanto ganham espaço entre os consumidores, as empresas se preparam para atender a geração, o que não é diferente com as cooperativas de crédito.
De acordo com o PayPal, a Geração Z passou a adotar opções de pagamento móvel, como aplicativos e carteiras eletrônicas, mais rapidamente que qualquer outro grupo. Essa expectativa de poder escolher como pagar é algo que permeia os hábitos de consumo dos jovens. As instituições financeiras precisam acompanhar essas mudanças e estar prontas para oferecer uma experiência, mais do que tudo, flexível e ágil.
Esse imediatismo é uma característica que precisa ser levada em consideração quando se trata de um mercado tão burocrático quanto o financeiro. Os jovens querem ter acesso a serviços e aplicativos que ofereçam esse nível de conveniência. Sabemos que um dos grandes trunfos das cooperativas de crédito é o atendimento personalizado, que trata o cliente com um olhar mais humanizado. Esse ponto forte, no entanto, precisa estar associado ao oferecimento de comodidade e autonomia.
Por isso, o investimento em tecnologia é tão importante. Quando pensamos nas cooperativas de crédito rurais, por exemplo, a sucessão familiar precisa ser levada em consideração; os jovens que passam a assumir o gerenciamento das propriedades podem não deixar de ter a relação de pertencimento que os pais tinham com a cooperativa. Entretanto, eles buscam mais comodidade e já não querem precisar se deslocar para fazer uma transação financeira, por exemplo.
Para que a cooperativa mantenha a fidelidade das próximas gerações, não há outro caminho senão apostar em inovação. Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Deloitte para a Federação Brasileira de Bancos, em 2021 o orçamento dos bancos em tecnologia foi de R$ 30,1 bilhões. A estimativa é a de que esse orçamento chegue a R$ 35,5 bilhões em 2022, 18% a mais do que no ano passado. O levantamento mostra que as instituições bancárias percebem a importância da inovação em tecnologia e deixa o recado para as cooperativas: para continuar relevante no mercado é preciso acompanhar a transformação digital.
*Felipe Santiago é CEO da Cashway
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