Troca de ideias, fortalecimento do relacionamento entre cooperativas e 70 novas propostas de intercooperação. Esses foram alguns dos saldos positivos do 8º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes de Cooperativas, realizado pelo Sistema OCB/GO, nesta sexta-feira e sábado (28 e 29/10), no Tauá Hotel e Convention, em Alexânia. Com o tema “Intercooperação e Competitividade”, o evento reuniu 120 lideranças de coops goianas.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, apresentou um desafio para as cooperativas goianas, aumentar o faturamento anual para 50 bilhões em 2027.
“A ideia é cada um de vocês olhar o faturamento conseguido em 2021 e multiplicar por 2,3 para alcançarmos essa meta em 2027, com isso, vamos ajudar o Sistema OCB a alcançar o objetivo nacional”, disse.
A convocação de Luis Alberto Pereira é um desdobramento regional da meta apresentada pela entidade nacional durante a Semana da Competitividade, em agosto. Nela, o Sistema OCB convocou as cooperativas de todo o Brasil a alcançar R$ 1 trilhão de prosperidade até 2027. Atualmente, o movimento conta com 18,8 milhões de associados e fatura aproximadamente R$ 525 bilhões, conforme dados do AnuárioCoop 2022.
O presidente do Sistema OCB Nacional, Márcio Lopes, participou do 8º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes de Cooperativas e acompanhou pessoalmente a meta apresentada pela unidade goiana. Ele falou a todos os participantes das conquistas e dos desafios atuais do setor cooperativista e elogiou o trabalho que o Sistema OCB/GO tem desenvolvido.
“Um evento como esse é importante para manter essa família unida, a família do cooperativismo goiano. E ela está unida porque a o Sistema OCB/GO está entregando. Pegaram o resultado do Congresso Brasileiro de Cooperativismo e estão desdobrando isso muito bem, com o jeito goiano de fazer”, elogiou.
Programação
A programação de palestras do 8º Fórum começou com a apresentação de Marcos Zanin, professor e mestre em Gestão de Cooperativas. Com 30 anos de experiência no cooperativismo, Zanin abordou a intercooperação em sua palestra.
Zanin apresentou os benefícios gerados pela união de cooperativas diferentes, mas salientou que é preciso proatividade de todas as partes. “Nós necessitamos de algo que está do nosso lado, mas temos que ir buscar o apoio nas outras cooperativas”, disse.
O professor também apontou as dificuldades que travam a intercooperação. “Pontos como vaidade de dirigentes, diferenças culturais e falta de consciência cooperativista”, explicou.
Em seguida, foi a hora dos participantes conhecerem um exemplo prático de como a intercooperação pode fortalecer as partes envolvidas. O presidente executivo da cooperativa Capal, Adilson Roberto Fuga, fez uma apresentação do case de sucesso do Grupo Unium, a união das cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal.
As cooperativas paranaenses começaram o projeto de união em 2011, segundo Adilson, motivadas pela forte concorrência que enfrentavam com outras empresas gigantes do setor. Dez anos depois, a Unium é o segundo maior laticínio do Brasil e possui mais de cinco mil cooperados. “Hoje, 34% do faturamento das cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal vem da Unium”, apontou.
Propostas
Como complemento da atividade, os presidentes e dirigentes de cooperativas goianas foram convidados a participar de grupos de discussão para praticar a temática da intercooperação.
Os participantes foram divididos em grupos de sete a oito membros. O desafio era entregar, ao final da atividade, propostas de intercooperação. Os grupos conseguiram, juntos, criar 70 ideias de intercooperação, que terão a viabilidade avaliada pelo Sistema OCB/GO, em um segundo momento.
A dinâmica foi coordenada pelo professor Marcos Zanin. Dentro dos grupos, cada um se apresentava, falava sobre sua atuação e apresentava o ramo de sua cooperativa. Após esse momento, eles identificavam possibilidades de apoio mútuo e intercooperação.
O presidente do Conselho Administrativo do Sicoob UniCentro Br, Clidenor Gomes Filho, acredita que a oportunidade de reunir os dirigente é sempre positiva e o tema da intercooperação foi muito pertinente. “De todos os princípios do cooperativismo, esse é o que menos depende do cooperado que está na ponta, mas sim dos dirigentes. E eles muitas vezes não percebem que podem fortalecer sua cooperativa fazendo negócio com outras cooperativas”, salienta.
O presidente da Coopmego, Valdenor Cabral, afirma que o 8° Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes de Cooperativas foi muito importante para as cooperativas menores e elogiou a oportunidade de sentar na mesa com outros líderes cooperativistas. “Muitas vezes não temos a oportunidade de conhecer outros dirigentes. Esse tipo de evento fomenta o crescimento de cooperativas que estão crescendo como a nossa. A dinâmica foi muito boa porque estivemos reunidos com cooperativas diversas. E agora vai ser importante para que a OCB/GO conheça nossos desafios na prática para poder, aí sim, planejar e executar seus projetos”, analisou.
Planejamento
Os participantes também conheceram o planejamento estratégico do Sistema OCB/GO para o ano de 2023. As diretrizes e metas para o Cooperativismo Goiano foram apresentadas pelo presidente da entidade, Luis Alberto Pereira juntamente dos coordenadores de cada área.
“Precisamos ter resultados e vamos buscar isso por meio de um Sistema OCB/GO cada vez mais próximo das cooperativas”, disse Luís Alberto.
No sábado, a programação foi finalizada com a palestra “Caminhos para o Cooperativismo do Futuro”, por Rogério Salume, fundador da Wine, um dos maiores e-commerce de vinhos do mundo. Ele é jornalista e foi um dos responsáveis pelo lançamento da operação da Smart, rede de varejo cooperada criada pelo Grupo Martins.
Rogério explicou que o grupo Wine sempre teve uma visão de longo prazo. “A gente precisa preparar o curto prazo para o médio e longo prazo. O planejamento estratégico precisa mostrar onde queremos chegar. Sempre tive essa visão. Dividir em blocos de quatro, cinco anos”, disse.
O empresário também falou sobre as três regras para inovar e empreender. Segundo Rogério, é preciso correr riscos, gostar de pessoas e gostar de vender. “Inovar não é inventar. Na maioria das vezes é simplificar”, completou.
Rogério elogiou a iniciativa do Sistema OCB/GO de promover a criação de novas cooperativas, por meio do projeto Incubacooo. “Também precisamos entender que todo grande foi pequeno um dia. Vocês estão no caminho certo em atrair novas cooperativas, elas serão as grandes amanhã”.
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