O cooperativismo de crédito, uma faceta essencial do movimento cooperativista, transcende a mera oferta de serviços financeiros, adentrando uma esfera de influência econômica, social e até política. Esta forma de organização financeira, está pautada em valores de colaboração, mutualidade, governança participativa e solidariedade. Desempenhando, ao meu ver, um papel essencial no panorama futuro da economia global e na configuração da sociedade contemporânea. Afinal, hoje podemos considerá-lo uma alternativa mais acessível e inclusiva das pessoas no Sistema Financeiro Nacional.
A essência do cooperativismo de crédito reside em sua forma de organização financeira e social, na qual os membros são ao mesmo tempo donos do negócio e usuários dos serviços oferecidos. Este arranjo democrático concede a cada membro o direito a um voto, independentemente do capital investido, fomentando assim uma estrutura decisória igualitária e inclusiva. Sob esta ótica, o cooperativismo de crédito emerge como uma poderosa ferramenta na luta contra disparidades econômicas. Este modelo participativo acaba contrastando vivamente com a estrutura hierárquica das instituições financeiras tradicionais, abrindo caminho para que um dia possamos ter um país em que os mais de 200 milhões de brasileiros sejam financeiramente ativos.
Ainda, as cooperativas de crédito tendem a se inserir profundamente em suas comunidades locais. Por meio da reinserção dos lucros no contexto regional, elas nutrem o desenvolvimento econômico e social, em contraposição aos bancos tradicionais, frequentemente propensos a transferir ganhos e investimentos para outras jurisdições.
Ainda, costumo dizer que o cooperativismo de crédito atua como um catalisador para o progresso local e regional. Isso se evidencia pela natureza das cooperativas , afinal, elas possuem uma atuação local muito forte. Fazendo com que os recursos investidos permaneçam na região, estimulando o avanço econômico local e fomentando o desenvolvimento das comunidades por meio da geração de empregos e da oferta de crédito, oportunizando pequenos empresários expandirem seus empreendimentos. E é claro que esse impacto tangível e palpável vai além das operações financeiras, ela gera um ciclo virtuoso de prosperidade e crescimento para todos.
Projetando-se no futuro, o papel do cooperativismo de crédito torna-se ainda mais saliente. À medida que a economia global se torna mais interligada e complexa, cresce a exigência por instituições financeiras que operem com transparência, responsabilidade e um olhar voltado para o bem-estar humano. Nesse sentido, as cooperativas de crédito, pautadas na cooperação e inclusão, encontram-se em posição privilegiada para atender a essa demanda emergente.
Em suma, o cooperativismo de crédito detém um potencial considerável para influenciar o curso futuro da economia e da sociedade. Sua capacidade de promover equidade, inclusão e desenvolvimento local o posiciona como um agente transformador em um mundo em constante evolução. Logo, é imprescindível que continuemos a apoiar e promover este modelo cooperativo, delineando assim um futuro mais promissor e sustentável.
*Adelino Sasse é Diretor de Negócios na Cooperativa Central Ailos
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