O que é excelência operacional, afinal de contas? Essa foi a provocação que fiz a um grupo de gestores em uma reunião de alta liderança. Excelência não é uma ideia abstrata, significa entregar performance elevada de maneira consistente. Para isso, é preciso alinhar metas, processos e pessoas de uma maneira que permita que a organização entregue valor de forma constante. Essa jornada não é fácil, ou mesmo rápida. Cada empresa tem seu tempo, ou seja, passa por níveis distintos de estágios de maturidade organizacional, que são: 1) Iniciante: há a implementação de processos básicos de gestão, como a definição de objetivos, indicadores, metas e uma estrutura organizacional clara. Mas neste estágio os resultados ainda são erráticos e dependem muito do conhecimento e das habilidades individuais. 2) Estruturado: avanço na padronização de processos e de tarefas críticas a fim de reduzir a variabilidade da performance, estabelecendo um nível mínimo de conhecimento que possa ser disseminado internamente. 3) Padronizado: existe um avanço na estabilização de processos finalísticos e de apoio, com estabelecimento de uma base sólida de conhecimento sobre as operações que garante resultado consistente ao longo do tempo, com base no conhecimento já consolidado. 4) Gerenciado: neste estágio começa do uso de tecnologia e a aposta no desenvolvimento das competências das pessoas que irão gerar conhecimento – e elevar o nível de resultado da organização. Excelência: aqui, há o uso avançado na adoção de conhecimento proprietário, alavancado pela tecnologia que se torna fonte genuína de diferenciação e competitividade, permitindo à organização entregar resultados excepcionais de maneira consistente. No entanto, para alcançar a excelência operacional, existe a exigência de superar desafios importantes, como: Falta de clareza nos benefícios esperados: os esforços podem se perder em burocracia quando há falta de clareza sobre os resultados buscados. Alinhamento entre líderes e executores: o apoio da liderança é crucial para engajar quem está na "linha de frente". Definição clara de papéis e responsabilidades: evitar confusões permite que cada um saiba onde e como contribuir. Foco em inovação e melhoria contínua: não basta identificar lacunas, é necessário alocar recursos de forma estratégica nos pontos em que existem mais oportunidades para gerar resultados. Alinhamento de incentivos, requisitos e metas: se a liderança não alinhar os incentivos do time (financeiros e não financeiros), corre o risco de perder o foco nos fins e estimular que a busca pela excelência, como processo gerencial, não aconteça. A jornada para a excelência não é linear, mas seu impacto é transformador. Quando bem estruturada, promove resultados sustentáveis e alinhados às metas organizacionais. Vale a reflexão: excelência é mais do que um destino, é uma cultura. *Andre Chaves, VP da unidade de negócios da Falconi focada em Indústria de Base e Bens de Capital