A atenção às questões sociais e o compromisso com o desenvolvimento regional sempre fizeram parte da essência do cooperativismo brasileiro. Nos últimos anos, o avanço da consciência sobre a responsabilidade socioambiental tem impulsionado ainda mais o papel transformador do setor e consolidado iniciativas voltadas à construção de uma economia mais sustentável e inclusiva. Com mais de duas décadas de atuação, a Fundação Sicredi consolidou-se como um dos principais agentes de disseminação do cooperativismo no país. A presença da instituição tem transformado significativamente os ambientes nos quais atua, com a promoção de inclusão, engajamento comunitário e acesso a oportunidades. Atualmente os programas desenvolvidos pela Fundação demonstraram a capacidade de capilarização e a habilidade para superar desafios sociais e climáticos em prol da construção de comunidades mais equitativas eindependentes. Romeo Balzan, Superintendente da Fundação Sicredi, define as diretrizes da instituição como uma filosofia que une participação cidadã e sustentabilidade, em diversas frentes. “A Fundação não atua apenas para levar projetos a diferentes regiões. Ela mobiliza, articula e valoriza o capital social já existente em cada comunidade, potencializando redes de cooperação e autonomia coletiva”, destaca. Educação como elo entre cooperativismo e transformação O compromisso com a formação estruturada é uma das marcas da Fundação Sicredi. Os programas direcionados à educação financeira de crianças, jovens e adultos têm alcançado resultados expressivos em números e na construção de valores alinhados à cooperação. Romeo Balzan, Superintendente da Fundação Sicredi Em destaque, o programa ‘A União Faz a Vida’, voltado a apoiar as escolas na evolução do modelo de ensino por meio do aprendizado em cooperação e cidadania, já impactou mais de 5,3 milhões de crianças desde a sua criação, há 29 anos. Nesse período, a ação mobilizou mais de 250 mil educadores de 4,9 mil escolas participantes. Até o último ano, a iniciativa firmou parceria com 3.510 escolas, distribuídas em 654 cidades de 15 estados brasileiros, responsáveis pelo desenvolvimento de mais de 20 mil projetos e impactando cerca de 590 mil crianças e adolescentes. “Todos os nossos programas têm como base a cooperação e a cidadania. Trabalhamos com crianças desde cedo, ajudando a formar cidadãos conscientes, com repertório para tomar decisões, lidar com dinheiro e entender o papel da coletividade” A União Faz a Vida e programas como o Cooperativas Escolares e Jornadas de Educação Financeira nas Escolas incentivam desde cedo a prática do diálogo, o senso de responsabilidade coletiva e a compreensão do papel do indivíduo na engrenagem comunitária. Além disso, a participação escolar da Fundação Sicredi em 2024 foi ampliada por meio da distribuição de 1,5 milhão de gibis da Turma da Mônica Jovem, com conteúdo voltado à educação financeira de crianças e adolescentes, reforçando a linguagem lúdica como ferramenta de engajamento e aprendizagem. Romeo também destaca que o empenho da Fundação permeia a garantia de estímulos direcionados a reflexões sobre o papel das redes comunitárias, impactando as famílias dessas crianças e jovens. “Quando uma criança aprende sobre educação financeira e leva esse conhecimento para casa, ela influencia a família inteira. Isso mostra que estamos criando um movimento de transformação que começa nas escolas, mas ecoa nas comunidades” Inclusão ativa e constante Aliado à educação, o investimento direto em comunidades via Fundo Social e Leis de Incentivo reforça o compromisso da Fundação com o desenvolvimento local de maneira estruturada e inclusiva. O Relatório de Sustentabilidade da organização destaca que, apenas em 2024, mais de 7 milhões de pessoas foram beneficiadas por projetos nas áreas de educação, cultura, saúde e meio ambiente. A injeção de incentivos monetários nas comunidades viabiliza a sustentabilidade das iniciativas locais, especialmente em regiões subatendidas pelo poder público e por empresas tradicionais, tornando os recursos coordenados pela Fundação a ponte para acesso à cultura, esporte e atividades de formação. “Quando a comunidade prospera, a cooperativa prospera junto. Esse é o modelo. Gerar valor coletivo para ter resultado sustentável.”Romeo Balzan Outro destaque gerido pela instituição é a atuação para a construção de ambientes corporativos mais diversos. Por meio do Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade (ID&E), a Fundação tem ampliado suas ações para garantir um alinhamento mais acessível e plural. “Capacitar pessoas para lidar com o dinheiro é importante, mas mais importante ainda é garantir que todos tenham acesso igualitário aos espaços onde essas decisões acontecem. A diversidade precisa estar na prática, nas políticas e no dia a dia das instituições”, afirma Balzan. A trajetória da instituição revela que o impacto social gerado por cooperativas vai além da filantropia e se trata da construção de soluções por meio da proximidade e da escuta ativa. Desse modo, as articulações regionais e a formação continuada devem continuar no radar das políticas de crescimento do setor. “Nosso papel é acompanhar o ciclo completo da vida das pessoas com educação financeira. O que nos move é a prosperidade das pessoas. Se elas perceberem que estamos ao lado delas, ajudando de verdade, elas permanecem, se engajam e se tornam multiplicadoras desse modelo. É assim que o cooperativismo cresce”, finaliza Romeu. Por João Victor, Redação MundoCoop